domingo, 20 de dezembro de 2009

Agora é nóis!









Qual o intento, afinal de contas, da Confecom?

Partindo da necessidade de maior participação da sociedade na mídia– dizem – foi realizada em Brasília uma conferência nacional de comunicação, com a participação massiva de... jornalistas? Não, de protojornalistas, sindicalistas, blogueiros, radialistas e outros representantes das massas. A conta do evento vem depois.

Ao final do encontro, depois de inúmeras plenárias, documentos foram gerados com sugestões e propostas que visam criar órgãos para controle da mídia (leia-se cabides de emprego) e ainda uma espécie de Index Parlatorium Prohibitorum, que passaria a ser o livro de cabeceira de tolos cidadãos politicamente corretos de plantão.

Os governos pretensamente imbuídos de sentimentos, digamos, sociais, nunca conseguiram disfarçar os flertes com o totalitarismo e em qualquer descuido tentam aprontar das suas. Falam em liberdade de expressão, mas não aceitam idéias contrárias. É assim em todo o mundo. Aqui não podia ser diferente.

Se tais propostas aprovadas na conferência se tornassem leis, como pretendido, qualquer um que se atrevesse a tocar de forma “politicamente incorreta” temas referentes a movimentos sociais; programas do governo que mudam a vida dos pobres; escândalos solenemente jogados para debaixo do tapete e outros ligados a diversos grupos sociais esquecidos pelos outros governos estaria em grandes apuros, pois seria denunciado à inquisição midiática social , julgado e condenado.

Até imagino a cena ambientada em Esperantina: um grupo de bravos defensores da moral e dos bons costumes, socialmente empenhados e trancados em seleta sala, vasculhando páginas de internet, blogs devidamente escolhidos e afins, munidos do tal código e sentenciando: isto pode, isto não pode!

A baderna ia pegar geral, com jornalecos publicados com “linguagem que o povo entende” - uma espécie de desalfabetização institucionalizada e outras asneiras. A título de comunicação social teríamos que suportar barbaridades ao abrir um jornal ou qualquer outra mídia, impressa ou eletrônica. Teríamos versões made in território dos cocais do Pravda, noticiando obras e projetos oníricos, grandes realizações e escondendo o óbvio.

É nóis! A tal da zelite que se cuide!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Então é natal... II



Sem querer transformar este espaço em chat, me vejo compelido a responder – pela última vez - algumas indagações feitas por diversas pessoas, de diferentes formas. Não venho pintado para a guerra, mas preparado. Em uma mão o cachimbo da paz, na outra a pena à guisa de espada.

A proposta deste blog é justamente esta: criticar, nadar contra a maré. É um espaço particular de contestação. Não vou indicar o caminho das pedras, apenas as atirarei de minha trincheira virtual. As assessorias contratadas a peso de ouro têm exatamente a função que ora querem me direcionar, ou seja, conhecer os problemas e apontar soluções. Se não as cumprem, paciência. A fila deve andar.

Não quero e nem desejo que outros pensem da mesma forma que eu, mas de forma alguma engolirei minhas convicções apenas para parecer simpático a outrem. Não incito pessoas a acessar este blog, não faço propaganda do mesmo e recomendo a quem se sentir diminuído pelos textos aqui escritos que simplesmente erga os olhos e o ponteiro do mouse até o canto superior direito da janela e clique no pequeno X dentro de um quadrado. Vade retro. Fim dos tormentos. Céu de brigadeiro.

A quem prosseguir na leitura digo que não há rebeldia na contestação. Mas vejo a submissão de mãos dadas com a ignorância, seguida de perto pela decadência dos valores que norteiam a humanidade.

O questionamento acompanha a humanidade desde quando o mais primitivo dos homens começou a observar a natureza, os fenômenos e por fim, o mundo ao seu redor e se questionava sobre o porque das plantas crescerem, entre tantas outras coisas. O questionamento foi e ainda é essencial ao desenvolvimento do ser humano. É ele que nos faz discernir o que é melhor para nós e/ou para o grupo que nos cerca. O atual estágio de desenvolvimento da humanidade seria, com certeza, bem mais atrasado se não houvesse o questionar. Diria mais: o questionar é inerente à condição humana, ao seu pleno desenvolvimento.

Nunca fiz, não faço e nunca cerrarei fileiras com os que apenas dizem amém diante das mazelas que nos atormentam. Para bater palmas e bajular já existe um séquito mercenário que, tal qual as carpideiras do período colonial brasileiro, representam às maravilhas sentimentos que não têm, apenas visando o vil metal. Aos que querem ler amenidades, digitem Esperantina no google e fiquem à vontade nos vários sítios dedicados a isso.

Como anarquista e ateu convicto, vejo com tristeza o desvio de foco das ações políticas, principalmente neste período de fim de ano, quando recursos públicos são utilizados em alegorias e adereços de uma festa que mal consegue disfarçar o cunho comercial. De que adianta enfeitar ruas, praças e outros, para desfrutar da “magia” do natal enquanto bem do lado nossos conterrâneos amargam o miserê?

Existe uma diferença abissal entre a história vivida e o que nos mostram na imprensa. Aquela criança que trabalhou o ano inteiro para ajudar a mãe e não fez recuperação porque não tem condições de estudar senta na calçada esperando que os que olham pelos pobres no Natal (e por vezes apenas no natal), possam olhar para ela também. Pobre sente fome, carência e frio todo dia, mas é no Natal que as pessoas se voltam para o que eles tão sentindo. Essa criança que não foi alcançada pelas mãos da “caridade”, o que acontecerá com ela? A fantasia do Natal construída pelo empresário e sua mulher, não existe para o pequeno cidadão. Não era pra ser uma data como a que está sendo. Para as crianças, ganhar presentes caros. Para os jovens, beber até cair duro. Para os adultos, comer peru até explodir.

