quinta-feira, 28 de abril de 2011

Minha caneta, minha espada


... então os policiais civis entraram em greve para reivindicar direitos e nesse ínterim surgem graves denúncias contra eles, em supostos casos de corrupção. Ágil, o governador responde com a possibilidade de extinguir a policia civil no estado, assim, numa canetada só. Molim, molim.

Certa feita, ao sugerir as metas e ações para o grande Piauí que está nascendo foi dito que “A tranqüilidade do cidadão é o grande objetivo das políticas de segurança pública.” E que para seguir com as transformações, algumas estratégias são fundamentais, entre elas [...] fortalecer os setores básicos (educação, segurança, saneamento). Taí, não esperaram ele molhar o bico...

Diante disso, outras classes de servidores estaduais devem estar de cabelos em pé. Imagino o que pode acontecer na próxima greve dos professores, por exemplo.

E assim, com o filho do sertão, o homem do pé rachado, também chamado Trator o Piauí segue mudando. Porque o futuro está acontecendo agora. Porque, vai encarar?

Paz e Amor

Imagem: republicando-comunicacao.blogspot.com


Aqui deve ser realmente o melhor lugar do mundo pra se viver. Passados cinco dias do final da festa da semana santa em Esperantina, ainda não li ou ouvi nos noticiosos locais uma palavra sequer sobre entreveros ocorridos durante a mesma.


Pois é. Por aqui até mesmo as serestas com cinco pessoas têm confusão e, no entanto na festa sem nome da semana santa, que reuniu milhares de pessoas não aconteceu nada disso. Povo educado. Nenhum menor altas horas na rua e nem mesmo consumindo bebida alcoólica. Um espanto. Nenhuma briga, né? Ninguém preso. E não é que o autor do hino municipal tinha razão as tascar lá na letra “território bendito e ordeiro?” Primeiro mundo, como costumam dizer os deslumbrados.

E você ai, pensando que somente os países orientais tem organização e disciplina.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O caso das sacolas plásticas

Imagem: improbabilidade-infinita.blogspot.com


Tornadas vilãs pelo discurso dos cavaleiros do apocalipse ecológico, as sacolas plásticas estão na mira de oportunistas sempre prontos a lucrar algum nessa onda.

Elas estão em toda parte: no supermercado, na farmácia, no pequeno comércio e até no barzinho nosso de cada fim de semana. De grande solução para transporte de pequenos volumes, as sacolas passaram a ser responsáveis por tapar esgotos e contribuir para alagamento nas cidades, sufocar crianças, servir de alimento para animais marinhos e mais uma miríade de outras maldades. Fogueira nelas!

Diante deste fato assombroso e catastrófico, algum iluminado teve a idéia de substituir as vilãs pelas prosaicas sacolas de papelão, caixas de papelão, ecobags – ou sacolas de pano, nem sempre produzidas de modo ecologicamente correto – e contam com a ajuda da imprensa descolada para divulgar isso. Sensacionalismo também ajuda a vender e faturar.

Nunca vi ou ouvi falar de algum caso de sacolas com capacidade de se locomover sem as mãos de alguém para se depositar em determinado local à espera pela decomposição centenária. Um samaritano preocupado em salvar o mundo já devia ter percebido que se sacolas aparecem no mar, nas bocas de lobo ou infestam os lixões é porque alguém as levou ou jogou lá. Simples assim. Ninguém parece ter pensado em orientar os usuários a descartar corretamente as sacolas usadas antes de sair por ai atormentando as pessoas à guisa de arautos do bem viver, corretores do paraíso.

Já existem cidades onde leis foram aprovadas restringindo ou mesmo proibindo o uso de sacolas plásticas no comércio, com aplicação de onerosas multas para os infratores. E a onda verde se alastra qual tsumani pelo país. Não demora e chega por aqui, como se já não bastasse.

Salvem o planeta, mas não me torrem a paciência.

Fala, que talvez eu te escute

Imagem: blzestetica.blogspot.com

Cansado de passar horas viajando em trechos de estradas que antes eram vencidos em minutos? Não agüenta mais esperar na fila para ser atendido(a) na rede pública? Seus problemas se acabaram! Para ver resolução destes e outros problemas basta assistir a um dos telejornais da imprensa piauiense. Por lá desfilam personalidades estaduais que têm nas mãos o poder de melhorar ou não, a sua vida como usuário de bens e serviços públicos.

