terça-feira, 3 de abril de 2007

Vô... num vô...

O mais recente dilema existencialista dos cidadãos esperantinenses é ir ou não ir à micar... desculpe, Esperafolia.
Se por um lado as propostas são tentadoras, com inúmeras atrações, por outro lado, a ira divina poderá recair sobre as cabeças dos ditos cristãos católicos nativos. Passemos aos fatos: A festa demoníaca (!!!) acontece em uma das principais datas religiosas do calendário cristão e atende pelo nome simbólico de Semana Santa, que há muito tempo pode ser chamado apenas de dia santo (sexta-feira) e que também há muito tempo é sinônimo apenas de mesa farta e folias.
O padre local, cumprindo seu oficio fez o sermão de todos os anos: desaconselhou aos cristãos católicos a participarem de mais esta festa profana. Beleza. Ainda não compreendi porque não o faz durante o carnaval, quando o maior país católico do planeta realiza a maior festa pagã do mundo! Se é verdade que a maior parte dos esperantinenses professa a religião católica e que os membros de outras religiões supostamente não participam deste tipo de festa, bastaria maior empenho das autoridades eclesiásticas, juntamente com autoridades momentaneamente convertidas em católicos fervorosos e os pais de adolescentes e outros sob sua guarda boicotarem o evento. Se TODOS se abstivessem de participar, TALVEZ o evento mudasse de data.
Mas o que se vê é a intensa, absurda e massacrante propaganda nas mídias a causar confusão mental entre os pobres nativos, de agora em diante ameaçados e de certa forma constrangidos a não utilizarem a porta larga (perdição). Um cenário dantesco. O popular “se correr o bicho pega. Se ficar o bicho come”. E assim divididos entre o medo do castigo divino e a pecaminosidade da festa pagã, aproximamo-nos do período fatídico.
O que acontecerá? Esperantina será a nova versão das bíblicas Sodoma e Gomorra? Vamos à festa e nos divertimos ou ficamos em casa, tementes aos castigos dos céus e ouvindo os pecadores se esbaldarem nas luxúrias? Oh, dúvida cruel a corroer noss’alma.