domingo, 23 de janeiro de 2011

Bucolismo


Dando continuidade ao projeto de embelezamento da cidade, recentemente as árvores da praça da biblioteca tiveram seus caules pintados de branco. Espantoso! Nem só com meio-fio branco se cuida de uma cidade.

Havia algum tempo que não via tamanha tolice barbaridade em Cocal City. O que aconteceu? Por qual motivo as árvores foram convertidas em objetos de decoração? A despeito disso, não vi ninguém protestando contra tal insanidade. Os cavaleiros do apocalipse ecológico não se pronunciaram nem atrapalharam o trânsito com passeatas (como se isso fosse possível).

Enquanto muitos municípios brasileiros já estabeleceram proibições quanto à “pintura” de troncos de árvores, por aqui o hábito ressurge.

Curioso, pesquisei sobre o porquê de tal ato e constatei que este problema cultural, não passa de um folclore (oba, finalmente temos um), pois acreditava-se que a cal impedia a subida de formigas nas árvores. Mas isso acontecia há muito tempo.

Apesar de esse processo ter viés cultural, devido ao costume antigo de passar a calda bordalesa (tradicional fungicida agrícola) nas árvores para protegê-las de pragas e doenças, uma coisa é passar um fungicida visando a proteção das árvores, outra é pintar as árvores com cal para deixar o ambiente com aparência de cuidado e limpo.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Nunca antes na hiftória [sic] do Oscar...


A Academia divulgou em seu site oficial nesta quarta-feira (19) a lista com os nove filmes pré-indicados que vão disputar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e surpresa (??): o Brasil, que concorria com o filme – cof, cof – “Lula - O Filho do Brasil”, não conseguiu permanecer na luta. O filme conta a história do ex-presidente Lula e fazia parte de uma seleção inicial composta por 66 filmes.
Fracasso de bilheteria, o filme, depois de azeitado pela iniciativa privada (na época considerada a mais cara produção do cinema brasileiro: R$ 16 milhões) foi empurrado goela abaixo e depois “escolhido” para representar o país na festa do Oscar. Faltou criar o bolsa-cinema para que o filme fosse sucesso. “O cara” não emplacou mais essa! Deve ter sido campanha da zelite dos zoi azu.

Só para não passar em branco: alguém já assistiu ao filme do retirante ingrato (vide pré-sal)? Nem eu. Uhhuuuuuuuu!!

Blitz educativa: o retorno.


Foto: www.bahianoticias.com.br

Pela enésima vez, blitz educativas em Cocal City. Inacreditável. Até quando teremos este trânsito caótico? Entra ano e sai ano, mudam governos e tudo continua a mesma m...

Se as tais blitz resolvessem o problema o trânsito local seria uma beleza, tantas foram as vezes que já realizaram por aqui. A abordagem ao tema peca pelo excesso de “educação”. Merecemos mais ação e menos encenação.

Houve um período em que as blitz foram realizadas e multavam as pessoas, muitas delas aprenderam e passaram a andar nos conformes, porém como viram que tal situação não perduraria, voltaram ao ilícito. Não raras vezes pessoas multadas por andar na contramão continuaram no erro, pois de que vale uma multa, se grande parte dos condutores não têm sequer a documentação dos veículos?

Quando estas ações momentâneas acabarem, longo tempo se passará até que alguém tenha a brilhante e inédita idéia de realizar blitz pra valer nestas plagas, mas aí outro alguém aparecerá para sugerir que a melhor alternativa para não desagradar os eleit..., digo, a população, será a realização de blitz educativas, de novo. O trânsito que se dane.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Sobre opções ou a falta delas


Aos que não são chegados a festas em Esperantina a sina é se ligar na TV, internet ou um bom livro. Se não for assim, o que nos resta? Temos as prosaicas feiras de ciências nas escolas, mas por lá as apresentações são tão mecanizadas e decoradas quanto as explicações de guias em locais de turismo, assim: blá, blá, blá... fôlego... blá, blá, blá...