É divertido assistir às suas entrevistas, melhor que os programas humorísticos politicamente chatos corretos, pois durante a realização das mesmas não há problema que não seja resolvido. Um telespectador pergunta sobre a construção de uma ponte em determinada cidade e pimba! A autarquia responde que acabara de sair de uma reunião onde foram tratadas diversas questões sobre obras e a citada era justamente uma delas. E segue a ladainha.

Pergunta um telespectador:
- Mas e doutor, aquela estrada lá na...
Interrompendo:
 - Já está prevista e vai sair.
Outro sonolento pergunta sobre investimentos em saúde e novamente...
- Já está prevista e vai sair.
- E a crise no Estado? Como está?
- ... não entendi a pergunta.
- A crise no Estado, as dívidas...
- ... tudo corre na normalidade. No momento estamos apenas nos adequando à realidade pós-crise econômica mundial, vulgo marolinha.

E assim prosseguem as entrevistas dos digníssimos, enquanto cidadãos se deslocam com lama aos joelhos e/ou sofrem com a falta de serviços e obras públicas a que têm direito. Para eles tudo isso não passa de coisa provisória, como também o é a crise energética que quase ninguém fala, de tão empolgados que estão com o discurso de moralidade e grandes realizações da amazona.

Fique sentado da frente da Tv, não faça força pra tentar entender...

terça-feira, 19 de abril de 2011

O último que sair, por favor apague a luz.

Imagem: www.vejasp.abril.com.br

A situação política de Esperantina não está em seus melhores dias. A cada F5 (atualizar) novas informações dos portais nos assustam, com inúmeras possibilidades e nenhuma solução. Nuvens negras se avolumam no horizonte, sem trocadilhos.

Andar pelas ruas da cidade tem algo de cômico e trágico, em medidas incertas. Aqui alguém comemora a transição que hora se desenha, ali alguém temeroso com o destino da cidade, acolá outros se movimentam tentando aquinhoar simpatizantes para também tomar parte (e proveito) desta situação.

Sem muito o que fazer a não ser esperar, a população assiste a um jogo rasteiro pelo poder, onde grupos se digladiam em nome de interesses vários, nem sempre favoráveis ao desenvolvimento do município.

A história política recente de Esperantina tem sido bastante movimentada, com lances espetaculosos, reviravoltas na corrida eleitoral, duas cassações de mandatos e movimentos subterrâneos pelo poder, que para alguns se assemelham a uma partida de xadrez, para outros não passa de uma partida de pife em banca de jogo no período do festejo.

Enquanto o momento serve apenas para medir forças no cabo-de-guerra político, a cidade amarga pelo lixo nas ruas, a falta de obras estruturantes e tudo a mais que tem direito e foi prometido por gregos e troianos, ou será que também as promessas já não fazem sentido?

E assim ficamos no aguardo de resolução para mais este mal. Se nada de mais estranho ocorrer, só voltarei às postagens na próxima semana.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Os fins justificam os meios?

Imagem:fernandonogueiracosta.wordpress.com


Quando Maquiavel supostamente afirmou que os fins justificam os meios criou-se celeuma em torno deste pensamento e até hoje as opiniões se dividem, com defesas acaloradas pelo sim e também pelo não.

O recente episódio da cassação do mandato do prefeito de Esperantina é um caso clássico para uso desta frase. Os fins justificam os meios? Segundo a peça jurídica, pesou para a decisão deste caso o fato de que o acusado teria sido beneficiado com obras e serviços durante o período de campanhas, com a finalidade de beneficiá-lo eleitoralmente. Os fins não justificariam os meios, neste caso.

Instado a respeito em determinada ocasião o prefeito cassado, para quem os fins justificariam os meios, disse que o que fez foi em benefício da população[i], que sempre ajudaria necessitados, “custe o que custar”. No momento, custou caro.

