quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Hora de arregaçar as mangas. Ou não?


Foto: www.capuano.freeiz.com


Findo o interminável período de disputas políticas e o êxtase inicial, a calmaria volta a reinar no estado. Ledo engano. O momento agora é de intensa e renhida luta para barganhar cargos em troca dos míseros votos arrecadados. E as promessas... Ah, as promessas formam capítulo à parte na história.

Como passado é passado, agora é o momento de olhar para o estado como um todo a ser governado. É hora de programar as obras e por em prática o tão falado projeto, que de tão mencionado foi o fiel da balança na hora da escolha do novo timoneiro. Agora é chegada a hora de realmente conferir se tudo o que foi dito e prometido se tornará realidade.

Antes de realizar novas e colossais obras, o que deveria ser feito na verdade era a conclusão das inúmeras obras, ora inacabadas, mas que cumpriram fielmente os intentos. Nada mais de falácias, não dá mais para esconder a insatisfação de parte da população que vê postergada a conclusão de obras como o – cof, cof - estádio municipal, o asfaltamento da PI que liga Esperantina a Luzilândia e o de Esperantina a são João do Arraial, a ponte de Luzilândia, entre inúmeras outras, que tantas vezes tiveram seus inícios/conclusões marcados e, no entanto até hoje se converteram apenas em manada de elefantes brancos, uma espécie de monumento à leniência de um povo com a histórica falta de empenho dos sucessivos governos com que somos brindados.

Quanto às promessas feitas, para quem acreditou, fica o consolo: daqui a aproximadamente um ano começa tudo de novo. Nada de mais típico neste território acostumado a pouco, que se contenta em receber esmolas oficiais no final do mês. Isto me lembra a história do político que, durante discurso em campanha promete do palanque trabalho e pão para todos e um gaiato grita do meio da multidão: pra que tudo isso doutor, basta o pão! Esta atitude parece familiar?

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Apenas mais um feriado


Foto: djsanmix.blogspot.com

No dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, o município de Esperantina ganhou mais um feriado. Legal, mas se não me falha a memória, a roda já foi inventada a alguns dias.

Com a instituição do mesmo a data, já específica e dedicada aos debates sobre a questão da consciência negra perde um pouco em participação, pois o feriado só tende a evidenciar o já conhecido desleixo da população, visto o que já acontece com outras datas comemorativas, que passaram a ser encaradas apenas como mais um feriado no calendário, um dia de folga entregue ao ócio.

Bem mais útil - se este era o objetivo - seria promover mesas redondas para o fim a que se destina o dia, ocasião em que se poderia propor, por exemplo, a inclusão da disciplina História da Cultura Afro-brasileira no currículo das escolas municipais, pondo em prática a tão discutida, porém desprezada lei nº 10.639/03, que instituiu e ninguém aplicou o ensino de tal disciplina nos currículos escolares do ensino médio.

Na data merecemos mais do que assistir a uma roda de capoeira ou ouvir idolatria a Zumbi. Promover debates e não a fuga deles, eis a questão.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Porque escrever em um Blog?


Com o advento da internet um mundo novo de oportunidades se abriu para as pessoas.

Informações que antes demoravam dias para chegar a nós, de repente chegam em tempo real. Neste novo mundo digital, os blogs surgiram inicialmente para serem usados como uma espécie de diário virtual, porém, diferentemente daqueles de papel, esses seriam abertos a todos.

O tempo passou e hoje temos blogs com as mais diferentes finalidades, desde os que simplesmente veiculam notícias aos que apenas bajulam; há aqueles usados apenas para autopromoção; aqueles que visam apenas o vil metal ou mesmo aqueles que servem apenas de passatempo, como este.

Específicos ou não, bons ou ruins, não vejo motivos para classificá-los como melhor ou pior, pois cada um guarda características próprias e tem acesso a eles  quem quiser, mesmo com a despista de apenas “dar uma espiadinha”, além do mais, o mundo seria uma m** se todos pensassem igual sobre as mesmas coisas. No caso deste, independente de classificações externas, continuará com a mesma linha de pensamento com o qual foi idealizado. Que mordam a língua ou queimem os dedos os que não gostem dele, pouco importa, a terra não girará ao contrário por isso.

Não vim para que todos tenham vida, apenas semeio dúvidas onde outros vêem certezas; uma ilha de contrapontos em um mar de alienação.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Constatações de primeira vista


Em inúmeras páginas de internet é possível encontrar um famoso texto de Rui Barbosa, onde se lê: de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.

Particularmente no que diz respeito à vergonha de ser honesto, vem-me a mente o esforço que faço e que a maioria da população também faz para conseguir honestamente os caraminguás no final do mês e que, após saldar as dívidas, pouco sobra para o lazer, fico a pensar o que uma pequena parte da população de Cocal City faz para conseguir sobreviver. São bon vivants que ultrapassam os limites dos finais de semana em bebedeiras, festas e comemorações, a bordo de carros ou motos possantes, que não combinam com suas rendas.