Não vou finalizar um texto sobre o Natal como deveria porque ainda não passou da época. Mas deixo a todos um ano inteiro para pensar nisso. Quanto aos enfeites reciclados são e continuarão ridículos por todos os 150 anos até a decomposição. Se é para fazer algo, que façam bem feito, como em Luzilândia.

Não vejo porque vender ilusões de felicidade.

Por isso escrevo. Por isso sou Sine Fide.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Então é natal...





Quanta celeuma em torno da utilização de garrafas pet na decoração natalina de Esperantina. A visão de uma árvore de pet’s, convenhamos, só agrada mesmo aos idealizadores. Quem, em pleno gozo das faculdades mentais, acharia realmente belo tal enfeite? Refiro-me às pessoas que não precisam fingir para agradar ou manter os empregos, não necessariamente nesta ordem.

Os cavaleiros do apocalipse ecológico (leia-se arautos do aquecimento global) não cansam de espalhar às quatro direções que tal empenho evitará que milhares de garrafas pet tenham como destino final as ruas (rede de esgotos não existe) e finalmente o rio Longá, a vedete de qualquer aspirante a ecochato. Também ululam ao citar o emprego de mão-de-obra local na execução da empresa.

Pelo que sei,  uma garrafa pet demora entre 100 e 150 anos para entrar em decomposição. Neste meio tempo, fico imaginando a mesma decoração – com pequenas remontagens - sendo usada pelo mesmo período de tempo. Haja imaginação!

Se não for isso, o que farão com o material utilizado? Comerão? Ou o guardarão debaixo do tapete, a título de herança maldita para outras administrações?

Enquanto isso, na vizinha cidade de Luzilândia - que não chama para si absurda e megalomaniacamente o título de princezinha do norte ou cidade-pólo - apresenta decoração natalina realmente digna do nome. Ressalte-se que por lá, a administração também não faz uso demagógico de amizades nos vários níveis de governo para angariar recursos. Porque o milagre natalino só acontece por lá?

sábado, 12 de dezembro de 2009

Assustador sinal dos novos tempos




Caraaca! Noventa reais a inscrição para o concurso de agente penitenciário.


Lembro que em passado não muito distante - coisa de sete ou oito anos, mais ou menos - a então oposição promovia acalorados debates, instigava as pessoas a lutar para que os valores das taxas de inscrição fossem menores. Outros tempos.


Agora, não se ouve um pio sequer contestando os altos valores cobrados para inscrição em concursos públicos. Deve ser porque quem deveria se levantar contra tais fatos, hoje apenas indica os seus para os cargos, assim, como num passe de mágica: sem concurso, sem chateação de estudos, sem concorrência, sem vergonha.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Como é que é? Huummm, seeii...

... desconfiômetro ligado.









Como escolhemos um dentre tantos outros candidatos nas eleições? O bom senso nos manda escolher aquele com as melhores propostas. De acordo com elas, votamos no cidadão e esperamos pelo início do mandato, para a execução do prometido, apesar das inúmeras vezes em que esta espera é pura perda de tempo.



Direto ao ponto: navegando pela net, especificamente na página do Diário Oficial dos Municípios, www.diarioficialdosmunicipíos.org, edição MCDLVII, de 19 de novembro do corrente ano, encontrei a seguinte pérola: inacreditavelmente a Prefeitura de Esperantina contrata, por R$2.800,00 (dois mil e oitocentos reais) uma empresa para realização de pesquisa de opinião referente às reivindicações e prioridades da população tendo em vista o planejamento das ações do governo municipal de Esperantina. Espantoso!!


Recorte de imagem do Diário Oficial do Municípios, de 19 de novembro de 2009.


Durante a campanha já não se propalava tudo o que seria feito? Não foram espalhados panfletos com os planos do possível futuro governo, que se tornariam realidade, bastando para isso somente apertar no verde, os astros se alinhariam e tchammm: teríamos o paraíso terrestre, versão território dos cocais? O que aconteceu com aquilo tudo? Há, era o manjado Se colar, colou!!


Os gafanhotos da folha alinhados - jurando de pés juntos e sob pena de nunca mais merecer presentes do papai noel - não se cansarão de afirmar que isso se chama gestão participativa, que finalmente o cidadão tem vez e voz para ditar o destino administrativo da cidade, blá, blá, blá... tá colando.


Na boa: particularmente tenho outra opinião para isto, conhecia com outro nome.


domingo, 6 de dezembro de 2009

Not found




Pausa para um cafezinho até o dia 10 de dezembro. Sim, serão muitos dias, mas tem bastante café, né não?

Enquanto isso, para entender melhor a situação, assistam Alice no País (cidade?) das Maravilhas.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Tem cagueta na área





Então temos uma versão capenga do temido DIP Getulista! Tenso!!!


E não é que temos agentes de leitura a vasculhar o que é noticiado? Então temos pessoas desocupadas sórdidas, aproveitando os momentos de ócio – que não são poucos – no recôndito de seus ambientes de trabalho para vigiar e contar "pra chefia" os babados que rolam na grande rede. Os novos censores pretendem, na verdade, mostrar serviço e quem sabe granjear uns caraminguás a mais no finde (fim-de-semana, para os desavisados). Nosso DIP parece preocupado em uniformizar as notícias “que interessam ao povo”. Que povo? A massa de incautos que forma as filas dos programas de esmolas repasse de renda oficiais, os encabrestados, claro. Aqueles que dão hurras de alegria quando ouvem nos veículos oficiais que receberão mais benefícios oficiais. Ô, Ô, Vida de gado.


