terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Ativismo e memórias

Imagem: Anajus.org.br

A velha política dá sinais de que ainda não foi extirpada. Aqui e ali o ranço do corporativismo, do coronelismo vil e outras aberrações vem à tona.

Certa vez me flagrei consultando os rascunhos de prédios e outros aparelhos públicos locais e me dei conta de que ali, mais que em qualquer outro lugar, se pode notar o apego ao poder, mesmo nas mais mesquinhas formas, a que se apegam os chefetes locais.

Aqui um parente nomeia uma praça, ali uma avenida, um residencial, umas ruas mais à frente e assim segui por muito tempo e percebi a tentativa de perpetuação na memória popular de determinados representantes “do povo”. De obra mesmo bem pouco merece a lembrança.

Para homenagear um ente querido não se medem esforços: se atazana a paciência de uns para conseguir nomear algo com o nome do parente ou amigo que na maioria das muitas vezes nada tem a ver com o objetivo final da obra, mas a homenagem é feita, nem que para isso se recorra ao sobrenatural ou à mais vil demonstração de poder. Tais fatos acontecem em detrimento de centenas de pessoas que realmente contribuíram com o município, ao invés disso, simplesmente se homenageia por ter o mesmo sangue de mandatários. Sangue este que, além de conseguir nomes em órgãos e aparelhos, ainda consegue empregos com ótimos salários, como se competência fosse hereditário e constasse no DNA.

Em nome dessa aberração chamada corporativismo e outros nomes que não convém citar, temos inúmeras homenagens a desmerecidos e ilustres desconhecidos, que afrontam os princípios da impessoalidade e moralidade, que deveriam nortear seus passos públicos.

E tenho dito!

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

A hipocrisia que não é ilegal, mas é imoral e engorda

Imagem: Arquivo do Blog.

Em mais um lance dantesco da polititica de uma distante cidade primeiro mundista, uma mente iluminada resolveu abarcar mais um naco do combalido erário e, para não figurar nos postes na próxima semana santa, resolveu convencer seus pares da extrema utilidade de aumentar seus rendimentos e atuando em causa pró..., digo, em nome da municipalidade que representa, trouxe do mais recôndito gabinete da ilha da fantasia a ideia de 13º salário e abono férias para os amigos. Oras, afinal, trabalha demais e merece algum retorno.

O grande lance é que, diferentemente do que foi ardilosamente alardeado pela – cof-cof - imprensa, a proposta de pagamento de 13º salário não beneficiará apenas os vereadores, mas também aos cargos de prefeito, vice-prefeito e secretários, que não custa lembrar, não são profissões. O impacto no orçamento ainda não foi mensurado, mas em um período em que o Executivo local se viu forçado a exonerar centenas de servidores de seus quadros e da dificuldade em realizar pagamentos de outros prestadores de serviços, como os garis, por exemplo e ainda o pagamento dos servidores da educação é no mínimo, um contrassenso o período escolhido para tal peripécia. Sem mencionar que a produção laboral dos beneficiários não justifica sequer uma diária de lavrador.

A medida conta com o apoio velado da maioria absoluta dos colegas e oculto dos outros prováveis beneficiários da medida. Aos incautos que pensaram que a benfazeja atualização e modernização da Lei Orgânica serviria unicamente para adequar a lei à nova realidade, detesto informar, mas a luz do fim do túnel foi apagada por falta de pagamento.

O silêncio sepulcral sobre o tema foi quebrado por única voz que se levantou contra o trem da alegria. Como de praxe, o queixume da população se resume a alguns palavrões em redes sociais e a promessa de não mais votar em determinados candidatos. Ad aeternum.

Agora me veio a dúvida cruel: se há tantos bons samaritanos a ser beneficiados a contragosto e diligentemente ocultos pela mídia, porque cargas d’água nenhum deles se manifestou, arriscando-se assim à eternidade nas chamas ardentes do inferno dantesco?

Ah, que falta faz ao município aquele religioso de ocasião que, em situação semelhante décadas passadas, não hesitou e extirpou do seio religioso e por tabela, do convívio social os perniciosos perdulários. Mas hoje tudo é paz e amor, os inimigos de hoje podem ser aliados amanhã.