Boatos dão conta de que muitos amealham pequenas fortunas na usura, mas mesmo nesta forma ilícita de comércio os ganhos não são assim tão deslumbrantes como pensa a maioria, isso sem contar os calotes que vez ou outra são aplicados nos usurários. Não percebo ricas heranças sendo distribuídas e nem prêmios mirabolantes nas loterias federais para justificar tais esbanjamentos.

O que resta então? Como explicar licitamente estes súbitos acessos pecuniários? Ou alguém encontrou a galinha dos ovos de ouro ou então se tornaram experts em negócios não-republicanos, como diria o carequinha do mensalão.

Que vergonha de trabalhar! Semanas inteiras dedicadas ao trabalho por quase nada. Porém, tal qual pilha alcalina, também há um lado positivo: pelo menos podemos nos dar ao luxo de dormir sossegados – se os imbecis dos trios elétricos particulares assim o permitirem.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Tudo está igual como era antes...

...quase nada se modificou...

Ao incauto que passar pela proximidades da praça da biblioteca, fica a impressão de que finalmente aquela pracinha passará por reforma, dada a quantidade de material de construção e sujeira lá depositados. Como escreve o cara: isso tudo em plena praça pública!


Na foto vê-se claramente materiais de construção depositados em sua calçada, mas, de passagem, sabe-se que os materiais são para reforma não da praça, mas de uma residência das imediações. E não faz pouco tempo que está por lá.

A cidade possui um Código de Posturas que não serve sequer para calçar uma mesa. Em cidades civilizadas, além-cocal, isso geraria multas e a imediata retirada do material, mas não aqui em Cocal City, onde ainda ouvimos o prosaico “sabe com quem você está falando?”. Por aqui espaços públicos são usados ao bel-prazer de quem bem entender. É assim com as calçadas dos comércios, que se tornaram extensão de suas gôndolas; é assim com os camelôs do mercado ou de onde quer que eles se instalem; também é assim com as oficinas mecânicas; da mesma forma com aqueles bares instalados no passeio da avenida-rio e ainda em extensa lista de lugares.

O que nos falta para que possamos aproveitar melhor nossa cidade? Porque ninguém age/reage a isto? A solução ainda é esperar para consertar isto nas urnas? Porque ninguém acompanha a votação de leis e projetos que mexem com a vida e o cotidiano de Esperantina? Porque não temos campanhas que visem a melhoria da cidade, tipo Pega o Sujão, que apresentou êxito em Teresina em meados dos anos 90? A inércia já causou muito mal a esta cidade e ainda assim continuaremos assistindo passivos a tudo? Será medo de se indispor com pretensas autoridades? A – cof, cof - imprensa local já não apresenta musculatura suficiente para cobrar de quem de direito? Não se vive de projetos. A vida na cidade é mais que uma convenção de interesses.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Já vi isso antes ou Deja vu do miserê


Vivemos cercados de cenários os mais diversos possíveis. Enquanto nos mostram o Piauí que dá certo, tomamos conhecimento de que nem tudo vai tão bem assim, como nos querem fazer crer.

Hoje fomos informados de que a vizinha cidade de Luzilândia teve mais uma vez um banco assaltado. Na Tv somos informados que o estado é um dos mais tranqüilos do país, na vida real tomamos conhecimento da fragilidade da segurança pública naquela cidade, entre outras tantas.

Se não bastasse isso, na penitenciária regional de Esperantina - aquela que só abrigaria presos de baixa periculosidade, alguém lembra? – alguns detentos, conhecedores da fragilidade da segurança do local e ainda de que o pouco efetivo da cidade havia sido deslocado para Luzilândia, resolveram se amotinar, com vistas a empreender fuga, atormentando parte dos habitantes de Esperantina. Tudo isso aqui, em um estado que é tranqüilo, onde os moradores são felizes, segundo declarações.

Não fiquemos de olho apenas nos índices mesquinhos da educação, estamos carentes de políticas de segurança também. E que não venham com a conversa fiada de que isso são apenas episódios isolados. Os programas de TV gerados no estado nos apontam para um destino incerto e inseguro às vistas de todos. Pergunto: e a segurança, também é para todos? Poderemos novamente andar tranquilamente pelas ruas ou precisaremos nos isolar em nossas casas esperando ser a próxima vítima?

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Carrossel


O horário político acabou, sem deixar saudades. Entre mortos e feridos resta agora lamber as feridas e a agonia da espera por melhoras, conforme prometido.

Hoje o dia já iniciou ruim, com a falta de água durante quase todo o dia e um calor de rachar. O que se espera agora é que o tal Projeto – tantas vezes lembrado – seja posto em funcionamento e saia do papel como propalado.

Estradas e pontes por terminar, estádios (lembram?) a construir, entre tantas outras coisas devem – com certeza - sair do papel em período não eleitoral. É salutar e imprescindível que também o governo que prossegue acabe (alguém acredita?) a distribuição de cargos e DAS para apaniguados, razão de grande atraso na educação; que realize concurso para cargos EFETIVOS e não apenas  o placebo de concurso para temporários.

Após a euforia da vitória vem a sede por cargos e aí a coisa degringola para a luta livre entre “amigos”, a máquina governamental é loteada e, salvo engano, tudo continuará como antes. Ah, nada como viver em um país democrático, onde o bem comum é a meta principal!