segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Prosperidade e desenvolvimento

Imagem: rmnofoco.blogspot.com



Estas são palavras de ordem de muitos que concorrem a cargos públicos. As palavras apresentam beleza plástica e encantam a muitos. Falar o que os outros querem ouvir, eis o segrego. água a quem tem sede.

Eis que surge no horizonte uma vaga luz, representada pela PEC 10/11, que pode tornar inelegíveis os candidatos que não cumprirem as promessas de campanha. Seria fabuloso vê-la em uso mas...isso ainda é Brasil, terra do jeitinho pra tudo.

Se tal lei fosse efetivamente posta pra valer teríamos muito que comemorar, visto a grandiosidade dos discursos proferidos. Teríamos por exemplo um museu; ruas arborizadas; rua climatizada; mercado público modelo; um estádio e não um grande vazio; fortalecimento da cultura local e não apenas jura de recursos. Quando da elaboração de planos tudo é chuchu-beleza, nem mesmo a escassez de recursos é problema quando se planeja algo grandioso. O que atrapalha mesmo é a realidade e a ambição desmedida de pseudo-líderes, a turma do meu-pirão-primeiro.

Assistiremos de agora em diante a um verdadeiro escarcéu de promessas nas mais diversas áreas que afetam a vida em sociedade. De agora em diante não há problema sem solução, da lama na rua à falta de perspectiva de vida digna, basta acreditar, confirmar no verde e sair caminhando e cantando, seguindo a canção.

A democracia – dizem – é o resultado da vontade da maioria sobre os demais, mas o que fazer quando a maioria não consegue enxergar um palmo diante dos próprios narizes? De nada adiantam campanhas caprichadas para conscientização na hora de escolher os mandatários contra o ronco de barrigas vazias. Não há idealismo que resista a uma solução imediata dos problemas do cotidiano como fome, o pneu novo para a moto, o combustível para participar da carreata e zuar pelas ruas, a passagem para voltar à terrinha, a promessa de emprego... e mais uma infinidade de outras coisas que já conhecemos.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Dia do servidor público



Alvo do anedotário popular como símbolo da ineficiência, o servidor público é o pobre diabo encarregado de mover e fazer funcionar a máquina pública. Com altos ou míseros salários ele está lá, todos os dias, trabalhando em prol da comunidade, fazendo seu serviço para outros colherem os louros por eles. Tá bom, alguns nem tanto assim.

Ainda visto com bons olhos por boa parte da população pela estabilidade e perspectiva de aposentadoria, a carreira ou mais especificamente o servidor sofre com uma praga que corrói e mina seus esforços diários: o servidor indicado, aquele que, ao contrário da maioria que rala e estuda para conquistar uma vaga, apenas apresenta o título de eleitor para conseguir trabalho. Funciona assim como uma inexigibilidade de licitação, quando o serviço ou prestador dele é escolhido por ser imprescindível e sem concorrentes à altura. Não raras vezes os não efetivos têm maiores oportunidades até que o funcionário de carreira, por contar com a simpatia e proteção de quem os indica.

O servidor público é tão irrelevante a certos olhos que no dia dedicado a homenageá-lo ele não receberá um abono, diferentemente do que aconteceu com a classe dos professores no seu dia, quando foi decidido que não haveria gastos com festa, o dinheiro para tal seria revertido sob a forma de abono salarial. Não. Com o funcionário público a cantiga conversa é outra. E N-I-N-G-U-É-M abriu o bico para se pronunciar neste caso. N-I-N-G-U-É-M sugeriu alternativas.

Como se não bastasse o trabalho rotineiro, no dia dedicado a ele as atividades alusivas à data iniciam às 5:30 da manhã com caminhada, se estendem por palestras e somente às 9:00 vem o café da manhã, hora em que possivelmente muitos já estarão mais fracos que choque de lanterna. Não, obrigado. Se caminhar faz bem à saúde, que caminhem os doentes, já disse o sábio. Geladinha que é bom nem pensar, né?

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Hora de despertar

Imagem: daniswords.wordpress.com

Hora de despertar do conformismo que assenhorou-se de Esperantina. Sejamos a revolução que queremos.

Apesar dos pesares ainda consigo ficar pasmo ante o conformismo proclamado por muitos cidadãos, que na primeira oportunidade o expressam como forma de não incomodar ninguém ou mesmo para não ser tomados por rebeldes, preferindo assim a vida de gado, entregando-se à velha prática corriqueira do disse-me-disse nas esquinas e mesas de bar.

O conformismo em sua forma pura pode ser notado em diversos aspectos da vida local, como por exemplo, na falta d’água já histórica na zona rural durante o período seco. Muitos se limitam a dizer que é assim mesmo desde que me entendo por gente e fica por isso mesmo. No máximo reúnem a associação de moradores e mendigam ajuda, que por vezes chega nos quadriênios em que a vida dos cidadãos fica interessante a determinado grupo de pessoas.

