terça-feira, 24 de novembro de 2015

O incrível sumiço de um estádio

A cidade que aspira ser um dia polo de que quer que seja, permanece envolta em um mistério, aliás, em vários, mas me atenho a um deles, por ser emblemático.

Com todas as falácias sobre combate ao uso de drogas pela população, entendeu-se que uma forma de erradicar tal aberração é ofertar esportes e áreas onde possa ser praticado pela população e o futebol foi o escolhido, visto estarmos no país do futebol, apesar das atuações vexaminosas da seleção nacional.

Isto já foi um estádio. Imagem: Arquivo do Blog.

Neste cenário idílico, as autoridades desviam a atenção da própria inoperância e guiam a plebe para o esporte, aqui simbolizado pelos ginásios esportivos e o estádio municipal ou o que restou dele.

Sucessivos desastres administrativos nas várias esferas, com ênfase nas locais, deixaram aquele patrimônio público desaparecer do mapa. Hoje, quem passa ao lado do local onde um dia foi uma praça esportiva vê apenas uma grande área aberta de dupla aptidão: área para circos e criadouro de mosquitos no inverno. Nada mais que isso.

Oficialmente esforços foram despendidos para recuperar o campo, mas no mundo real tudo não passou de embromação. Vários já se projetaram para assumir a paternidade pela restauração do estádio, mas as fotos teimam em confirmar que por aqui as promessas não passam de promessas, mas os ganhos eleitorais são reais.


E o município conta com secretaria de esportes? Só financia festival junino? E os desportistas nativos o que dizem? Preferem tomar a caixa de cerveja petiscando com o frango assado, prêmio ofertado aos vencedores nos torneios de várzea? Ah, bom.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Somente um feriado

Festa para comemorar o dia do servidor público. Uhuuu!! Feriado! Mas... os servidores comemoraram o que mesmo? O achatamento dos salários aos olhos passivos do Sindicato da classe? Mais proveitoso seria se houvesse empenho do mesmo na aprovação de novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários, que há anos vaga de gaveta em gaveta sem que nada seja feito para sua apresentação. Nada a não ser discursos vazios e distantes da realidade.

A letargia que se apresenta naquele que seria o grande defensor do funcionalismo público municipal, o sindicato da classe, parece não incomodar a ninguém, visto não se perceber manifestações em contrário. Há anos que se nota o arrefecimento em suas ações, mas as contribuições continuam a jorrar mensalmente.
 
Imagem: Arquivo gentilmente cedido.
A cereja do bolo na falta de ação do sindicato em prol dos seus foi a realização da Festa do Servidor, emblemática para a situação. Poucas pessoas compareceram ao evento, em clara visão de que a classe em geral não se sentiu à vontade para participar, visto o pouco ou quase nada que comemorar além da folga.
Imagem: Arquivo gentilmente cedido.

Tudo não passaria de mera comemoração não fosse o detalhe sórdido do sorteio de premiação aos poucos presentes, que, passando pelas prosaicas “lembrancinhas”, culminou com a premiação mais importante do evento: um carrinho de mão, solene e pitorescamente entregue à sorteada com direito a volta olímpica pelas dependências do clube, para gáudio dos presentes que se deliciaram com a cena, alheios ao deboche que a mesma representava. O mais importante não foi mencionado: cadê o Plano de Cargos, Carreiras e Salários do funcionalismo público municipal, sucessivas vezes citados na – cof, cof – imprensa local no decorrer dos anos? Porque o silêncio pernicioso? O que esperam acontecer: que ele repentinamente saia da escuridão da gaveta para as luzes da aprovação espontânea? Os holofotes se viraram para as frivolidades enquanto o essencial foi relegado a um descanso eterno.

E tenho dito!