E tenho dito!

terça-feira, 24 de outubro de 2017

O exército de dois homens sós

Imagem: Arquivo do Blog.

A cidade que aspira a ser influente, conhecida nacionalmente pelo trânsito caótico que lembra o mercado egípcio colonial, resolveu se modernizar e ao final de muita discussão, a solução mágica encontrada foi municipalizar o trânsito. Ok, beleza.

Para não fugir à regra, as coisas foram feitas atabalhoadamente. Primeiro veio o concurso para agente de trânsito, alguns anos passados. Depois veio a convocação de um único agente, que logo foi acompanhado pelos indefectíveis companheiros comissionados, mais uma coordenação sem atuação e sem os demais aparelhos que constituiriam um departamento de trânsito digno do nome. Uma pose pra foto aqui, uma blitz pra inglês ver ali, eis que no ocaso a cidade se viu com apenas um agente com a hercúlea atribuição de controlar o tráfego furioso, indisciplinado e mortal.

Passados mais alguns anos, nova oportunidade com mais agentes concursados. Agora a coisa vai. Porém, no frigir dos ovos apenas um permaneceu no cargo e veio a somar com o anterior, o ultimo moicano, já existente. E tome expectativas. Como sempre, as promessas de praxe: blitz educativas, sinalização das ruas, asfalto, ...

Mas o que vemos até o momento são dois pontos amarelos vagando sem lenço e sem documentos, sem poder de autuação, sem veículo para se deslocar a serviço, sem infraestrutura, sem... tudo.

Até quando continuaremos a brincar com o trânsito, enquanto as ruas se enchem de cruzes? Estamos em uma cidade onde os condutores de veículos estacionam seus possantes onde bem lhes convier; que trafegam em qualquer sentido da rua, seja mão ou contramão sem que nada nem ninguém possa interferir; onde motoqueiros treinam suas habilidades nas ruelas atrofiadas de veículos estacionados em ambos os lados da via; onde ruas são interditadas por particulares para fins privados; onde o mal exemplo é dado por quem deveria coibir estas mazelas.

Pobres de nós, que necessitamos transitar a pé pelo canteiro central da avenida, desviando das churrasqueiras ardentes; das cadeiras dos bares, das motos estacionadas ou das que circulam pela área dos pedestres, bem à vista dos olhos complacentes de todos... padecemos pelo desleixo na condução do trânsito, pela má fé.


E tenho dito!

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

A cidade e o voos de galinha


Imagem: Arquivo do Blog.

A cidade que hoje aniversaria é a terra prometida da seara política. Aqui, “em se plantando, tudo dá” reza a lenda e a ladainha. Aspirante a cidade turística, a cada dia o patrimônio natural se decompõe a olhos vistos, sem que algo mais efetivo seja feito além de prosaicas manifestações isoladas e o pires repassado de mãos em mãos nas esferas do poder; as festas se relativizam ao lugar comum da mesmice. Alardeada como centro comercial da região, a duras penas a atividade resiste por méritos próprios, sufocada pelo tributarismo famélico e baixa renda local, dominada pelas esmolas oficiais.

Aforismos a parte, vivemos o eterno ciclo do crescimento, do “agora vai”, desde que o aglomerado de casas passou a ser denominado de cidade. Já vivemos o oba-oba na área da agricultura, irrigada ou não; da criação de gado; criação de frangos e nos resta a piscicultura, que segue alegrando a população com suas festividades anuais subsidiadas pelo erário. São tantas as possibilidades com a nova cultura, que há de se pensar: porque não começamos antes a criar peixes? São prometidos tanto desenvolvimento e oportunidades de negócio na área que...que... a terra da oportunidade é aqui, dizem. A renda gerada nos dias de festival de tambaquis foi centrada nos dias do evento para voltar à calmaria desde então. Rodadas de negociações voltadas ao desenvolvimento da cadeia de produção/comercialização lembram a história dos ovnis’s: dizem que existem, mas ninguém vê.

