quinta-feira, 30 de julho de 2015

Hora de despertar

Imagem: daniswords.wordpress.com

Hora de despertar do conformismo que assenhorou-se de Esperantina. Sejamos a revolução que queremos.

Apesar dos pesares ainda consigo ficar pasmo ante o conformismo proclamado por muitos cidadãos, que na primeira oportunidade o expressam como forma de não incomodar ninguém ou mesmo para não ser tomados por rebeldes, preferindo assim a vida de gado, entregando-se à velha prática corriqueira do disse-me-disse nas esquinas e mesas de bar.

O conformismo em sua forma pura pode ser notado em diversos aspectos da vida local, como por exemplo, na falta d’água já histórica na zona rural durante o período seco. Muitos se limitam a dizer que "é assim mesmo desde que me entendo por gente" e fica por isso mesmo. No máximo reúnem a associação de moradores e mendigam ajuda, que por vezes chega nos quadriênios em que a vida dos cidadãos fica interessante a determinado grupo de pessoas - leia-se, eleições.

A falta de planejamento urbano é outro caso em que o conformismo faz vítimas, ao baixar a cabeça e se conformar com o que a natureza impõe, como se a intervenção do homem no meio não fosse capaz de mudar a paisagem ou pelo menos criar adaptações a ela, como no episódio dos embaraçantes alagamentos que ocorrem periodicamente em determinados bairros da cidade onde basta uma chuva mais forte para relembrar o muito que falta para melhorar. O conformismo reduz o homem à condição de simples passageiro pela vida e não de ser vivente e pensante como deveria.

Aceitar a tudo que há de malfeito apenas pelo fato de não querer se indispor com autoridades ou por servilismo é o maior e pior exemplo de conformismo, que relega ao ostracismo o porvir. Jamais se registrou na história do mundo exemplos de sucesso em locais infectados pelo conformismo. O sonho da grande Esperantina tropeça na falta de combatividade por melhorias e só favorece o toma lá, dá cá, conhecido na cidade fagueira desde sempre.

E tenho dito!

Índio não quer mais peixe.

Imagem: www.zazzle.com.br

E a cidade que já não tinha quase nada perdeu um pouquinho mais.

Alguns anos passados vieram com a promessa de reformar o mercado público e mais que rapidamente destruíram parcialmente o que era conhecido como mercado municipal.

Enquanto a 8ª maravilha do mundo moderno não ficava pronta, tiveram a ideia estupenda de transferir as atividades do antigo para um local improvisado à guisa de mercado, mesmo o local sendo improprio para tal e com custos consideráveis em um município em situação de emergência.

E os anos passam... e nada do mercado ficar pronto. De repente todos se perguntam porque o dinheiro que – diziam – estar garantido para concluir a obra não aparecia mais. De lado a lado ninguém sabia explicar nada. E o tempo passando.

Eis que agora o mercado dito provisório é incendiado e o que já era ruim ficou péssimo. Promessas já rolam como nunca e o resultado será como sempre. Mas nesse ínterim há espaço para muitas salvas de palmas pelo empenho em... em... em que mesmo? Em prometer?

E o recurso que foi destinado para aquela festa hídrica que ninguém bebeu cachaça, não teria sido melhor empregado se fosse direcionado à construção do mercado público? Alguém se importaria no final das contas com a ideologia do bom samaritano deste ou daquele lado, mas que concluísse a obra?


E agora, babão? Índio ainda quer peixe?

terça-feira, 14 de julho de 2015

O total descabimento de uma festa hídrica em meio a estiagem

Foto: Aldair Dantas/G1.globo.com

Foi publicado no Diário Oficial da União do dia 13 de março de 2015 uma portaria que decreta situação de emergência em 201 municípios do Piauí por conta da estiagem e como não poderia ser diferente, Esperantina está inclusa na lista. A portaria foi assinada pelo secretario nacional de Proteção e Defesa Civil e está em pleno vigor.

Agora veio a surpresa desta denominada festa do peixe. Imagino que, igualmente ao resto do mundo, por aqui os peixes sejam criados em reservatórios com água, esta mesma que o governo decretou estar em falta. Se falta água para a agricultura e em muitos lugares até mesmo para beber, porque cargas d’água há água suficiente para criatórios de peixes?

Bem melhor seria verificar de onde os piscicultores retiram a água para seus açudes. E o que dizer daqueles que fazem do combalido rio Longá seu criatório particular? Quantos pequenos riachos perderam vazão para que piscicultores pudessem ganhar dinheiro com seus criatórios? Vale incentivar os piscicultores em detrimento aos agricultores?

Festa do peixe? Bem melhor seria distribuir as cisternas para amenizar a situação das famílias que necessitam de água para sobreviver e não para criar peixes.

Festa do peixe? Melhor seria destinar verbas para asfaltar ruas, sinalizar, organizar o trânsito infernal.

Festa do peixe? Melhor seria livrar a cidade dos elefantes brancos presenteados à população, que custaram caro, se deterioram e com certeza consumirão mais recursos para finalmente serem entregues à população, a exemplo do mercado público.

E como já é de praxe por estas terras, ano que vem, quando da realização da II festa do peixe, esta já será “tradicional” e ninguém poderá mais reclamar da realização da mesma em período efervescente da campanha eleitoral. Bem melhor seria se os patrocinadores do evento dirigissem suas verbas para algo mais útil em tempos de emergência por estiagem.

A mensagem implícita é: esqueçam dos problemas, afinal, teremos uma festa do peixe. Iuhuuuu!!!!

E tenho dito!