terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Ativismo e memórias

Imagem: Anajus.org.br

A velha política dá sinais de que ainda não foi extirpada. Aqui e ali o ranço do corporativismo, do coronelismo vil e outras aberrações vem à tona.

Certa vez me flagrei consultando os rascunhos de prédios e outros aparelhos públicos locais e me dei conta de que ali, mais que em qualquer outro lugar, se pode notar o apego ao poder, mesmo nas mais mesquinhas formas, a que se apegam os chefetes locais.

Aqui um parente nomeia uma praça, ali uma avenida, um residencial, umas ruas mais à frente e assim segui por muito tempo e percebi a tentativa de perpetuação na memória popular de determinados representantes “do povo”. De obra mesmo bem pouco merece a lembrança.

Para homenagear um ente querido não se medem esforços: se atazana a paciência de uns para conseguir nomear algo com o nome do parente ou amigo que na maioria das muitas vezes nada tem a ver com o objetivo final da obra, mas a homenagem é feita, nem que para isso se recorra ao sobrenatural ou à mais vil demonstração de poder. Tais fatos acontecem em detrimento de centenas de pessoas que realmente contribuíram com o município, ao invés disso, simplesmente se homenageia por ter o mesmo sangue de mandatários. Sangue este que, além de conseguir nomes em órgãos e aparelhos, ainda consegue empregos com ótimos salários, como se competência fosse hereditário e constasse no DNA.

Em nome dessa aberração chamada corporativismo e outros nomes que não convém citar, temos inúmeras homenagens a desmerecidos e ilustres desconhecidos, que afrontam os princípios da impessoalidade e moralidade, que deveriam nortear seus passos públicos.

E tenho dito!