Tudo isso sem mencionar o fato de que a piscicultura, como praticada por estas terras, sem um mínimo de fiscalização é danosa ao meio ambiente, pois em nome de um progresso de poucos, poços que deveriam abastecer residências, são perfurados para favorecer a piscicultura. Riachos foram represados e outros aterrados, para dar lugar aos tanques escavados. Tudo isso ao arrepio da lei, pois inexiste órgão fiscalizador no município e sequer se menciona estes fatos degradantes nas mesas de negociação, nas festas subsidiadas. A quem interessa tudo isso? Os efeitos de tudo isso serão percebidos a longo prazo, quando será bem tarde para fazer campanhas piegas e atrapalhar o trânsito com marchas inúteis, permeadas de cartazes com frases de efeito.

E assim a história do município ganha mais um capítulo de desenvolvimento tipo voo de galinha, até que se encontre outro nicho para crescimento, que mudará tudo outra vez, como sempre.


E tenho dito!

domingo, 10 de setembro de 2017

E ele está de volta, o Luto Eterno.

Imagem: Arquivo do Blog.

Vez por outra ele some e sem o menor constrangimento retorna às redes sociais de Cocal City. E quem seria esta celebridade? O Luto Eterno!

Hoje, mais pessoas perderam a vida no caótico trânsito local, desgraçado pela ausência de fiscalização efetiva e pior ainda pela total falta de educação no trânsito. Motociclistas aqui só precisam de acelerador e escapamento ruidoso, a licença para atropelar é adquirida no momento da compra da moto. Condutores de veículos também não estão isentos, pois tomam como suas as vias públicas, parando onde bem entendem, dane-se quem quiser passar.

Ele, o trânsito, que seria municipalizado, faz vítimas com voracidade impressionante, sempre acompanhadas do indefectível “luto eterno” nas redes sociais. E pronto. Tal qual as pessoas que digitam amém sempre que postam foto de pessoas doentes naquela rede social, aqui tão logo se confirmem óbitos, ato incontinenti surgem as mensagens de luto, eterno até a próxima tragédia, como se isso resolvesse a inatividade das autoridades do trânsito municipal. Até o momento, de municipal só o portentoso cargo com sombra e água fresca.

Se reclama de quase tudo: da água que falta; da banda inexpressível nos festejos e ainda assim com ingressos de superstar; da iluminação laranja-amarelada e por aí vai. Quanto ao trânsito, pouco a ressaltar. Aqui e ali uma palavra ao vento e por aqui acaba.

Os revoltosos do sofá, bajuladores e assemelhados se mantem em silêncio cavernoso, ao melhor estilo do “não mexendo comigo, tudo bem”, esperando até o dia em que passem à oposição para finalmente emitir seus gritos de cidadania.

E assim segue a vida. E tenho dito!

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Minha Rua S/A

Imagm: milanuncios.com

Há tempos que se fala contra a privatização de órgãos públicos, principalmente entre a galera politicamente correta, que não bebe coca-cola nem cospe no chão e se diz engajada em mudar o mundo. Mas por aqui, seja nas redes sociais, no rádio, na mesa do bar... não vi até hoje um cochicho sequer sobre a privatização das ruas e calçadas de Cocal City.

Por onde se ande nesta cidadela, os exemplos de apropriação de espaços públicos podem ser observados. Tem a ocupação das calçadas pelos comerciantes, pelos condutores de veículos e, em especial, pelos condutores de motocicletas.

Estes merecem atenção à parte, senão, vejamos: estão em maior quantidade pelas vielas enlameadas, causam a maioria dos acidentes e se aproveitando da completa falta de fiscalização, se assenhoram das ruas e calçadas. Param ondem bem entender, trafegam sem perceber o mundo ao redor. Seu objetivo parece ser sempre chegar mais rápido, pra que, nunca se sabe. Em nome da emoção, arriscam vidas nestas ruas estreitas e mal sinalizadas, sobem calçadas para contornar os veículos que atrapalham seus percursos. Acham que aquelas luzinhas nas laterais, frente e trás - que os incautos chamam sinaleiras - servem apenas para decorar a motoca. Não se envergonham de trafegar pelo sentido contrário da via e se acham o máximo ao acelerar e ensurdecer meio mundo de pessoas. Se levantar o pneu então, é o píncaro de suas vidas, o nirvana da delinquência.