A discussão não termina assim, fácil. Para os que defendem que os fins justificam os meios já foram formuladas indagações do tipo: então você aceitaria a tortura de suspeitos como meio válido para adquirir informações sobre atentados terroristas, por exemplo? Mas e se alguém rouba comida para alimentar pessoas famintas, o ato não justificaria a finalidade? O debate é análogo à armadilha da areia movediça, quanto mais tentativas se possa fazer para sair, mais se aprofunda.

Ao largo do questionamento e possível (?) solução do imbróglio, a população fica à espera de ações simples, como a coleta regular do lixo nas ruas; que alguém encarecidamente se lembre de retirar aquela árvore caída há dias em frente à Biblioteca Municipal; que se lembre de construir um estádio para os peladeiros, que faça... Enfim, a vida continua, inexoravelmente.


[i] Esta oposição que está aí não tem coragem de enfrentar esse neguinho aqui nas eleições porque Eles sabem que perdem e o verdadeiro motivo de minha cassação foi porque agimos durante a enchente para salvar vidas, foi só isso que aconteceu, ou seja, aonde tiver uma pessoa passando dificuldade o meu governo e o da presidente Dilma, vai ajudar as pessoas curte o que custar”, falou Chico Antônio. Disponível em http://jornalesp.com/2011/03/01/exclusivo-prefeito-chico-antonio-e-recebido-com-aplausos-por-partidarios-e-populares-em-esperantina/.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Assim nascem as leis

No Brasil a maioria das leis é elaborada e proposta no calor das emoções. Neste momento discute-se a realização de plebiscito sobre o desarmamento no país e uma nova campanha pelo desarmamento da população de bem. Tudo isso motivado pela tragédia do momento, aquela do maluco atirador que invadiu escola no Realengo – RJ e matou 12 pessoas, utilizando armas ilegais, segundo apuração (se fossem legais, faria alguma diferença?).

Nenhuma das opções acima se configura como pronta solução para a violência assistida na imprensa. Sempre foi assim: um acidente doméstico com álcool e propuseram a venda de álcool em gel, mais seguro, segundo o lobby. Um desequilibrado resolve se entupir de remédios controlados para “ficar doidão” e lá vem a restrição de vender medicamentos somente com a receita azul e horas na fila para ser atendido por um médico. Não demora e aparece um estúpido para propor que se vendam facas sem fio e garfos sem ponta para evitar mais acidentes.

O plebiscito é apenas mais uma chatice que somos obrigados a votar e dar um sopro de vida a mais aos humanistas-de-plantão-após-alguma-tragédia, que volta e meia ocupam espaços públicos com manifestações e caras de paisagem, onde vestem branco e cruzam os polegares com os dedos das mãos distendidos para formar uma pomba, supostamente a da paz.
 Imagem: blogdomarson.zip.net

Por sua vez, a campanha pelo desarmamento é baseada nos mesmos princípios humanistas de pessoas que vivem em relativa segurança, mas que desejam transformar o mundo tornando o cidadão um alvo ainda mais fácil da violência. A campanha funciona mais ou menos assim: o cidadão que tem uma arma para a própria segurança é convidado a devolvê-la a preço módico para o Estado e a bandidagem também deveria seguir o exemplo, mas... alguém já viu noticias a respeito de marginais entregando suas armas para cumprir exercício de cidadania? Não imagino o atirador da escola do realengo chegando a um posto de coleta e entregando suas armas e seria hilário assistir a cena de um assalto a banco, por exemplo, com os meliantes portando estilingues, porque haviam entregado as armas anteriormente para embolsar a grana do governo.


O problema não são as armas, mas as pessoas que as utilizam. Há centenas de anos, ou melhor, milhares de anos não existiam armas de fogo, mas pessoas eram mortas assim mesmo. Armas não matam pessoas; pessoas matam pessoas. É muito simples impor proibições, investir em educação que é bom... Uma simples revisão do ultrapassado Código Penal Brasileiro e a aplicação (e cumprimento) de penas mais rigorosas também seria uma ótima pedida.

domingo, 10 de abril de 2011

Incríveis adaptações

A “moda forçada” de andar de capacetes foi implantada por aqui e é quase um sucesso, pois quase todos os motoqueiros a seguem, o problema é que alguns deles usam estratégias para “não desfazer o penteado” ou não ser deixar de ser reconhecido por outras pessoas.

