quinta-feira, 28 de setembro de 2017

A cidade e o voos de galinha


Imagem: Arquivo do Blog.

A cidade que hoje aniversaria é a terra prometida da seara política. Aqui, “em se plantando, tudo dá” reza a lenda e a ladainha. Aspirante a cidade turística, a cada dia o patrimônio natural se decompõe a olhos vistos, sem que algo mais efetivo seja feito além de prosaicas manifestações isoladas e o pires repassado de mãos em mãos nas esferas do poder; as festas se relativizam ao lugar comum da mesmice. Alardeada como centro comercial da região, a duras penas a atividade resiste por méritos próprios, sufocada pelo tributarismo famélico e baixa renda local, dominada pelas esmolas oficiais.

Aforismos a parte, vivemos o eterno ciclo do crescimento, do “agora vai”, desde que o aglomerado de casas passou a ser denominado de cidade. Já vivemos o oba-oba na área da agricultura, irrigada ou não; da criação de gado; criação de frangos e nos resta a piscicultura, que segue alegrando a população com suas festividades anuais subsidiadas pelo erário. São tantas as possibilidades com a nova cultura, que há de se pensar: porque não começamos antes a criar peixes? São prometidos tanto desenvolvimento e oportunidades de negócio na área que...que... a terra da oportunidade é aqui, dizem. A renda gerada nos dias de festival de tambaquis foi centrada nos dias do evento para voltar à calmaria desde então. Rodadas de negociações voltadas ao desenvolvimento da cadeia de produção/comercialização lembram a história dos ovnis’s: dizem que existem, mas ninguém vê.

Tudo isso sem mencionar o fato de que a piscicultura, como praticada por estas terras, sem um mínimo de fiscalização é danosa ao meio ambiente, pois em nome de um progresso de poucos, poços que deveriam abastecer residências, são perfurados para favorecer a piscicultura. Riachos foram represados e outros aterrados, para dar lugar aos tanques escavados. Tudo isso ao arrepio da lei, pois inexiste órgão fiscalizador no município e sequer se menciona estes fatos degradantes nas mesas de negociação, nas festas subsidiadas. A quem interessa tudo isso? Os efeitos de tudo isso serão percebidos a longo prazo, quando será bem tarde para fazer campanhas piegas e atrapalhar o trânsito com marchas inúteis, permeadas de cartazes com frases de efeito.

E assim a história do município ganha mais um capítulo de desenvolvimento tipo voo de galinha, até que se encontre outro nicho para crescimento, que mudará tudo outra vez, como sempre.


E tenho dito!

domingo, 10 de setembro de 2017

E ele está de volta, o Luto Eterno.

Imagem: Arquivo do Blog.

Vez por outra ele some e sem o menor constrangimento retorna às redes sociais de Cocal City. E quem seria esta celebridade? O Luto Eterno!

Hoje, mais pessoas perderam a vida no caótico trânsito local, desgraçado pela ausência de fiscalização efetiva e pior ainda pela total falta de educação no trânsito. Motociclistas aqui só precisam de acelerador e escapamento ruidoso, a licença para atropelar é adquirida no momento da compra da moto. Condutores de veículos também não estão isentos, pois tomam como suas as vias públicas, parando onde bem entendem, dane-se quem quiser passar.

Ele, o trânsito, que seria municipalizado, faz vítimas com voracidade impressionante, sempre acompanhadas do indefectível “luto eterno” nas redes sociais. E pronto. Tal qual as pessoas que digitam amém sempre que postam foto de pessoas doentes naquela rede social, aqui tão logo se confirmem óbitos, ato incontinenti surgem as mensagens de luto, eterno até a próxima tragédia, como se isso resolvesse a inatividade das autoridades do trânsito municipal. Até o momento, de municipal só o portentoso cargo com sombra e água fresca.

Se reclama de quase tudo: da água que falta; da banda inexpressível nos festejos e ainda assim com ingressos de superstar; da iluminação laranja-amarelada e por aí vai. Quanto ao trânsito, pouco a ressaltar. Aqui e ali uma palavra ao vento e por aqui acaba.

Os revoltosos do sofá, bajuladores e assemelhados se mantem em silêncio cavernoso, ao melhor estilo do “não mexendo comigo, tudo bem”, esperando até o dia em que passem à oposição para finalmente emitir seus gritos de cidadania.

E assim segue a vida. E tenho dito!