E as autoridades do trânsito, o que fazem, além de abocanhar nacos generosos do erário? Como vivem? Onde vivem? Sexta, no globo repórter.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Retalhos de chita

Imagem: https://br.pinterest.com/

Todos os anos a novela se repete. Os que defendem o uso da cultura como escoadouro do erário para, a toque de caixa, bancar as modernas quadrilhas juninas e outros, que preferem as mesmas da forma mais tradicional, sem fantasias de carnaval e sem chiliques.

A verdade é que as apresentações se tornaram repetitivas e cansativas. Quem viu uma, viu todas. Uma correria só. Neste cenário, o festival junino deste ano em Cocal City foi como sempre: fraco, sem maiores atrativos que não as bandeirolas a tremular sobre todos.

Nunca houve por estas terras a tradição de grandes espetáculos de quadrilhas. Não seria agora. Aqui e ali alegam falta de patrocínio para incrementação dos vestuários e outras despesas, mas pouco fazem para arrecadar verbas com o próprio trabalho. Tampouco a iniciativa privada se mostra afável à causa. Será o fim da tradição junina? É realmente necessário o aporte de recursos consideráveis para que haja diversão? E a espontaneidade e criatividade dos brincantes onde fica? Tudo se resumiu a dinheiro. Diversão S.A.

Ano que vem as promessas farão outro festival bem mais agradável. Muitos candidatos entre o povo, patrocínios que somem na entressafra das eleições, surgirão para gáudio dos quadrilheiros.

- Olha o patrocínio!
- ÊÊÊÊÊ...
- É mentira!!
- AAAhhhh...


quarta-feira, 31 de maio de 2017

Uma cidade aquém de seu tempo

Imagem: https://ahoradaestela.wordpress.com

A cidade singular, que sempre será palco dos maiores eventos e que aspira ser grande centro de tudo, não passa de um celeiro de oportunidades para uns poucos.

Ao passar dos anos, continuamente assistimos ao lento definhamento do pouco já conquistado em matéria de desenvolvimento. Aqui temos uma rua que, de climatizada, passou a traumatizada; um mercado que seria reformado para inaugurar, mas que na realidade será reformado antes da reforma inaugurada; um terreno baldio que um dia foi um estádio e que deve virar reserva ecológica. Um teatro em que o único espetáculo é ver que ainda não caiu. E ainda uma relação de outras banalidades.

Com tantas oportunidades para buscar soluções e desenvolver o município, nos vemos cercados por tolices, obras vazias, festas que não passam de promoção pessoal, discursos ocos e uma plateia ávida para aplaudir em troca de empregos, afogadas em imediatismos e devaneios tolos. Até quando?

E tenho dito!


domingo, 30 de abril de 2017

O estado como pai de todos

Imagem: aforrobodo.zip.net

A despeito de tudo que se fale em matéria de crise financeira, o tamanho do estado (por estado, entenda-se, os governos nos diversos níveis) continua a aumentar. Fechando os olhos para parcela considerável da população que trabalha e se esforça cotidianamente para conseguir o pão de cada dia, gestores se esforçam para pesar ainda mais a mão do estado no bolso do cidadão contribuinte.

Neste sentido, vale de tudo. Um sem-número de “pra nada” são escolhidos para ocupar espaços públicos bem remunerados, enquanto outros são preteridos não por falta de habilidades, mas por puro critério político-eleitoreiro, sim, porque o único motivo que faz com que inúteis assumam cargos é o título eleitoral. E tudo isso acontecendo em plena luz do dia, sob os olhares complacentes de todos, boquiabertos diante da autoridade emanada pelos "escolhidos" democraticamente para trabalhar em prol de toda a população. Mas isso é outra História.


Por isso tanto desprezo pela desestatização, pela diminuição do estado na vida do cidadão. Preferem um grande estado, provedor de tudo e para poucos. Temem a iniciativa privada não por desprezo ao dinheiro, mas por temor às cobranças por eficiência nos atos.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Velha novidade

Imagem: https://maisqvencedor.wordpress.com

Assistimos diariamente a uma miríade de informações de todo o brasil, em especial, de Brasília, sobre os saques ao erário, promovidos por partidos de todas as ideologias, alguns, mais aferrados ao poder, mas somente ao poder.

