segunda-feira, 31 de outubro de 2016

A vaquejada e a turma politicamente correta

Imagem: http://www.bocamaldita.com/

A turma do politicamente correto voltou aos holofotes nos últimos dias por ocasião da proibição das vaquejadas no brasil.

Vaqueiros organizaram manifestações, devidamente organizados pela galera que realmente fatura com o – vá lá – esporte. Por todos os rincões do país estavam lá os senhores, jovens e mesmo crianças fantasiados de vaqueiros, em defesa do ganha pão, muitas vezes único, dependendo da região.

Nesta situação antagônica, vaqueiros de um lado, PC de outro, sobreveio a turma que defende os direitos dos animais. Em nome disso se empenharam em proibir uma prática que aqui remonta ao período da colonização, quando a atividade do vaqueiro era essencial para a sobrevivência de pequenas e grandes fazendas, daí advindo riquezas. Fato é que após tanto tempo de prática da atividade vaquejada, que servia inicialmente para confraternizar a vaqueirama e depois para encher os bolsos de empresários de eventos, alguém descobriu que os animais sofrem durante a realização dos eventos e conseguiram barrar a diversão de muitos.

Particularmente não aprecio vaquejadas, mas não sou contra a realização das mesmas. A galera do bem que fica empolada ao presenciar os tais maus tratos em animais, quaisquer que sejam eles, deve ser formada basicamente de vegetarianos, ou então os mesmos acham que aquele churrasco do fim de semana é de carne criada em laboratório, ou que dá em árvores. O franguinho assado no almoço de domingo se entregou pacificamente ao funcionário da granja para morrer, em nome da refeição das famílias. Que aquelas bistecas surgiram como que por mágica nas prateleiras dos supermercados. Todos estes animais morreram felizes por contribuir com a sobrevivência da humanidade. Viviam livremente pelos campos, alimentando-se do que conseguiam e de repetente se ofereceram em sacrifício para que os PC’s continuassem em suas lidas pela salvação do planeta.

Quanta inocência! O mundo na visão destes iluminados seres deve ser o mais próximo possível daquelas ilustrações que mostram homens e feras convivendo no paraíso. E ainda enchem o peito e saem se achando a última molécula do universo. Quanta utopia!

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Tudo normal nestes quadrantes

Imagem: https://minilua.com
Baixada a poeira das eleições, de tristes memórias, a cidade volta à rotina entediante. Veículos na contramão, mercadorias nas calçadas, não uso do capacete, ausência de fiscalização no trânsito, enfim, tudo está igual como era antes, para o gáudio da geral.

Durante todo o período eleitoral procurei alguém que citasse algum dos problemas citados anteriormente em suas manjadas “se eu for eleito(a), farei...”. Mas isso é esperar demais daqueles que se propõem a tomar as rédeas políticas do município, em qualquer setor.

Ao contrário do esperado, sai na frente quem promete mais ilusões, por mais estapafúrdias que sejam. Falas mais lúcidas que se apresentem são sufocadas pelas popularescas promessas de mais educação, saúde, como se tudo se resumisse a isso e fosse dever exclusivo do município e ainda fornecessem resultados a curto prazo.

Voltando ao tema trânsito, aqui ganha quem promete menos. Capacetes? Blitz? Isso não traz votos. Só serve para separar os maus dos popularescos. Esquecem os néscios que a violência que hoje assombra parte da população deriva dessas “liberdades”, tristemente defendidas pela maioria dos postulantes a cargos eletivos. Maior controle dos veículos não poderia ser encarado como algo ruim. Se grande parte da população hoje pode adquirir veículos, também pode mantê-los em dia com os impostos. A desculpa esfarrapada de que não o fazem porque as taxas são caras é apenas parte do discurso de eternos coitadinhos. Enquanto isso o trânsito segue matando, crimes acontecendo porque não há interesse em fiscalizar. Delegar apenas às forças policiais essa tarefa hercúlea é minimizar o problema.

As prosaicas blitzen reduziriam em muito a incidência de assaltos corriqueiros como aos postos de combustíveis e pequenos estabelecimentos, assaltos nas estradas, alguns deles seguidos de mortes, como aquele que vitimou dois cidadãos há poucos dias, mas tudo isso é deixado de lado em nome da boa convivência com todos, da vitimização dos oprimidos pelo sistema e todo um discurso já embolorado pelo tempo. E ainda dizem que vivemos há pouco a festa da democracia. Qual, cara-pálida?

E tenho dito!