A falta de planejamento urbano é outro caso em que o conformismo faz vítimas, ao baixar a cabeça e se conformar com o que a natureza impõe, como se a intervenção do homem no meio não fosse capaz de mudar a paisagem ou pelo menos criar adaptações a ela, como no episódio dos embaraçantes alagamentos que ocorrem periodicamente em determinados bairros da cidade onde basta uma chuva mais forte para relembrar o muito que falta para melhorar. O conformismo reduz o homem à condição de simples passageiro pela vida e não de ser vivente e pensante como deveria.

Aceitar a tudo que há de malfeito apenas pelo fato de não querer se indispor com autoridades ou por servilismo é o maior e pior exemplo de conformismo, que relega ao ostracismo o porvir. Jamais se registrou na história do mundo exemplos de sucesso em locais infectados pelo conformismo. O sonho da grande Esperantina tropeça na falta de combatividade por melhorias e só favorece o toma lá, dá cá, conhecido na cidade fagueira desde sempre.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Escolhendo candidatos seguindo os ditados populares



A sabedoria popular nos brinda com inúmeros ditados que podemos usar no dia-a-dia em diversas situações, neste caso, a escolha de candidatos a cargos eletivos. Abaixo alguns deles com sugestões para análise.

Diga-me com quem andas, dir-te-ei quem és. Antes de escolher seu candidato analise as pessoas em volta dele, quem são, o que fazem ou o que já fizeram. Uma só má influência é capaz de desviar as melhores intenções.

Uma andorinha só não faz verão. Se o seu pretenso candidato se apresenta como a única solução para os problemas do município pode não ser um bom indício, pois ninguém governa sozinho e tal dificuldade em relacionar-se com outros tende a isolá-lo dos demais, ficando sem vez nem voz, morrendo na praia.

Quem não tem cão caça com gato. Se você tentou, procurou com lamparina e não achou alguém digno do seu precioso voto, não caia na armadilha de votar no primeiro que lhe der na telha. Olhe à sua volta e veja o que outros nessa situação fizeram, se informe, pesquise.

Quem tudo quer, tudo perde. Dito sob medida para aqueles que se lançam com muita ambição a uma disputa, querendo a todo custo conquistar seu voto para, segundo eles, tirar a cidade do buraco. Fuja sem olhar pra trás.

Nem tudo que reluz é ouro. Auto-explicativo. Quando a oferta é boa até o santo desconfia. Alguém que pareça muito qualificado para um cargo eletivo pode não ser essa autarquia toda. Já teria experiência anterior que o ajudasse a desempenhar um mandato ou vai se confiar no ineditismo?

Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Tem os que de tanto tentar já são lugar-comum nas disputas. Se nunca conseguiram nada é por que tem algo de ruim. Eleição não é loteria.

Em casa de ferreiro, espeto de pau. Se o tal candidato promete coisas mirabolantes, olhe ao redor dele, no seu dia-a-dia e veja se tais promessas condizem com o cotidiano dele e se não passam de abobrinhas. Se não consegue se destacar na vida privada por que o conseguiria na vida pública?

Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe. Não caia na besteira de escolher alguém em que possa se arrepender para depois sair dizendo que: são só quatro anos, um dia acaba.

A união faz a força. Não se garante? Tá com medinho 01? Precisa se apoiar nos outros para galgar cargos? Um temor na hora de tomar decisões.


Nunca digas deste pão não como, desta água não bebo. Seu escolhido já afirmou algo parecido e precisou engolir o dito para não ser esquecido? Não tem idéias próprias, apenas sobrevive ano após ano. Tire as pragatas e corra o mais distante que puder.


Pela boca morre o peixe. Seu escolhido fala demais? Não aceita que outros possam ser tão bons quanto ele? Melhor sair de fininho e procurar outro.

Pense bem. Depois não adianta chorar sobre o leite derramado.

sábado, 15 de outubro de 2011

Ainda sobram opções



Embaladas na onda verde e concessão de cidadania que inunda nossas universidades, por aqui o mote foi aproveitado e alguns cursos elaboraram programas de interação com a comunidade, recolhendo lixo na cachoeira. Nada contra, afinal o símbolo-maior da cidade - porém não único - da cidade está abandonado.

Diversas alternativas poderiam ser exploradas, como o quase desconhecido Controle Social, tão importante quanto o recolhimento de lixo ou mais importante ainda, pois engloba todos os setores públicos, sendo de interesse de todos os cidadãos.

Os acadêmicos, apresentados ao ensino dito superior, são expoentes de novos modos de ver e participar da vida no município. Como forma de exercer o controle social, por exemplo, o cidadão tem o direito assegurado de ter acesso aos processos de compras e ao conteúdo dos contratos celebrados pela Administração Pública, podendo acompanhar, por exemplo, a sessão pública de julgamento de propostas em uma licitação, entre inúmeras outras formas de participar ativamente no desenvolvimento do município, atuando como fiscal do emprego de verbas públicas, suprindo assim lacunas deixadas por quem de fato deveria exercer tais funções.