Circulando pelas páginas eletrônicas dedicadas à cidade de Esperantina, percebo que há a quase uniformidade nas notícias. Gregos e troianos cada vez mais empenhados em divulgar suas verdades, com suas respectivas versões. Já não vejo diferença entre os dedos e os anéis.


Prática levada a cabo em passado não distante, a uniformidade nos meios de informação retorna com força total. O desvirtuamento de notícias debuta na net dos cocais.


Sem falar nas ações de quinta coluna - executadas e combatidas no passado e praticadas no presente, será que ainda veremos o AI-5 dos cocais?

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Enquanto isso...


...no mais novo conjunto habitacional de Esperantina, uma unidade residencial é testada por um dos possíveis moradores.

Vem pra caixa você também.


Vem!!!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Só rindo






Sobre a nova campanha de trânsito municipal, apesar de louvável pela intenção, tenho apenas uma palavra para defini-la: patética.


Mesmo após tantas, repetidas e enfadonhas campanhas, ainda se teima em repeti-las em Esperantina. É um acinte à inteligência e ao bom senso do cidadão. Viveremos eternamente na ciranda das campanhas educativas? Como é mesmo? Em dezembro o circo cerco será apertado. Com as eleições se aproximando? É melhor contar aquela da galinha que queria atravessar a rua, seria mais divertido.


Os motoristas abordados durante passeata da boa nova devem estar com enorme peso na consciência por andar na contramão, possivelmente farão terapia pelo resto de suas vidas. Pelo que vi da recente campanha, deveriam entregar, além dos panfletos, uma lente de aumento. Para que? Para que os motoristas possam ler as minúsculas placas educativas afixadas nos postes. Pelo visto, a campanha tem sérias restrições orçamentárias.


Aliás, outra parvoice: para que seja possível ler os microscópicos avisos, faz-se necessário que o motorista infrator pare ou reduza a velocidade, ocasião em que é muito grande a probabilidade de que tal ato provoque um acidente, tipo engavetamento. Rir ou chorar?


Pessoas estão morrendo, outra ficam paraliticas por conta deste trânsito desvairado e o qual a reação: passeata pelas ruas. Parodiando aquela música... Caminhando e cantando, seguindo o caixão. Não estamos mais nos anos 80, quando uma passeata com faixas e piquetes era tudo que podíamos fazer.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Falha nossa


Em um post algum tempo atrás, afirmei que somente a cachoeira do urubu não era suficiente para manter o turismo em nossa cidade. Lembrei-me agora que nosso potencial turístico é bem maior.

Se tudo continuar como está, nada sendo feito, no próximo período de chuvas a cidade se converterá na Veneza dos Cocais, com tantas ruas alagadas pela falta de um sistema decente de escoamento das águas pluviais.

Sim. O turismo está salvo! As ruas de determinados bairros serão tomadas pelas águas e logo em seguida virão as gôndolas, com seus gondoleiros com cartão do bolsa família no bolso e remo nas mãos, prontos a levar os visitantes pelas vias. Até vejo a cidade repleta de turistas, cheia de barraquinhas vendendo souvenires, os defectíveis anéis de tucum e panos de prato bordados.

De capital da alegria, passando por capital das águas, dos urubus, do trânsito louco e cidade de jumentos (isso não fui eu quem disse), se as promessas forem cumpridas, Esperantina pode ainda ser conhecida como a capital das réplicas, caso a cidade seja contemplada com uma réplica do canal de Suez, que desviará as furiosas águas do longá para outras plagas, acabando de uma vez com a novela dos alagados e colégios ocupados.

Esperantina tem futuro sim. É só sentar e ficar esperando, esperando...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A cegueira que atrasa


Incrível a falta de conhecimento da população. Hoje presenciei discussão sobre usufruto de bens públicos. Durante anos a fio as pessoas foram iludidas pelo discurso popularesco da Casa do Povo, que a todos provê.

Pessoas má intencionadas e sem compromisso desviam a atenção da população da incompetência dos seus atos e canaliza as atenções para a prestação de serviços na dita casa. Desta forma, a casa da dinda ora é posto telefônico, ora papelaria e ainda centro de convenções e banheiro público.

Se alguém (eu, por exemplo) tenta passar outras idéias que não sejam estas acima é desacreditado e acusado de querer mandar nas coisas públicas, que o povo paga impostos (e também os sonega) e tem direito a usufruir de tudo, na hora que bem entender, entre outras baboseiras.

Tal pensamento é um achado para os descompromissados que, desta forma, continuam a mascarar a inaptidão para a vida pública, ofertando serviços que nada têm a ver com o exercício do mandato que lhes foi conferido “pela mais democrática" das formas: a eleição. Pois é.

Esta é a nossa triste realidade.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Só para lembrar



Meados do mês de novembro. Estamos chegando ao final do ano e que projetos importantes foram apresentados para a população de Esperantina?

Nossas ruas continuam sujas (bem menos, mas continuam); a avenida continua uma réplica mal acabada da superfície lunar; a sede atormenta a população da zona rural; o trânsito continua caótico... Toda vez que você pisar em uma poça de lama ou tiver que esperar por horas na esquina para a água da rua baixar, lembre-se de quem recebeu o seu voto prometendo acabar com isso.