Um amigo jura que viu motoqueiros com modelos de capacete usados em montanhismo e mesmo ciclismo circulando pelas ruas de Cocal City. Este eu ainda não vi, mas que há muitos deles utilizado modelos irregulares, isto há. Algumas cenas já observadas são hilárias.
Capacete Ciclismo
Capacete Montanhismo
 

Sob a desculpa de usufruir de melhor conforto há os que utilizam o capacete coquinho, que oferece pouca proteção e somente na parte superior da cabeça. Também não é incomum ver pessoas utilizando o modelo semi-aberto, sem proteção no queixo, sendo que no Código de Trânsito é imposta a utilização de óculos de proteção neste modelo, que oferece pouca segurança ao rosto e maior facilidade, em caso de acidente, de se deslocar para trás da cabeça, com maior exposição do crânio, aumentando o risco de lesões profundas. Também pode-se ver capacetes sem viseiras ou outros em que a mesma é escura, ambas as práticas proibidas no CT.

 Capacete Coquinho.
Imagem: www.emule.com.br

O que ainda se vê pelas ruas são motoqueiros levando o capacete preso ao braço, só o utilizando quando nas imediações da delegacia de polícia ou de eventual blitz. Também não raras vezes o capacete é levado pelo garupa da moto, que tão logo pressinta “perigo” – leia-se polícia – o repassa para o motociclista. É o tal jeitinho brasileiro, que pelo jeito não desiste nunca.

Recentemente, atribuiu-se – infantilmente – ao uso de capacete a não identificação de acusado de assalto. Não é bem por ai, se assim o fosse, nas metrópoles não seria obrigatório o uso de capacetes como forma de aumentar a segurança em estabelecimentos comerciais. Este tipo de comentário é baseado na ignorância e no velho costume de burlar leis em suposto beneficio próprio. E você ai se achando o máximo, andando com capacete normal.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Mão dupla


Enquanto a imprensa nacional sacia a sede por tragédias com o episódio do atirador na escola, resolvi procurar por algo menos sanguinário, digamos assim.

Desta forma, dei uma olhada nos indicadores de desenvolvimento do estado do Piauí e constatei o óbvio: enquanto o sul do Piauí busca se desenvolver em áreas diversas como agricultura e mineração, por exemplo, o norte do estado parece entorpecido pelo calor. Mais especificamente, enquanto aqui em Cocal City se faz festa para entrega de cartões de bolsa família, como se fosse a suprema realização, no sul do estado esforços são envidados no sentido de explorar as potencialidades da região, que não são poucas.

Não demora e o sul do Piauí será um novo estado e, continuando a saga desenvolvimentista, bem mais desenvolvido que o norte, com seus hábitos coloniais com nova roupagem. Vemos aqui a turma se gabando do esplendor da natureza, que nos brindou com uma cachoeira maravilhosa mas... e daí? Ela por si só não nos conduzirá ao píncaro do desenvolvimento, mesmo porque a mesma não está lá muito apresentável.

Enquanto isso, a visão do restante do país é a de que o estado é um imenso ralo, um sorvedor do dinheiro público, que pouco ou nada faz para sair da letargia. Até quando viveremos assim não é possível vislumbrar, mas se nada de efetivo for feito, vez por outra surgirão comentários comparando o estado com certa parte da anatomia humana e o máximo de reação será a emissão das famigeradas e temíveis notas de repúdio.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Trabalhar não é fácil. E de graça é ainda pior.


A recente onda de assaltos em Cocal City, em especial aquele em que foi invadida uma oficina de motos (roubar o que em uma pequena oficina?) preocupa a população. Se nem a proximidade da dita oficina em relação ao quartel da PM e à Delegacia local intimida mais, o que se dirá em relação aos bairros mais afastados da cidade?

Coincidentemente, sempre que se aproximam os períodos de ocorrência de festividades por aqui, aumenta o número de roubos/furtos nas diversas modalidades. É. Trabalhar para conseguir uns caraminguás no fim do mês é uma proposta que não atrai determinados indivíduos, mas, se o trabalho não traz retorno rápido, pelo menos dignifica. Diria à marginalidade que optando por um emprego, o salário no final do mês às vezes atrasa e atrapalha a vida de QUEM trabalha, mas não atrasa sempre, nem para sempre, apesar dos pesares.