quinta-feira, 30 de setembro de 2010

E o prêmio Inutilidade do Ano vai para...



...sua excelência, o Título de Eleitor. É. Simples assim, como num estalar de dedos. Todo tempo empenhado em cobrar a apresentação de dois documentos para poder, vamos dizer, exercer o mais democrático dos direitos, de nada valeu.

Antes incensado como importante ferramenta para manutenção da democracia – pois é, de uma hora para outra o documento foi rebaixado e lançado às traças, possivelmente para não prejudicar uma tal onda de envergonhada cor.

Não me vem à cabeça outra utilidade para o TE além de servir para votar. Agora que nem isto mais é possível fazer com ele, para que carregar este peso morto na carteira? Podemos tocar fogo? Se pelo menos o papel fosse macio...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Então, parabéns!


Para sair da mesmice açucarada publicada até o momento, deixo registrada a versão não-quero-ir-pro-céu dedicada a esta data.

Parabéns Esperantina
Apesar...

...das ruas esburacadas, escuras e enlameadas
...da falta de árvores e espaços verdes
...da falta d’água quando mais precisamos dela
...das oscilações na energia que prejudicam os eletroeletrônicos
...da falta de atenção de quem deveria fazê-lo
...da falta de opções de lazer.

Parabéns também...

...pelos que jogam lixo no chão por falta de educação e lixeiras
...pelo turismo sem estrutura
...pelos festejos sempre com a mesma banda
...pela parcialidade dos imparciais
...pelo mau gosto, tornado histórico
...pela falta de iniciativas concretas para o desenvolvimento
...pela ausência de arquitetura
...pelos que deixam os questionamentos para a geração futura
...pelo comodismo dos que só dizem amém!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Regras, precisamos realmente de tantas?



O homem é o lobo do homem, já disse o filósofo. A humanidade não precisa de meios externos para chegar ao fim, por si só ela se destrói. Guerras, drogas, reality shows, “roqueiros” coloridos com escovinha, violência, tudo converge para a decadência dos valores e conseqüente deterioração do mundo conhecido.

A humanidade parece descambar celeremente para um estágio de involução. Do jeito que as coisas vão, brevemente voltaremos às arvores, pois a bestialização ronda a humanidade. Sinal claro disto é o fato de que o estado passa a tratar as pessoas como incapazes de discernir o que bom ou ruim para elas mesmas e segue a ensinar as pessoas a viver e conviver socialmente.

Hoje há leis que obrigam o cidadão a cuidar das crianças, dos idosos, que guiam o voto - que deveria ser originado no íntimo de cada eleitor. Cada vez mais leis são criadas para regular o comportamento do homem em sociedade. E onde fica a consciência do cidadão? O tal livre arbítrio serviria para que então? De que vale dedicar-se anos e anos aos estudos e não poder gerir o próprio destino? Que evolução e modernidade é esta que individualiza o indivíduo e o torna cada vez mais dependente de regras de convivência? Alguém já parou para pensar - calma, não dói - que um dia poderemos precisar ligar para uma central de atendimento ao cidadão e perguntar: como faço para tirar a carninha que ficou entre os dentes?

Quanto maior a interferência do estado na vida do cidadão, mais dependente este se torna daquele, no ciclo vicioso de inter-relações de parasitismo, explorador e explorado. Um não existe sem o outro.

A situação me fez lembrar uma música que, entre tantas outras coisas, declara:

A gente não sabemos
Escolher presidente.
A gente não sabemos
Tomar conta da gente.
A gente não sabemos
Nem escovar os dente
Tem gringo pensando
Que nóis é indigente...

"Inúteu"!
A gente somos "inúteu"!
Música: Inútil. Ultraje a Rigor.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

... esperando. Como sempre.



Setembro de 2010. O mundo já saiu da crise financeira conhecida como marolinha e Esperantina ainda sobrevive do funcionalismo público e de repasses governamentais. Todos já esqueceram do fiasco da copa do mundo e já pensam na copa de 2014, no entanto Esperantina ainda não tem seu estádio de futebol para que os peladeiros barrigudos joguem a troco de álcool. O resto do mundo adota medidas para melhorar a vida dos cidadãos e Esperantina ainda permanece à espera de um extraterrestre que organize o caótico trânsito (!) local., etc, etc, etc.