Até parece que somos obrigados somente a votar para fortalecer a democracia – o mote é este, não? Nossas obrigações vão além disso. Na verdade, elas vão muito além dele, exigindo participação através do acompanhamento e fiscalização do legislativo. Está na hora de parar com as críticas na esquina e começar a agir.

Alguém já pensou em fazer uma avaliação de desempenho dos “representantes do povo”? É preciso que se acabe com a idéia idiota de que "se o político tal não prestar, na próxima eleição tiramos ele”. Esperar pela próxima eleição pode sair muito caro.

Em tempo de blecaute, que logo logo chegará até nós, não custa lembrar: mais vale acender uma vela que maldizer a escuridão.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Fiat lux


Ainda não sei como os cadeirantes de Esperantina conseguiram sobreviver até o momento sem aquela estupenda passarela construída na Avenida Petrônio Portela. Só faltou construir o Arco do Triunfo. Talvez ainda o construam, após o término(?) do asfaltamento da avenida.

Finalmente os cadeirantes terão liberdade para se movimentar de um lado a outro de nossa Champs-Elyssées, pena que se não forem atropelados durante a travessia, correm sérios riscos de se acidentar nas irregularidades das calçadas que a margeiam.

Por falar em asfalto: porque será que construíram uma passarela às pressas se logo mais – segundo promessas – o asfalto a cobrirá? Neste caso não seria cabível cobrar o disposto na Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 - LRF?

De minha parte, após tomar conhecimento de tão importantes obras, passei a revirar o cafofo em busca de algo propício e eis que encontro um velho skate empoeirado. Lembro que à época em que o adquiri, estava empolgado com as promessas feitas por concorrentes eleitorais em pleno embate, cada qual prometendo asfaltar as ruas de Esperantina. Animado, comprei o skate e fiquei a esperar o asfalto. De tanto esperar em vão, terminei guardando o mesmo para um dia futuro, quando finalmente alguém se propusesse de fato a executar a tal obra, que, como é mesmo... é esperada há mais de 10 anos, como dizem os parvos.

Agora, devidamente preparado para a ocasião, temo ter que esperar mais alguns anos, pois fiquei sabendo que será feito por etapas, sem que pelo menos fossem preparadas as vias, com um nivelamento minimamente decente e considerando que logo teremos o início do período chuvoso e a velha história de que no inverno... blá, blá, blá. Até vejo o ineditismo: a primeira pista de rally urbano e totalmente asfaltada do país e, bem ao gosto dos proponentes, um exemplo para o resto do mundo neoliberal capitalista, vitimado pela ambição dazelite.

Só espero que o novo asfalto não seja igual àquele posto solenemente aos gritos de Agora Vai! Em 2008 na rua Cel. José Fortes e adjacências, que não agüentou um inverno, mas, dizem as más línguas, pavimentou o caminho para as urnas. Pouco provável a tese, afinal, os astros estão alinhados!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Devaneio


Dia desses me vi passeando por Esperantina, em período atemporal. Parecia um estranho em um lugar idem: estava no mercado público, que tinha escada rolante. Achei um barato, apesar dos urubus que disputavam por comida, lado a lado com os moradores. Saindo do mercado, maior calor! Tomei uma rua qualquer e de repente o clima mudou, a rua estava diferente das demais, não havia veículos circulando por ela. Maravilhado com a descoberta, logo me dei conta de que – infelizmente – o trecho era curto demais e me vi andando a esmo, à procura da sombra de árvores que não existiam.

Prossegui e logo após o qüinquagésimo quinto buraco no asfalto deparei-me com estranha visão: fontes d’água e ao longe parecia ver o coliseu romano. Tomado de curiosidade, avancei para explorar o monumento. Após transpor o enorme muro, em vez de feras e gladiadores, encontrei inúmeros comércios, onde a bebida e os esgotos corriam como caudaloso rio.

Rapidamente pensei: este é o melhor lugar do mundo para se viver? Devia ser mesmo, pois podia ouvir fogos de artifício ecoar ao longe, embora um desavisado dissesse que apenas se comemorava o pagamento dos serviçais, que havia sido efetuado. Não dei muita importância para este pequeno fato, queria explorar este Eldorado, verdadeiro oásis urbanizado no meio do deserto estéril.

Procurando novidades, sigo sem olhar para os lados e de repente, cataplum! Um veículo loucamente guiado por um imbecil jovem imberbe choca-se comigo e desperto um ano depois em um leito de hospital, de onde saio, olho para os lados e não vejo mais a idílica cidade, ao contrário: percorro-a novamente e vejo as fontes agora secas; o pretenso coliseu convertido em decadente ponto de encontro marginal; sigo correndo na esperança de ver pelo menos a rua refrescante e - pasmo – vejo apenas um vão aberto entre os comércios, tomado de sujeira, veículos e depredado.

Estaria acordado ou agora é que dormia?

Não satisfeito com o que via e tentando me situar, desci pela via em que se encontram fontes e coliseu (pois é) e vendo minúsculo complemento, me pergunto se se trata de um canteiro para cebolas ou apoio para pedestres. Não perco tempo sigo em frente.

Neste momento sinto que meus pés se atrapalham no chão e em vão procuro a cobertura asfáltica. Mas não era para existir? Desisto da busca e decido avançar até o lado oposto de onde me encontro: vou à margem do rio. Lá devo encontrar algo melhor, pelo menos a visão é acalentadora. Ruas com traçado estranho se apresentam diante de mim, mas não ligo, pois vejo que imponente obra foi erguida logo mais à frente. Seria uma homenagem àquele que dizem ter sido o primeiro morador deste retiro? Não. É apenas o resultado de uma promessa, bancada pelo erário. Muito estranho. O estado não é laico? Deixa pra lá, como diria o acomodado.