O cidadão, no exercício do controle social, deve estar atento ao cumprimento dos objetivos das políticas públicas, denunciando possíveis irregularidades encontradas aos diversos órgãos que possuem competência para atuar. Conforme o caso podem ser contatados órgãos como a Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério Público Estadual, o Ministério Público Federal, os Tribunais de Contas do Estado ou da União; as Câmaras de Vereadores (olha só) e Assembléias Legislativas e os Conselhos responsáveis pelo acompanhamento da respectiva política.

A efetividade dos mecanismos de controle social depende essencialmente da capacidade de mobilização da sociedade e do seu desejo de contribuir e não ficar apenas se lamentando que grupo A ou B ascende politicamente apenas visando encher os próprios bolsos. É de fundamental importância que cada cidadão assuma a tarefa de participar da gestão governamental, de exercer o controle social da despesa pública e não apenas batendo palmas. Somente com a participação da sociedade será possível um controle efetivo dos recursos públicos, o que permitirá uma utilização mais adequada dos recursos financeiros disponíveis.

Mas pode ser mais cômodo e conveniente direcionar conhecimentos adquiridos em sala de aula nas mais diversas áreas do conhecimento humano para realizar tarefas mais fáceis, da moda. Convém lembrar que Aquele que caminha sobre as pegadas dos outros, nunca deixará as próprias.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011


Já não agüento mais ligar a TV na programação local e assistir as mais diversas especulações sobre o assassinato de uma jovem na capital do estado. Precisamos de informações, mas existe um ponto de saturação que surgiu faz muito tempo.



Não há dia em que se assista aos noticiosos que não surjam indícios, pistas e o raio que o parta para elucidar o delito e nada de resultado. Que o crime deva ser esclarecido é fato, mas não dá pra torrar a paciência de todo mundo com especulações que não levam a nada.

Tudo isso sem falar que o fato já escapou da alçada da justiça e agora segue à base do palpite na esquina, todos se acham no direito de tirar uma lasquinha da falta de estrutura da polícia técnica. Há que se resolver o caso, mas não precisamos ficar assistindo um apresentador repetindo trocentas vezes as mesmas palavras, as mesmas opiniões e as mesmas dúvidas como um papagaio. E não adianta mudar de canal, embora um deles seja mais persistente.

 Se tudo continuar na mesma linha, teremos um desfecho digno de reality show, com platéia animada roendo as unhas, muitos holofotes com suas luzes cortando o céu, especialistas convidados para debater o resultado e um apresentador à la animador de platéia fazendo suspense com o(s) nome(s) do(s) culpado(s) dentro de um envelope, retirando o papel bem lentamente enquanto a audiência explode.

Há que se resolver este caso, como também outros que enchem de sangue as páginas dos jornais diariamente e tem que ser o mais rápido possível, antes que a presidente resolva dar o ar da graça e se torne a primeira presidente a cobrar a elucidação de um crime, no melhor estilo nunca antes na história deste país...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011



Foi dado o pontapé inicial para as disputas eleitorais em Esperantina. Por todos os lugares que se ande sempre aparece alguém comentando o futuro político da cidade e em maior ou menor grau de alienação lançam seus palpites, para desespero dos votantes.

O que se espera é que a peneira pela qual passarão inúmeros nomes de possíveis timoneiros sirva para dar novo fôlego à combalida visão de futuro da cidade. Já é hora de novos ares por aqui. Novas idéias e não a repetição delas.

Até o momento tudo que se tem são boatos e muito disse-me-disse, nomes jogados na berlinda apenas para massagear o ego, enquanto não chega a ocasião perfeita para as eminências pardas saírem dos abrigos na ânsia de abocanhar nacos de poder.

Enquanto o debate se desenrola em torno de popularidade e populismo, os verdadeiros objetos da disputa sequer são lembrados: a governabilidade, as dificuldades locais e o amplo conhecimento da realidade para um planejamento decente que saia realmente do papel e se traduza em desenvolvimento real, sem muito bolodório. Ou seria demais pedir menos holofotes?

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Enfim, descanso.


Imagem: ciclismonoctivago.blogspot.com

Segunda-feira, completamente exausto depois da maratona de inaugurações e visitas realizadas durante uma semana inteira dedicada a comemorar o aniversário da cidade.

Só não entendi bem porque no convite oficial constava a inauguração de um templo religioso. Obra oficial? Mas de qualquer forma, aos filhos da terra que estão distante, caso retornem agora, digo que não reconhecerão mais a cidade que deixaram, antes maltrapilha e carente de estruturas básicas de saneamento, asfalto em extinção, praças sem cuidados, trânsito caótico e uma miríade de outros problemas. Hoje tudo isso faz parte do passado. Nada mais a dizer, nada mais a inaugurar.