Todos os dias ao ligar a TV ou acessar a internet somos bombardeados com informações, dando conta do caótico sistema político brasileiro, onde o balcão de negócios substituiu as mesas de debate, onde reina “o meu pirão primeiro”, meu amigo, meu parente. Tudo isso levado adiante por pessoas legalmente eleitas – leia-se aquelas que melhor enganaram – e, em tese, aptas a defender os direitos da população.

O interessante é que na lei, no papel, tudo é muito lindo. Viva a democracia! As propagandas institucionais que pregam a fiscalização dos atos dos políticos eleitos é coisa linda de se ver. Mas tudo para ali mesmo, na propaganda. Fiscalizar e denunciar é relativamente fácil, embora poucos se aventurem a isso, mas quanto aos resultados dessas ações, podemos deixar para as gerações vindouras colher os frutos destes atos de cidadania, dada a morosidade e atropelos a que ficam submetidas as ações que visam passar a limpo esses atos “não republicanos” que vemos nos noticiários e no dia-a-dia.

Se parte considerável destas más ações são de conhecimento de todos os que querem ouvir, porque ainda são eleitos os mesmos representantes, eleição após eleição? Que renovação se vê nestas terras esquecidas pela decência? O que a maioria ganha com o leva-lá-dá-cá, a não ser um tapinha no ombro?

Já não vejo diferença entre os dedos e os anéis. Não há diferença entre esquerda ou direita, todos são retaguarda.

terça-feira, 28 de março de 2017

O DNA e a evolução da espécie

Imagem: http://professoradanielagil.com.br

O DNA, aprendemos na escola, é a molécula da vida. É no DNA que a informação genética de um organismo é armazenada e transmitida aos seus descendentes. Isso acontece na teoria da escola. Aqui, ao vivo e a cores a realidade e a lei da evolução garantem mais características que ainda não chegaram aos livros escolares.

Foi-se o tempo em que o DNA era responsável por transmitir características genéticas às pessoas. Eis que agora o DNA, ao menos nestas terras de babaçuais agora transmite competência, inteligência, altas capacidades para ocupar cargos públicos, sem precisar passar pelos prosaicos concursos públicos, coisa de baixo clero.

Aos desavisados pode causar espanto ao ver que parcela considerável dos cargos em repartições públicas seja ocupada por aqueles que brandiam raivosamente bandeiras nos meses de loucura eleitoral e coincidentemente guardam em comum com chefetes o mesmo DNA. Alguns não entendem tanto fervor. Passadas as eleições e nos anos posteriores se verá a motivação por trás de tanto ardor.

E ainda tem os bobos da corte que a tudo isso veem e consideram coisa normal, que sempre existiu. Com pensamentos assim, sempre existirá.


E tenho dito!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Requiescant in pace

Imagem: Arquivo do Blog.

E então o prédio da escola foi doado, como planejado. Entre tantas opções de aproveitamento para o prédio, ele foi doado. Não demora e se verá o município passando o pires pelos corredores do governo, em busca de recursos para tocar obras, por não dispor de recursos próprios em quantidade suficiente, mas doamos um prédio.

Não deveria causar muita surpresa mesmo, tal ato, afinal, no município já foram doadas as calçadas para os comerciantes expor/vender suas mercadorias; as ruas foram doadas a furiosos e inabilitados condutores de veículos para nelas fazer o que bem entender; o canteiro central da principal avenida da cidade foi doado a comerciantes para lá receber sua clientela com brasas, fumaça e bebidas; o teatro doado às baratas; os poliesportivos aos insetos... pensando bem, era apenas uma questão de tempo.

E a reação da plebe a tudo isso se resume a “protestar muuuiito nas redes socais”. E o que resta então de patrimônio público a ser preservado, os urubus domesticados? Contrariamente às falas favoráveis ao projeto, preservar o patrimônio não é se prender irremediavelmente ao passado, pelo contrário, se trata de preservar a memória da cidade, guardar algo que nos resta no presente e nos lembre no futuro. Não se trata apenas de um edifício. É muito mais que isso. São histórias que se encerram naquele lugar e porque não dizer, ali é um museu a céu aberto. Falta sensibilidade para sentir, perceber o que se fez. Agora é tarde. Por todas as memórias agora solenemente sepultadas alisó resta afirma Requiescant in pace.