Dirijo-me à praça e escuto intenso barulho no meio da multidão. Que teria acontecido? Rápido como votação na câmara, me aproximo do local e vejo um grupo de senhores a tirar os mais diversos sons de instrumentos, em tal balbúrdia que fiquei me perguntando o que os cidadãos faziam ao redor da mesma. Decidi que deviam brincar de descobrir Qual é a Música. Uau.

Apesar da repentina distração, percebo-me atordoado. Estaria sonhando antes da batida da moto ou agora?

Preciso tomar um café para clarear as idéias. Vejo um cidadão e indago:

- Onde fica a escola mais próxima?

domingo, 25 de outubro de 2009

Liberdade de expressão



Alguém assistiu à prestação de contas da prefeitura de Esperantina na sessão de sábado, lá na Câmara?

Nem eu. Uhuuuuuuuu!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Folclore nas festas



Vem ai o 31 de outubro, com a tradicional festa das bruxas – Halloween, mais um fruto do intenso processo de aculturação a que os diversos tipos de mídia nos presenteiam.

Poderiam comemorar o dia do Saci, como se pretende por meio de lei do ano de 2005 (ainda não oficializado). Mas, claro, é mais chique comemorar em inglês, como não? Afinal, ingrêis nóis sabe.

Com um folclore rico em personagens, alguns dos quais remontam a períodos que antecedem à invasão do Brasil pelos Manuéis, a massa prefere adotar a famosa festa das bruxas.

Quando se trata de vangloriar os feitos de algum atleta brasileiro em competição pelo mundo, a turma do tô-ridículo-mas-tô-na-moda se traveste de patético nacionalismo, tomando como seus os feitos dos campeões. Nesta hora vale tudo: se macaquear com fantasias que exaltem a pátria, fanfarras barulhentas e qualquer outra coisa que chame a atenção do mundo.

Mas quando se trata de nossa cultura, as coisas são bem diferentes. Nossas escolas não primam por enaltecer a história local, apesar de passar o mês de setembro celebrando a independência do país e cantando os hinos alusivos como rouxinóis amestrados.

Se nada for feito, assistiremos de camarote ao sepultamento da cultura popular brasileira. Os maiores vilões somos nós mesmos, brasileiros, que aceitamos as bruxas em vez de sacis, boitatás e outros. Aceitando calados assinamos o atestado de óbito de nosso folclore.

E tome alienação: musica baiana é axé music; amor agora é Love; camisa colada é baby look e assim, mandam às favas o vernáculo! Viva o primeiromundismo de araque.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Cidade sem lei...


...ou não. Leis as temos. Até demais. Somente há dificuldades em cumpri-las. No final da tarde de hoje mais um acidente no trânsito nos faz emergir à tona da realidade: estamos perdendo o jogo para o vandalismo, seguimos a passos largos para o caos da marginalidade.

Nosso trânsito desvairado faz vítimas repetidamente, embora há pouco tempo a cidade tenha sido tomada pelos otimistas de plantão, que em pleno êxtase acreditaram nos efêmeros resultados das tais “blitz educativas” realizadas no decorrer de uma longa semana. É como aquele jargão: de boas intenções...

Até quando assistiremos apalermados à sucessão de acidentes ocasionados por imperícia/imprudência de motoristas inaptos? A reação da população será como sempre, tímida e receosa? Continuaremos na eterna espera de boa vontade dos escolhidos?

Para muitos motoristas, os semáforos (pois é) são apenas enfeite. Ninguém pode se arriscar e confiar que uma determinada rua tem sentido único de trânsito sem correr o sério risco de engrossar o rol de vítimas. Os veículos que transportam pessoas para a zona rural ou outros municípios costumeiramente infringem regras básicas, como ao parar no meio da rua para atender as vítimas pessoas; as inúmeras motos com reboque, que transportam mercadorias pelas ruas da cidade não possuem segurança e nem a ofertam, são bólidos que amedrontam e assim a lista segue, interminável como a relação de comissionados.

A temporada de fóruns está à vista (2010) e não será de espantar se formos presenteados com um deles para “estar vendo” os problemas no trânsito local, para depois da plenária estadual e federal, “estar encaminhando” para o setor competente a possível resolução do problema e, pela enésima vez, tudo será resolvido neste retiro de verdes ramagens. Simples assim.

Enquanto isso, a população paga impostos abusivos para manter seus veículos dentro da legalidade. E essa grana serve para que então, senão para implementar ações e melhorar as condições de trafegabilidade?

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

E o verde que havia aqui?




Esperantina cresce, apesar dos pesares. Junto com o crescimento sem planejamento urbano, pode-se verificar a falta de áreas verdes na cidade. E não vale argumentar que aquele mato que cresce na calçada sirva de área verde. Aquilo é apenas uma mostra de desleixo pessoal.

É inútil esperar somente pelos poderes públicos para resolver esta questão. Também temos nossa parcela de responsabilidade nesta querela. Se inexistem ou são irrelevantes as ações por parte de órgãos oficiais, cabe aos cidadãos cumprir sua parte - creio que o surrado termo exercer a cidadania se encaixa bem nesta situação - e abandonar a letargia insolente.

A cada dia diminui o espaço verde em Esperantina, com o corte de uma árvore que incomoda os vizinhos aqui, outra ali para ampliar a área construída e assim caminhamos para o deserto. Reclamamos do calor, mas não vemos o óbvio: as ruas têm pouca ou nenhuma arborização, em longos trechos. Mas arborizar uma área não deve se limitar apenas ao gesto simbólico de plantar uma árvore no Dia da Árvore e depois abandoná-la.

