domingo, 28 de outubro de 2007

Meu super-herói favorito

Há tempos não tenho um super-herói favorito. Aquele que agia sem pedir nada em troca, apenas pelo prazer de ajudar. Deve ter sido aposentado e substituído pela horda de ineptos, ávidos por poder. A nova identidade dos heróis assemelha-se aos antigos com pequenas adaptações: são amigos (fingidos), simpáticos (até quando agimos por suas vontades), sempre prontos a ajudar (a quem lhes ajuda com 10% ou um faz-me-rir qualquer).
Para honra e glória dos novos heróis, há os iludidos que conjugam das mesmas opiniões, seguem-nos pelas mesmas trilhas insanas e tortuosas somente pelo prazer de seguir alguém. Estes são os alienados, cegos pela venda pérfida da ideologia dos tolos. Coitados.
O que aconteceu com as pessoas de bem? Onde estão? Porque vivemos cercados de falsos heróis? Que “diabos” então é essa tal cidadania tão propalada pela mídia? É ridículo ouvir de alguns que a situação é esta mesmo e não vai mudar nunca. Derrotistas de plantão. Até onde estes pensamentos nos guiarão?
Repetindo o chavão de um personagem bastante conhecido: “e agora, quem poderá nos defender”? Estamos à mercê de uns poucos que até o momento não dizem a que vieram.
Não precisamos de heróis subsidiados apenas para dar nomes a ruas e pedir orelhões aos bairros. Merecemos mais que isso. Não precisamos de heróis de palanques, e sim heróis de ações! Não precisamos de soluções mágicas, tampouco de palavras apenas, afinal, quem vive de promessas são os santos. Não precisamos de filantropia interesseira. Apenas que ajudem e façam por merecer a confiança neles depositadas. Para que viver um mundo de aparências? Não precisamos de debates inócuos. Precisamos sim, que algo seja feito. Porque se maravilhar diante da simples concessão de serviço público (quando feito, claro), se esta não é mais que uma obrigação de nossos “heróis”?
Não consigo compreender como necessitamos de tantas coisas e alguns se locupletam às expensas do miserê alheio.
Se for verdade que “há males quer vêm para o bem”, onde está o bem? Até o momento não se apresentou e temo que nem mesmo exista.
Enquanto a prudência diz: acalme-se, a consciência diz: lute. Lutamos ou continuamos na areia movediça da indecisão.
Preciso de um super-herói. Urgente!!
Ou de uma passagem para bem longe!