Fora os festejos anuais e a folia na semana da páscoa o que mais temos a oferecer como entretenimento? Pedir uma feira de literatura seria demais em uma cidade que não conta sequer com uma livraria. Música ao vivo está uma modorra só. Os esportes se resumem a campeonatos de futsal. A opção do happy hour está cada vez menos atrativa, dada a falta de préstimos nos bares, sem falar que passar horas suportando os mesmos DVDs de forró nesses locais é um tormento.

Enquanto o progresso não vem, o barato é alternar as fontes ofertadas e esperar dias melhores, afinal, a “grande esperantina” aspira a participar da rota turística no estado, mesmo aos trancos e barrancos.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Até quando esperar?


Foto: www.cidadeverde.com

Não dá para ligar a TV e não se assustar com a recente tragédia no Rio de Janeiro. Mas o que realmente assusta foi a disponibilização imediata de milhões de reais para o socorro às vítimas, merecido é claro, mas fica a indagação: em Esperantina tivemos duas grandes enchentes em 2008 e 2009 e a maior parte da ajuda que recebemos foi de entidades não ligadas diretamente ao governo. O bode expiatório do caso é a onipresente burocracia que a tudo inviabiliza no Brasil.

A grande pergunta é: o que foi feito em Esperantina para amenizar os efeitos de uma possível nova enchente? Obras de contenção, galerias, remoção de casas próximas às margens dos rios, mapeamento das áreas de risco, etc, etc, etc? Timidamente temos a construção de casas para os desabrigados de 2008 e o que mais mesmo? A defesa civil já tem plano de ação para tais eventualidades no município ou continuará à sombra, esperando a banda passar?

De braços abertos à espera de uma nova tragédia, seguimos em frente, todos.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O grande lance


Foto: www.wallysou.com

Vivemos estranha realidade. Lembro de ter lido algo sobre a mudança de valores e comportamentos pessoais na sociedade. No passado não muito distante, crianças brincavam de polícia e bandido e era uma confusão, pois ninguém queria ser bandido. Hoje, poucos querem ser polícia. A marginalidade dá um imaginário status de poder, de popularidade, de aceitação.

O trânsito local é um ótimo local para se observar esta “evolução” comportamental. Ao andar pelas ruas de Esperantina temos a sensação de que fazer o correto é incorreto. Quem se comporta legalmente no trânsito é taxado de Mané, trouxa e termos afins. Quando vemos alguém de capacete guiando uma moto logo vem o pensamento de que aquela pessoa não é da cidade, tal o descalabro que se encontra.

O grande barato por aqui, algo que caracteriza as pessoas descoladas – os caras - é o descumprimento de leis e convenções. Não é incomum ouvir alguém se referir a outro com expressões do tipo: aquele doido ali só anda voado! Para esses, aquelas placas simbólicas e risíveis fixadas nos postes parece ter escrito: ei, psiu, você NÃO está na contramão!Ou ainda aqueles que se acham o máximo por incomodar os ouvidos alheios com o som infernal de músicas chulas em possantes equipamentos de som. Tem também aqueles que se vangloriam em desfilar pela cidade em carros alienados ou de ofertá-los a qualquer tempo, qualquer modelo, como se fosse o máximo.

Estes tipos são populares e fazem relativo sucesso entre a galera. Estão sempre nos diversos eventos da cidade e podem ser vistos também em outras cidades. Na maioria dos casos ostentam o que não são, o que não têm.

Mas, enquanto estes indivíduos continuem adorados pelo que não são, continuaremos a ver o trânsito caótico, a sociedade torta e órfã de valores.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Fiat Lux

E foi dito: faça-se a luz.

E a luz acendeu. Nem chegou a completar dois meses e já instalaram nova lâmpada no poste de frente a minha casa. Agora só resta uma porção de outros postes espalhados pela cidade.