E tenho dito!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Terra do Nunca

Imagem: Depositphotos.com
A terra do nunca dá sinais de vida. Dizem as más línguas que o mercado público vai ser entregue em julho, que a cidade terá saneamento básico e que o sol nasce para todos.

Esse lenga-lenga do mercado já encheu a paciência de muitos e por muito tempo. Cada visita oficial é uma nova data e novo alento para a população e vários flashes. O tempo passa e nada de novo. Desconfio que haverá reforma  do prédio antes da nababesca inauguração.

E tem a nova minissérie do saneamento, cheia de lances audaciosos, intrigas épicas e cenas deprimentes de alienação. Mas não se pode falar muito sobre, pois é falta de amor à terra, berço amado de povo gentil.

O sol nasce sim, para todos, mas a sombra do DAS é para poucos!

Em um dia qualquer, sem obras a inaugurar, espero contar um pouco de mitologia com a história da fênix política.

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

O mercado. Ah... o mercado!

Imagem: Arquivo do Blog.

O mercado público municipal de Esperantina é um exemplo de como as coisas realmente são por aqui e não o que se vê/lê por aí.

A continuar no mesmo ritmo de trabalho, o dito mercado deverá primeiramente ser tombado pelo patrimônio histórico antes da conclusão das obras de restauração/ampliação do mesmo, reformado e pós discursos inflamados e testes de paternidade, ser finalmente inaugurado.

A história toda iniciou no mês de junho de 2013 com o lançamento da pedra fundamental para construção e reforma do mercado. Desde então a novela se estende com lances dignos de dramalhão mexicano. Tem a autoridade que dá o ar da graça no local e libera recursos virtuais; tem os que de longe assim também procedem; tem os arautos que inflam o ego de mini autoridades com palavras cheias de otimismo e vazias de verbas e outras tantas personagens que dá desgosto ver.

Ao largo de tudo, como sempre, a plebe aguarda pela conclusão da obra, mas sem grandes esperanças. Pode ser que amanhã a - cof-cof - imprensa local noticie que “as obras estão em ritmo bastante acelerado”; pode ser que alguém resolva passar por lá e não ouça barulho sequer de grilos, quanto mais de homens trabalhando. Pode acontecer tudo, inclusive nada e todos continuarão felizes a fazer compras no majestoso mercado provisório/permanente improvisado.


E tenho dito!

domingo, 22 de janeiro de 2017

Desenvolvendo e cantando

Em qualquer lugar do mundo, cidades primam pelos seus habitantes, editando leis que melhorem o cotidiano de todos e aqui, bem...aqui é diferente. Estamos em uma cidade que prima pelos direitos dos condutores de veículos, comerciantes e outros, em detrimento do restante da população e a novidade agora foi a instalação de um outdoor em pleno canteiro central da avenida.
 
Imagem: Arquivo do Blog.
Alguma suprema sapiência autorizou e se não o fez, fechou os olhos para a instalação de outdoor no canteiro da já combalida avenida central da cidade. Não bastassem aquelas casinhas de pombo no passeio, com suas áreas cobertas que alongam as casinhas, os fogareiros em brasa, a fumaça dos espetinhos, as cadeiras dos bares... enfim, não bastassem os absurdos já incorporados ao cotidiano, agora se faz a instalação dos outdoors, que enfeiam (sim, ainda é possível) e dificultam a vida de pedestres, tenham eles restrições de movimentos ou não, pois além das bases da placa, fincaram estacas de aço e cabos para fixar melhor as placas, oferecendo risco de tombos e afins àqueles que se atreverem a se deslocar pelo passeio central.

Quem autorizou? Ou não foi autorizado? Se não foi, alguém ganhou uns caraminguás se aproveitando do vácuo recesso municipal. Quem anuncia também tem parcela de culpa ou deveria no mínimo ter algo na consciência ao observar que aquilo lá fere leis de trânsito e o Código de Posturas do município. Ou será uma miragem que apenas uns poucos perceberam? E assim seguimos, desenvolvendo e cantando.


E tenho dito!