sexta-feira, 28 de junho de 2013

Sem valor aparente

Imagem: Arquivo do Blog.

E o assunto volta à tona: o município precisa mesmo de tantos prestadores de serviço? Governos vem e vão  mas eles, os prestadores de serviço e os comissionados estão lá, nas folhas de pagamento, lustrosos e reluzentes com seus postos de chefia.

Algumas das nomeações até se entende, embora não sejam aceitas com facilidade, mas outras beiram o exagero, de tão inoportunas. Tal situação desprestigia o funcionalismo efetivo, que no dia-a-dia se entrega ao labor e realmente se esforça para literalmente ''fazer andar'' a pesada máquina pública.

O curioso é que a maioria das pessoas que são chamadas a assumir empregos já entram em boas condições de trabalho, salários melhores, enquanto outros que não tiveram acesso à janela do oportunismo e preferiram a via oficial do concurso público amargam posições marginais nos mais diversos órgãos administrativos. Quem passa meses queimando pestanas se preparando para um concurso público é suplantado pelo jogo político, que premia aliados com os vistosos cargos de chefia e relega concursados a posições menos atrativas, monetariamente falando. Falando em cargos de chefia me pergunto para que mesmo tantos? Temos muitos chefes para poucos índios.

É de se parar para repensar atitudes e reconsiderar a opção de acesso ao serviço público por meio de concurso, se o que vale mesmo para conseguir um emprego é balançar uma bandeira e mostrar o título de eleitor. E ainda temos que nos contentar com a situação, aceitando tudo como coisas da vida.

E tenho dito!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Tempos modernos

Ah, retiro de verdes ramagens... da poesia do hino só temos a lembrança. Nos dias atuais o que havia de graça na cidade foi abiscoitado pela pressa do progresso em tudo modificar.
Imagem: Progresso. De www.recreio.com.br

O centro da cidade a cada dia fica mais descaracterizado, modificado, para atender às demandas da modernidade, embora da maneira mais tosca possível e com o olhar complacente de que deveria zelar pelo bom andamento do modus vivendi.

Algum tempo atrás se falou em acessibilidade urbana como forma de melhorar o trânsito de pessoas  com deficiências ou mobilidade restrita, mas o que vemos pelas ruas é o descaso absoluto. São ruas enlameadas, com pouco ou nenhum asfalto, cheias de deformidades que dificultam a vida de quem não possui pickups; calçadas construídas das mais diversas formas e padrões  a bel prazer, muitas vezes ocupadas por mercadorias que antes se restringiam ao interior das lojas. E ninguém se incomoda com isso. É melhor desviar das mercadorias ou procurar outra rua, olhar para o outro lado.

As ruelas, projetadas para se andar a cavalo em fila indiana já não suporta o trânsito maluco de cada dia, quando se percebe pelas ruas mais movimentadas a existência de fila dupla, veículos estacionados de forma a melhor atrapalhar a vida de outros transeuntes. A grande saída poderia ser a municipalização do trânsito, mas esta tropeça em indisposições e má vontade, pois o que mais explicaria o retardo na execução de tal projeto?


... E crescendo, assim, tu promoves, A grandeza do imenso BrasilNos passa o hino municipal.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Ecos

A cidade promete sair do marasmo usual para se debater nas manifestações contra a corrupção e algo mais. Não é a primeira vez que manifestações ocorrem por aqui, mas desta vez o modismo parece ter chegado com força por estas plagas.
Imagem: http://www.goodfon.com/wallpaper/3698.html

Passada a euforia e assombro inicial é um movimento meio troncho, em que a participação vai mais pelo modismo que pelo real sentido do manifesto. Mas o que vale é mostrar-se indignado com a corrupção que suga recursos e atrapalha a vida do cidadão, embora muitos destes não veja nada de errado em colar na prova da disciplina chata, em circular em veículos sem habilitação, em se achar o maioral porque recebeu o troco a mais no comércio e outros pequenos deslizes, quase nada diante do que os políticos fazem. É o que dizem para se redimir da culpa. Afinal, andar pela contramão não tem nada a ver com as péssimas condições do caótico trânsito municipal, o que importa é cobrar sinalização e asfalto, protestar contra tudo que ai está, contra o sistema. É.

Lutar contra a corrupção é uma bandeira louvável, mas até que ponto isto passará da passeata é o que realmente importa. Muitos dos que se propõem a isso nunca perderam ou devam perder seu precioso tempo a vasculhar prestações de contas dos poderes executivo ou legislativo do município. Funciona mais ou mesmo desta forma: alguém comenta que ouviu falar que são realizadas negociações não republicanas em algum dos poderes citados, comentário exaustivamente debatido na – cof, cof – imprensa local e assim prossegue, gerando ótimas discussões em mesas de bar e esquinas da vida. Verificar autenticidade ou não dos comentários através de fiscalização em locais de obras ou mesmo dos balancetes ninguém quer. Fica mais fácil 'combater' pelas redes sociais.
Imagem: http://www.tumblr.com/tagged/mimado

Tudo agora é muito bonitinho, manifestação pelas ruas e fotos para a internet. A corrupção não é tema recente e nem acaba com um dia de protestos. Todos agora se mostram engajados na defesa da cidadania. Cantar o hino nacional, antes tarefa chata restrita à semana da pátria agora está na ordem do dia. Bandeira nacional passou a servir de escudo e rua de vitrine. Mas tudo tem um começo e neste caso, espera-se também um resultado prático.

E tenho dito!