sábado, 24 de julho de 2010

Cultura & Arapuca




Vez por outra surge o tema do resgate da cultural local. Referem-se às brincadeiras de bumba-meu-boi, dança da peneira, São Gonçalo e outras tantas que não lembro agora? Nem sempre. Sob esse tema surgem danças e manifestações típicas de outros lugares que não daqui de Esperantina, pelo menos não foram conhecidas da forma como se pretende resgatar/ criar.

O problema do tal resgate é a incorporação de elementos estranhos às manifestações culturais e os interesses que se escondem por trás disto. Como resgatar algo que não existiu? Danças e cantos são criados e dados como arraigados na memória das pessoas mais antigas, que somente agora afloram com o aporte de recursos governamentais. Da série Grandes Mistérios da Humanidade.

Cultura não depende essencialmente de recursos públicos. Espetáculos sim. Cultura faz parte do dia-a-dia da população, não sendo necessariamente obrigatório o uso de somas consideráveis para confeccionar trajes semi-carnavalescos, descaracterizando-a completamente pelo sincretismo e superposição de influências de outras tradições.

Cultura para divertir, entreter, lembrar. Sem disputas comezinhas. Brincadeiras descompromissadas, disputas por aplausos, não por dinheiro.

De qualquer forma, ressentimo-nos da falta de manifestações culturais e tradicionais, exceção feita às desfiguradas quadrilhas juninas. Vivemos na cidade sem cultura, sem atrativos arquitetônicos, sem estrutura turística, sem... deixa pra lá. O DIP pode se irritar.

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