A arborização é essencial a qualquer aglomerado urbano e tem funções importantíssimas como amenizar a temperatura, purificar o ar, atrair aves, constituir fator estético e paisagístico, diminuir o impacto das chuvas, valorizar a qualidade de vida local, entre muitos outros benefícios.

Além disso, a legislação municipal pode e deve incentivar aos particulares a conservação de áreas verdes em sua propriedade, assim como incentivar a sua criação e manutenção, possibilitando inclusive desconto no IPTU ao proprietário que constitui ou mantém áreas verdes no seu imóvel.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Crítica versus Bestialidade



Recebi email malcriado de um criado do obscurantismo.

Entre tantas barbaridades apontadas, atribui a mim a crítica somente à atual administração, que está dando certo e blá, blá, blá., esquecendo-se de observar que o blog não foi criado este ano e sequer olhando posts anteriores, onde abordo temas administrativos de outros períodos.

Assim agem os cegos ideológicos: à semelhança dos cães adestrados esperam agradar os chefes atacando aqueles que ousam discordar deles.

Não se trata de ser de esquerda ou direita, aliás, o conceito de esquerda ou direita já deveria ter sido abolido, por ocasião da queda do muro de Berlim (ou o fim da União Soviética, conforme outros). O tema político está na ordem do dia, quer queiramos ou não. Refiro-me à política e não a polititica.

Das decisões, acordos e atos políticos dependem milhões de pessoas no mundo inteiro e aqui não poderia ser diferente. O que não faço e nunca farei será ficar sentado com a boca escancarada cheia de dentes, esperando a morte chegar. Da falta de ação das pessoas é que se dá liberdade para grupos das mais diversas ideologias tratarem a coisa pública como um grande balcão de negócios. Para aqueles, quanto mais a população se afastar da discussão política, melhor, serão menos pessoas para dividir o butim.

Afastados do rateio, mas alimentando-se das migalhas, ficam os bobos da corte, a dizer amém a tudo e a todos, pelos simples prazer da subserviência. Basta-lhes aplaudir. No apagar das luzes, não sabem porque a saúde não funciona, a educação é péssima e porque o salário é mínimo.

E o grand finale, o coup de grace: É mais fácil acreditar do que criticar. Logo existem mais crentes do que pensadores.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

SubDesenvolvimento, aqui vamos nós.



Em meados do mês de julho do corrente ano a prefeitura municipal removeu as estruturas metálicas daquela que seria a rua climatizada de Esperantina, a pedido dos comerciantes supostamente prejudicados com tal obra.

À época da retirada, foi aventada a possibilidade de construir um calçadão (observem que acabavam de destruir parte dele) no local. A isso historicamente se denomina Teia de Penélope, ou obra que não tem fim previsto, pois se constrói em um dia para desmanchar em outro.

Não vi ou mesmo ouvi protestos de populares sobre o desperdício de dinheiro público na obra. Em vão esperei que aquele(s) blog(s) que mal e porcamente fazem as vezes de diário oficial do município publicassem algo a respeito, mostrando opiniões as mais diversas. Tempo perdido.

O que saiu mais caro: a construção inacabada ou a retirada do pouco feito? Agora os comerciantes do local devem faturar e juntar dinheiro a rodo, visto que o povo voltou a circular naquela via. Às favas os incômodos a que os transeuntes estão sujeitos, como o trânsito furioso de bicicletas, motos e assemelhados no local.

Meses após tal fato, provoco: o que foi feito do material retirado do local? Provavelmente enferruja em algum depósito. Onde estão os fiscais do povo? O que dizem a respeito (oficialmente e não nas esquinas, à boca pequena)? Que providências tomaram? Ou não viram nada?

O projeto da rua era bem interessante, megalômano e supérfluo, sob muitos aspectos, mas interessante. De ruim tinha as estruturas metálicas, que eram muito baixas e com certeza tornariam um forno aquele trecho. Mas daí retirar o pouco que já havia sido feito somente para atender caprichos e ciumeira de comerciantes já é demais.

Se, ao contrário, a obra fosse concluída, a cidade ganharia um ótimo espaço para compras, um diferencial em relação a outras cidades da região.

Fico à espera de novo projeto para a rua, pois do jeito que está não engrandece em nada a cidade, vendida nas feiras como turisticamente viável. Uma cachoeira por si só não é suficiente como vetor de desenvolvimento.

domingo, 4 de outubro de 2009

Rio 2016

A onda do momento é festejar a escolha do Rio de Janeiro como sede das distantes olimpíadas de 2016. Pela-primeira-vez-neste-país (para utilizar um termo tão em voga ultimamente) uma olimpíada será disputa nestes trópicos.

O extraordinário nisto? Entre muitas outras coisas, é a chance de o Brasil mostrar competência ao mundo, e não apenas bundas e corrupção.

O que chateia é que a tão falada escolha do Rio parece ter sido mais a título de reparação do que merecimento. Argumentos como: nunca um país da América do Sul sediou uma olimpíada; é preciso despolarizar os locais-sede, para dar chances aos países emergentes e outras chanchadas do gênero fizeram a cabeça da maioria.

Agora só resta esperar que as ditas sejam um sucesso, embora todos saibam que esta será uma oportunidade de ouro para maracutaias e o jogo político de sempre.

