quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Uma odisseia no espaço - versão cocais

Banco de Imagens

O ano era 2232. A nave volta à Terra após viajar pelo espaço por décadas. Seus tripulantes nunca conheceram o planeta, apenas possuíam arquivos repassados pela Estação-Base, mas receberam como missão a tarefa de relatar o progresso havido.

O pouso não foi difícil. A pequena nave não teve dificuldades para aterrissar na área mais apropriada para isso. O grupo, ao descer, procura referencias para se orientar em seu primeiro contato com a terra de seus antepassados. Em uma grande placa, meio enferrujada e caída nos limites do terreno podia-se ler Futuras instalações do Estádio Municipal P... o resto não estava mais legível, devido à ação do tempo. Rapidamente, alguém lembrou de ter lido em algum lugar informações sobre esta obra importante, onde – dizia-se – os antigos se entregariam à prática de um esporte muito popular à época.

Continuando seu trajeto, desta vez em um veiculo apropriado e munidos de um mapa holográfico, resolvem percorrer uma antiga via que sempre pensaram em conhecer, dadas as informações sobre tudo que já havia ocorrido por lá. De onde estavam vislumbraram a longa avenida e o piloto tem um deja vu. Não pode ser – pensou. Consulta o pequeno computador de dados e vê uma foto do ano de 2015 e a avenida está lá, igualzinha, até mesmo as poças de lama!
- Povo preocupado em conservar sua memória, pensou. Sequer fizeram melhoramentos aqui para não alterar o patrimônio arquitetônico.

Mais à frente os agora exploradores tem dificuldade em seguir adiante, devido a um congestionamento de veículos, causado por um condutor que resolveu parar no meio da via pública para um bate-papo com outro condutor, pelo que notaram, aquilo era rotineiro. Sem perda de tempo, seguem por outra via e assim seguem suas andanças pela cidade. Aqui e acolá podem observar que as pessoas ainda se aglomeram para beber estranhos líquidos e conversar sobre coisas que fogem à compreensão humana, como uns tais realitys shows.
- Deixemos isso pra lá. Não viemos aqui para isso.

Mais à frente, encontram uma construção antiga, talvez a mais antiga que eles tenham visto até então. Inicialmente não compreenderam aquela multidão nas proximidades: bêbados, desocupados, funcionários, trabalhadores em geral, produtos pelo chão e ocupando calçadas, mas depois ficaram sabendo que naquele lugar os nativos se abasteciam de víveres essenciais, como carnes e frutas. Acharam tudo meio desajeitado e não deixaram de reparar na sujeira do local. Possivelmente haveriam pequenos animais e insetos no meio da balbúrdia. Melhor não parar ali. Estranharam o fato de que nos registros oficiais que dispunha nos arquivos, ali deveria ser bem diferente do que era. Inclusive, lembram de ter visto maquete digitalizada onde o espaço era composto por dois andares e uma escada transportava automaticamente as pessoas para cima e para baixo.

Exaustos e totalmente tostados pelo sol abrasador – não viram uma única árvore em toda a andança – o grupo explorador resolve voltar à nave, não sem antes constatar que enquanto esquadrinhavam o local, alguns de seus pertences pessoais desapareceram misteriosamente e eles não entenderam como isso pode ter ocorrido. Melhor não tentar entender mais nada, comentaram entre si. As coisas por aqui continuam como antes.

Sua missão chegou ao fim, pois deveriam registrar as mudanças em relatório, mas diante de tudo que viram, resolvem apenas reafirmar tudo que lá havia registrado. E antes que fossem acidentados por uma multidão enlouquecida que conduzia antigos veículos motorizados de duas rodas, rumaram para a nave e partiram sem olhar para baixo. No relatório agendam: próxima visita em 3152.
Imagem: evoluciencia.blogspot.com

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Melhor seria se não fingissem ser como são


Que a – cof, cof - imprensa local não tenha lá essas credibilidades todas, não é segredo pra ninguém. Que antes de divulgar historias ou fatos ela não consulte diferentes fontes, também não é segredo. Mas daí a fazer o que parte dela fez no dia de hoje é o fim.
Imagem: Banco de imagens intenet.

Com o triste fato da morte violenta de um bebê a – cof, cof - imprensa local aproveitou para faturar algum sobre os fatos, com a delicadeza que lhe é peculiar. Sem escrúpulos, divulgaram fotos do pequeno cadáver sequer sem preocupação alguma em desfocar a imagem, isso para ficar no mínimo, uma vez que o melhor seria nem publica-la.

Para completar o quadro, um bando de espírito de porco aproveitou para faturar alguns cliques em suas páginas nas redes sociais e também eles divulgaram as mesmas fotos. O episódio por si só já é desgastante e com a ajuda sem noção prestada por populares é um sinal claro de que o respeito pela vida diminui a cada clique.

E pensar que estes mesmos não demoram muito e lá estarão a postar a suas enfadonhas frases de cunho religioso a ressaltar a felicidade, amor ao próximo, o - ui, que medo – espírito natalino, a magia do natal e outras baboseiras que abarrotam as redes sociais. Tanta aporrinhação para nada. Francamente!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Quando apontamos erros

Imagem: curitibapsicologa.wordpress.com


Acostumamo-nos com a ideia de que todo político é ladrão, corrupto. As causas dos males do país são frequentemente lembradas como oriundas dos péssimos exemplares de políticos que temos, alguns, que ajudamos a eleger.