Vivemos à margem do progresso, ou melhor, até que experimentamos ares do progresso, mas às avessas, vide drogas antes confinadas nos grandes centros, crimes cada vez mais assombrosos, tentativas de copiar o modo de vida fútil que vemos na TV, entre tantas outras parvoíces.

E eu que até me vi andando pelas escadas rolantes do mercado público municipal e finalizando o dia num happy hour na rua climatizada! Auto-flagelo. Nem mesmo posso andar na cidade asfalto sem assalto nas escuras ruas. Ah! Tempo perdido ouvindo juras de progresso.

Tal qual Luther King – versão cocais – sonhei com o dia em que a justiça correria como caudaloso rio, mas o máximo que vi de caudaloso é escandaloso: a água das chuvas teimosamente na avenida e que, em inverno poderoso promete tornar Esperantina realmente uma atração turística, pois a teremos inundada como a lendária Atlântida!

Para muitos as esperanças renovam-se agora. De novo. Esperança que renasce das cinzas a guisa de mitológica fênix. A luz do fim do túnel se aproxima rapidamente, mas creio que seja o trem.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Analisando bem


A política desnuda as pessoas, já disse alguém. Muitos esperam este momento para debutar na sociedade, escrevendo pequenos textos onde defendem idéias fáceis e manjadas como se fosse novidade. Pelos textos pode-se realizar um rápido diagnóstico do modo como conduzem suas vidas, ou melhor, como deixam que a conduzam. Com a livre expressão de suas idéias – direito de todos os cidadãos – apenas se juntam à legião das Maria-vai-com-as-outras, nada acrescentam de novidade. Seguem à risca o que copiam dos noticiosos nacionais (simpatizantes), afinal, pensar por si pode ser perigoso. É bem mais fácil e cômodo aderir ao Ctrl C + Ctrl V, nos textos e nas idéias. Depois se revoltam e prometem nunca mais assistir o BBB, da emissora inimiga do estado, porque alguém que pensou por eles assim o quis. Assustador, não?

Esses modernos pensadores pontuam seus textos com imprecações contra possíveis adversários e exaltam aqueles que acreditam representar o melhor para todo mundo. Palmas para eles. Mas eles realmente expressam suas idéias ou apenas servem de moleques de recado? Muitos nem ao menos se dão ao trabalho de pesquisar a vida pregressa dos pretensos grandes timoneiros. Para que complicar a vida, se para eles basta dizer amém?

E depois ainda vêm com falácias de consciência e democracia. Um saco para vômitos, por favor!

sábado, 4 de setembro de 2010

E a Democracia, quem diria, é isto então?


Democracia, direitos e povo são algumas das palavras do dia. O chato é que no período eleitoral a democracia nivela a sociedade, manietando-a. Somos convocados a fortalecer a dita democracia, votando. Melhor seria se a mesma democracia também servisse para, por exemplo, amenizar as discrepâncias e mazelas sociais. Bem entendido que esta opção não passaria necessariamente pela esmola oficial para tanto.

Do sossego do lar somos sujeitados a ouvir barulheira infernal, onde determinadas pessoas alardeiam suas qualidades e esquecem os defeitos. Prometem alterar o cenário econômico, social, enfim, todos os aspectos possíveis. Democracia deve ser isto então.

Uma vez violada a paz no lar, procuramos então distração na TV e lá estão os ditos com o mesmo falatório. Maldição - penso – temos que esperar mais tempo para assistir os programas favoritos. Mas enfim, isso é democracia.

Para que o sono não entorpeça antes de ver algo interessante na TV temos a opção da internet. Mas algum chato gênio resolveu enviar pelo email mais propaganda eleitoral, mais do mesmo. O desespero bate. Não é possível! O último refúgio foi violado. Se tentamos ler algo para distrair nos webjornais/blogs, matérias disfarçadamente tendenciosas nos fazem ver que o pleito que se aproxima é apenas para “cumprir tabela”, quase WO.

Ah! A democracia deve ser isto mesmo: o direito de não escolher o que ouvir quando se quer silêncio; assistir chatices ludibriantes ao tempo em que queríamos distração para as agruras do dia-a-dia; acessar a rede mundial e ver que sua caixa de emails repleta de e-lixo promocional dos postulantes.

Enfim, nada como viver em um país democrático!