Porque a mídia em geral dá os louros da vitória ao Lula? Dizem que seu empenho pessoal em defender a candidatura do Rio foi fundamental para a vitória, com direito a encenação de choro e tudo. Tudo é possível. Neste caso, por que em 2005, a cidade do Rio foi desclassificada numa rodada intermediária para as Olimpíadas de 2012? O retirante já não ocupava o cargo? Surgiu até mesmo um bravo a sustentar a tese de que a exploração do pré-sal, associada com a redução da desigualdade social proporcionada pelos programas de esmolas oficiais repasse social de verbas foram essenciais neste novo momento do Brasil.

Creio que em momento próximo ligarão a escolha do Rio à imagem da candidata-guerrilheira e... pimba! Acontecerá a canalização dos votos canarinhos, atrelada à bolsa família. Sucesso de público. Não tem pra ninguém. Viva o espírito de porco olímpico!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Tormentos


Esperantina é bem dotada de rádios comunitárias, mas realmente necessitamos delas?

Segundo a ANATEL “O Serviço de Radiodifusão Comunitária trata-se de radiodifusão sonora, em freqüência modulada (FM), de baixa potência (25 Watts) e cobertura restrita a um raio de 1km a partir da antena transmissora. Podem explorar esse serviço somente associações e fundações comunitárias sem fins lucrativos, com sede na localidade da prestação do serviço. As estações de rádio comunitárias devem ter uma programação pluralista, sem qualquer tipo de censura, e devem ser abertas à expressão de todos os habitantes da região atendida.

Ainda a ANATEL: As prestadoras do Serviço de Radiodifusão Comunitária podem transmitir patrocínio sob a forma de apoio cultural, desde que restritos aos estabelecimentos situados na área da comunidade atendida. Entende-se por apoio cultural o pagamento dos custos relativos à transmissão da programação ou de um programa específico, sendo permitida, por parte da emissora que recebe o apoio, apenas veicular mensagens institucionais da entidade apoiadora, sem qualquer menção aos seus produtos ou serviços.

E o que temos neste território bendito e ordeiro? Por aqui o tal “apoio cultural” mal disfarça a cobrança dos caraminguás dos anunciantes, disputados a tapas pelos, vamos dizer, locutores, com a devida licença poética.

Por aqui, grupo político que se preza tem que ter uma rádio para chamar de sua, para melhor defender seus interesses a população. O proselitismo impera nelas, seja religioso, seja político. E que não me venham com argumentos chulos para defender mais esta excrescência municipal.

As notícias - entremeadas por comentários muitas vezes dispensáveis - apenas são leituras de outras notícias catapultadas de outros meios de comunicação e a prestação de serviços não resiste a um olhar mais apurado. Isso sem falar que alguns barões do gogó - por vezes - se consideram a última coca-cola no deserto, auferindo para si o poder de forçar a prestação de serviços pelas instituições, numa espécie de rascunho borrado de Moisés a liderar o povo, abrindo mares, quando necessário, até a terra prometida ou o atendimento de súplicas.

Cada povo tem a BBC que merece.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Hip, Hip, Hurra!


Aniversário de Esperantina. O que temos a comemorar? Pequenas melhorias, grandes promessas, triste realidade. A plebe será brindada com uma raríssima apresentação da banda (novidade!) Explosão do Som, que se apresentará pela primeira vez por aqui no dia 28 de setembro de 2009; provavelmente teremos a inauguração do longo trecho de avenida construído recentemente, aquele neo-ícone da engenharia moderna; e um rega-bofe/cala-boca com os blogueiros locais (aqueles, das notícias afáveis, os webabões), às expensas do erário.

Possivelmente teremos a farofa de sempre; algum desavisado relembrando parte da história de Esperantina, citando os grandes feitos de personagens ilustres nativos (leia-se, de alto poder aquisitivo para os padrões locais) e esquecendo-se – como sempre – de que a história e, por conseguinte, os grandes feitos históricos são levados a efeito pelos cidadãos comuns, obscurecidos pela hipocrisia de nossa “elite”.

Um dia de festa para postergar as carências e índices gritantes no município, solenemente jogados para baixo do tapete. Afinal, o que representa um esgoto fétido, diante da deslumbrante cena de um lindo meio fio pintado de cal, branco como as celestiais vestes?

Como não atingir o nirvana ao contemplar os rostos felizes dos aspones que formam a claque oficial, com seus bolsos cheios? E daí que você está inadimplente com a quitanda da esquina e o barzinho do fim de noite? Isso é apenas mais um detalhe.

Um dia de delicias mil, para esquecer as taxas aviltantes de desemprego na cidade. Isso para quem não teve o privilégio de ser um dos sobrinhos do papa[1], que abarrotam as prestações de conta, ao arrepio da lei e aquiescência dos dirigentes.



[1] Aos que não entendem o termo, sugiro acessar o grande oráculo Google.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Dizer não é dizer sim

Dias desses aconteceu polêmica na casa do povo, por conta de denúncias embasadas em documentos públicos. Ficará como sempre, em nada?

Dizer que o Brasil é uma grande democracia enche de brios alguns integrantes da classe política. Que temos certas características comuns com a democracia, isto é fato, mas algumas atitudes nos fazem lembrar períodos obscuros da história nacional onde a democracia era utopia.

Voltando à casa do povo, nossos digníssimos legisladores iniciaram abertamente a troca de farpas, tudo em nome da governabilidade. Alguns, aos serem confrontados com informações não favoráveis ao, digamos assim, plano político, simplesmente não aceitam qualquer mácula na administração e partem com garras e dentes para destroçar o esboço de oposição, em tentativas ridículas de desqualificação dos caguetes, inimigos do povo.