Além de ser infernizado por mosquitos, agora também posso ler aproveitando a leve brisa da noite na calçada, sempre que os blackouts consentirem.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

E a cidade se torna mais bela



Nada de euforia, calma. As praças não foram reformadas, nem jardins espalhados pela cidade, tampouco instalaram lâmpadas nos postes. Trata-se dos lindos meios-fios que agora estão impecavelmente brancos, à espera dos visitantes no período das festas de início de ano, quer dizer, dos festejos religiosos. A isso chamam de seguir as tradições locais, creio. Antes que esqueça, este ano até mesmo as barracas serão brancas. Deve ser mais fácil achá-las no escuro.

Sempre que vejo os meios-fios espetacularmente pintados de branco, imediatamente associo a imagem àquela do gado sendo conduzido por entre as cercas brancas de fazendas. O porque de tal vinculação de imagens não sei, talvez por ligá-las à vida de gado de alguns.

Transparência, para quê?



Com a implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal, uma nova ferramenta foi ofertada para auxiliar o povo na difícil tarefa de fiscalizar os gastos do poderes públicos.

A LRF em seu Art. 48, Parágrafo único informa:  A transparência será assegurada também mediante:
       ...
       II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público (leia-se internet).

Mas de que adianta tal medida, se a população não demonstra interesse em analisar os balancetes, que ficam entregues às traças porque NINGUÉM quer perder tempo com “besteiras que não dão em nada”? Os poucos munícipes que tem acesso à net preferem desfrutar seu tempo no precioso Orkut e MSN ou em sites de notícias chechelentas e parciais.

Para algumas pessoas a governabilidade é boa se eles recebem os caraminguás sem trabalhar. Para outras, o conceito de felicidade suprema se resume em um cartão de plástico, porta de saída do pomposamente chamado programa de redistribuição de renda.

Estamos mesmo preparados para exercer a tal cidadania? A mentalidade local, ou a falta dela, no caso, tentar fazer crer que a única opção que nos cabe é o aplauso a baboseiras e demagogias, acertos em alguns casos. Se aplaudirmos a tudo somos bons, senão, somos condenados à vala comum dos indesejados.

E a quem interessa essa falta de interesse pelas ações políticas senão a eles próprios? Quem se interessará em propor melhorias por meio de trabalhosos projetos, se basta fazer promessas para cair nas graças da plebe? Pessoas informadas são perigosas, subversivas. Melhor desviar a atenção das massas para banalidades.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Mais um aperto no cinto

Foto: www.professorts.blogspot.com

O projeto de lei que muito provavelmente será aprovado, onde o governo do Piauí se encarregará de tributar no destino final as compras feitas pela internet representa um duro golpe a ser assimilado pela população, apenas mais um.

O governo parece estar de olho mais na arrecadação do que em melhorar a situação dos empresários locais. Para conseguir mais esta sangria, o governo utiliza de muitos argumentos, como por exemplo, diz estar agindo em defesa do comércio do estado, prejudicado pelo grande volume de compras feito atualmente pela internet.

Oras, quem, em são juízo, deixaria de comprar produtos mais baratos, com prazo bem mais elástico na comodidade do lar e com entrega na porta de casa para preferir comprar no comércio local, que nos explora a décadas com preços extorsivos, juros exorbitantes e com poucas opções justas de parcelamento?

O governo deveria baixar o ICMS estadual, um dos mais altos do país, senão o maior, como forma de aquecer as vendas, mas prefere o caminho fácil de aumentar impostos. Almeja o aumento da receita estadual e neste caso quais os seus planos para este excedente na receita: concluir as inúmeras obras inacabadas espalhadas pelo estado ou torrar tudo com aluguel de veículos e altos salários?

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ponto e vírgula


O final de ano em cocal city foi mesmo único. A iluminação especial, com bonecos de neve (!!!) foi um capítulo à parte. O que dizer então da queima de fogos? Me senti em Copacabana, naquele inesquecível momento. Parte do céu iluminado, parte da cidade também. Quem resolveu dar o ar da graça foi o sempre presente blackout, afinal, fim de ano é época de encontrar velhos conhecidos.

Se o ano que acabou foi repleto de projeções realizações(?), pois é, imagine este que ora inicia. O porvir é auspicioso, sonhar não custa nada.