O ano de 2009 prometia. A ventura exalava por todos
os poros, por todos os lados e neste cenário idílico – lembro agora – foi apresentado
à comunidade boquiaberta um curso que deveria promover maior integração entre polícia
e comunidade, visando o bem comum e uma melhora na qualidade de vida do cidadão,
blá, blá, blá... Legal.
Passada a euforia inicial, aconteceu o curso com
participação da comunidade – razão de ser do curso – e a já tradicional
enxurrada de depoimentos de pessoas que já anteviam as possibilidades do paraíso
terrestre. Como resultado, ao final do curso foi aventada a possibilidade de criação
de um Conselho Comunitário de Segurança e também de um pelotão mirim, onde as
crianças seriam orientadas contra o uso de drogas e os apelos da criminalidade
e agora, claro, referendado pelos sequiosos cidadãos.
Ano de 2012, a euforia agora arqueja pelas ruas
esburacadas de trânsito difícil e os frutos oriundos da criação do conselho de
segurança ficaram pelos buracos do caminho, quem sabe atropelados por algum
menor, alvo da ação, enlouquecido guiando um veiculo liberado pela anuência de
pais relapsos e instigados pelo descaso. Até vejo a inscrição do túmulo: aqui
jaz mais um lindo projeto que não vingou.
Mas tem nada não. Outros virão, sempre virão, melhores e mais audaciosos,
prontos para ser adotados pela multidão ansiosa por melhorias, porém cansada de
utopias.