Para isso foram eleitos então? Não seria melhor averiguar os fatos antes de relegá-los às traças? A galinha dos ovos de ouro ameaça alçar vôo para as distantes plagas?

Ao tentar abafar as críticas primárias, aplicando-lhe sonoro NÃO, os partidários dizem SIM à prática continuada de atos no mínimo preocupantes, merecedores de maior atenção.

O caso merece manchete e não simples nota de rodapé.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Sucupira é aqui

Encerrados os festejos em Esperantina e também o momento de patriotadas de última hora, nada como voltar à mesmice nossa de cada dia, com os midiáticos sugerindo intrigas a todo momento, o popular “caçar cabelo em ovo” e a plebe em geral dividida entre a tentativa de arrumar desculpas para escapar das dívidas e o fim da novela das oito.


Nessa volta ao mundo real, as atenções voltam-se para o destino do município. Por sinal, nebuloso.


Antes que um Dirceu Borboleta da vida tente explicar o inexplicável, gostaria de ser informado sobre a (real) data de término da grandessíssima obra de ampliação da avenida/rio Petrônio Portela. No ritmo em que andam os trabalhos, penso, teremos uma pomposa inauguração à época dos festejos do mês de janeiro ou semana santa, épocas em que é grande o número de visitantes na cidade.


A cada momento esta cidade avança a passos largos para se tornar uma nova Sucupira, com direito aos caricatos personagens, algumas raras exceções e mais alguns que a modernidade infelizmente nos brinda.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Finalmente, os festejos de setembro

Nada como um festejo para animar a população. Clubes lotados com as atrações de sempre – ou quase sempre, o estilo predominante é o mesmo, forró; a cidade transforma-se de repente, mais pessoas nas ruas, que por sua vez recebem a tradicional pintura de cal nos meio fios (como sempre que há previsão de visitantes na cidade), as barraquinhas com disputa pelo som mais alto; os carros de som com as porcarias músicas do momento; o parque de diversões... tudo como sempre.

Os festejos, que deveriam ser religiosos, há muito transformaram-se em um bom negócio para comerciantes da cidade. Isso sem falar na prefeitura, que também embolsa um naco da bufunfa que rola no período, por meio de impostos pagos pelos barraqueiros.

E assim a vida vai rolando, sem maiores novidades, a não ser um minúsculo pedaço de avenida que demora demais a ser concluído.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Deve ser o tal progresso

O que há de tão... fantáááastico em um carro coletor de lixo?

Hoje pela manhã fui obrigado a parar e observar a cena deprimente: grupos de parvos pessoas admirando - como se fosse a 8ª maravilha do mundo - a passagem do caminhão do lixo.

Por instantes tive mesmo a impressão de que alguém mais exaltado faria o pedido fatal: que o carrro parasse para eles tirarem fotografias ao lado do mesmo. Sei não.

Depois do que presenciei, me deu uma vontade - felizmente controlada - de comprar grande quantidade de patins. Para quê? Para vender aos deslumbrados no dia na inauguração do asfalto, aquele, do projeto com nome pomposo.

domingo, 16 de agosto de 2009

A "mídia" local continua avançando no erário. É fato.

Interessante a quantidade de jornalistas/comunicadores e/ou assemelhados... pausa para risos - que disputam a tapa o título de bajulador-mor municipal, a título de divulgar o feijão-com-arroz municipal. Chega dar asco o beija-mão promovido por eles.

A tal imparcialidade, bastante apregoada, foi mandada para as calendas gregas. He, he, he. A lógica imunda é: antes sujeitado com algum no bolso que liso com opinião própria.

Depois dizem que a dispensa de diploma para exercer o jornalismo não implica em nada.

Em tempo: uma gramática é tão baratinha... que tal?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A solução, afinal.

Depois de dias sufocado por intensa e estupenda propaganda, tivemos uma consulta pública para ouvir e debater com a claque sociedade da região as ações que são se espera estratégicas para promover o desenvolvimento subsidiado sustentável de alguns municípios deste e mais dois estados vizinhos da área de abrangência do plano. Ufa... cansei. E ainda fiquei só nos objetivos. Deter-me-ei apenas no turismo, tido como o comércio do futuro. Sim. Mais precisamente em Esperantina. Desenvolver o turismo no meio do cocal. Até ai tudo beless. O problema é na hora de acordar!

A cidade não tem estrutura para receber turismo em média escala, somos mal servidos nos bares, destratados nas ruas e imbecilizados na mídia.

O grande barato seria primeiro estruturar a cidade e logo após incrementar o turismo.

Mas o que temos a mostrar? A cachoeira do urubu é muito boa, mas insuficiente.

Há a opção da fazenda histórica do Olho D’água dos Pires, onde a tentativa de “resgatar” a história já começa no erro, ao mudar o nome para Olho D’água dos Negros. Tentemos outro.

O que mais então? O teatro Diniz Chaves, que já foi quadra de vôlei e permanece na linha do esporte e serve de academia? Passa este.

As churrascarias nas margens dos rios? Também não servem, parecem imagens paradas no tempo, bucolicamente entorpecidas. Próximo.

O cemitério dos ciganos teria valor histórico/turístico? Precisaríamos então afastar as névoas que envolvem esta triste história que cerca o massacre e escrevê-la sem medo da pressão de determinados setores de nossa “sociedade”, supostamente beneficiada na ocasião do sinistro.

Sobraria o que então? Nosso potencial turístico se resumiria a isto?

Creio então que deveríamos explorar uma alternativa típica, talvez a única genuinamente esperantinense: os incríveis urubus domesticados que ainda infestam nossas ruas.