É muito fácil e oportuno jogar a culpa de tudo nos outros, lembra a frase: errar é humano, culpar os outros é fundamental. Quase que não paramos para pensar que parte do 'mal' que nos atormenta inicia em nós mesmos, em pequenas ações que insistimos em manter.

Quando o noticiário divulga a descoberta de mais um escândalo de corrupção, seja ele promovido por qualquer que seja das correntes políticas existentes, não demora e se pode ver/ler nos mais diversos veículos de comunicação que o país está sem jeito, que a classe politica deveria ser exterminada e outras atrocidades. Nestas horas é comum pessoas dizerem que sentem nojo só em pronunciar a palavra político, como se ela por si só fosse culpada por todos os males. Se o político é ruim, alguem votou para que ele pudesse estar lá e fazer o que faz.

Do outro lado da moeda, deixamos de observar os pequenos delitos que o cidadão dito comum comete no dia-a-dia, como desobedecer as leis de trânsito; a gorjeta providencial que garante ligeira vantagem no atendimento; a cola na hora da prova; furar a fila do banco alegando pressa para algo que não existe e outros tantos pequenos atos de desonestidade que se avolumam num crescendo sem fim durante nossa existência. Não seria isto também demonstração de que a malfazeja corrupção não é inerente à carreira política, mas um mal a ser combatido no dia-a-dia por todos?

A diferença entre o que fazemos e o que desejamos que os outros façam é só uma questão de educação e atenção às regras básicas de convivência. Simples assim. O resto não passa de hipocrisia.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

É melhor se trumbicar

Imagem: Banco de imagens internet.


Segundo a Lei Nº 9.612/98, que instituiu o serviço de radiodifusão comunitária e dá outras providências, denomina-se Serviço de Radiodifusão Comunitária a radiodifusão sonora, em freqüência modulada, operada em baixa potência e cobertura restrita, outorgada a fundações e associações comunitárias, sem fins lucrativos, com sede na localidade de prestação do serviço. (grifo nosso).

Ou não entendi direito ou nos grifos há claramente a recomendação de não efetuar a cobrança de dinheiro pelos serviços prestados. Como assim? Querem me fazer acreditar que aquele mundaréu de anúncios de festas, serestas, propagandas de comércios é tudo digrátis?

Dia desses, sem nada útil para fazer, resolvi ligar o rádio para ouvir a programação local. Sim, pois apesar da legislação limitar o alcance, algumas delas são ouvidas a vários quilômetros de distancia e pude ouvir um festival de horrores.

A formação profissional de locutores é melhor nem citar. Para ficar somente em um exemplo, em um jornalistico local, daqueles que só lêem o que saiu na imprensa, tudo ali, prontinho somente para o ouvinte deglutir, um cidadão fazendo as vezes de radialista não conseguia pronunciar mais que quatro palavras sem tascar um Né? E assim, aos trancos e barrancos prosseguia. Se não há fins lucrativos, então eles perdem um tempo considerável praticando boas ações, pois a cada dez minutos de programa outros 20 são dedicados à propagandas, em sua maioria convites para festas. Inclusive lembro de uma destas rádios ditas comunitárias que tem contrato assinado e tudo com ente público, com cobrança mensal de valores pela prestação de serviços. Não pode cobrar pelos serviços? Sei.

Em parte, o grande apelo para o funcionamento das rádios “comunitárias” é dar suporte ao Proselitismo religioso ou apoio a chefetes políticos. E pensar que ainda tem quem lute insistentemente pela sobrevida deste tipo de comunicação que teve inicialmente boas intenções, mas que na atualidade deixa muito a desejar aos objetivos iniciais, basta acompanhar a programação de qualquer delas. Melhor mudar de estação e amplitude.

E tenho dito!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A vida continua


Neste momento na cidade, todas as atenções se voltam para o atraso no pagamento do funcionalismo e assemelhados e nas especulações sobre o secretariado do governo vindouro. Enquanto isso, a cidade aguarda por mais um timoneiro. Os problemas se acumulam e as soluções se distanciam da realidade. Problemas antigos continuam a atormentar os cidadãos esperantinenses.

Para de concentrar em apenas um deles, basta se ater ao trânsito, que continua a dizimar a população em uma marcha lenta mas constante. Nas ruas do centro, para complicar ainda mais, os comerciantes continuam a utilizar as calçadas como extensão de suas gondolas, sem que ninguém reclame ou algo seja feito.

Imagem: Enquanto isso, no centro da cidade.

No Código de Posturas do município de Esperantina, criado no distante ano de 1993, lê-se em seu Art. 71 “– É vedado embaraçar ou impedir, por qualquer meio, o livre trânsito dos pedestres sobre passeios (leia-se calçadas) e praças e o[sic] veículo nas ruas, avenidas, estradas e caminhos públicos, salvo quando realização de obras públicas, feiras livres e operação que visem estudar o planejamento do tráfego, definidas pela Prefeitura Municipal ou quando as exigências policiais o determinarem.” Qual a dificuldade em se aplicar isso?

Leis que disciplinem a convivência em níveis minimamente civilizados a cidade tem, só falta quem as aplique, sem medo de ter o troco nas urnas. O máximo que tratam sobre o trânsito é aceitar reclamações de infratores que preferem se manter à margem da lei de trânsito e manifestar apoio pela interrupção das blitz nas ruas e estradas municipais.