quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Separando o joio do joio

Aos chatos de plantão só nos resta mesmo observar o que acontece no cotidiano. E as coisas começam a acontecer em ritmo mais acelerado agora, daqui a alguns meses o ritmo será alucinante. 

De um momento para o outro opiniões saem dos calabouços mais profundos para dar o ar da graça e um pitaco, um se liga aos que dormem sob as palmas das belas palmeiras e dos leques dos carnaubais. Embora saibamos que sejam palavras ao vento, saciam a sede de justiça dos que as ouvem, ao melhor estilo do diga o que os outros querem ouvir, não o que você pensa. 

Sem que ninguém peça ou perceba nitidamente, micro ações acontecem aos borbotões e são alardeadas como a glória máxima a que temos direito, como se estivéssemos absortos por intenso nirvana. De agora em diante os ajuntamentos acontecem não somente em decorrência de acidentes, como em outros anos, mas agora como espaços de manifestação de indignação e oferecimento gratuito de alternativas redentoras, como a demonstrar que a coisa ainda tem jeito. 

Um debate surdo acontece nos bastidores, embora planejado para os holofotes. É chegada a hora de sair do anonimato e contribuir com idéias que, tal qual ano bissexto, só aparecem a cada quatro anos.

Frase do dia




... Aos outros cães, com carinho.



terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Destaque do dia


Imagem: mundocontramao.com

A prefeitura de Esperantina resolveu construir uma pista de motocross às margens do rio Longá. Huuumm. Incentivar a prática do esporte. Sei. E os equipamentos de proteção individual? Não há samu que resista a uma legião de motociclistas kamikases. Onde está a piada? A cidade JÁ É uma pista de motocross, com ruas enlameadas, permeadas por densa vegetação e buracos. A adrenalina corre nas veias a todo instante pelas ruas da cidade. Isso sem contar com o fato de que a localização da pista fica em área inundável no período das chuvas, que está se aproximando e poderá cobrir mais esta obra.

Ótima mesmo foi a afirmação de que para evitar o açoiriamento (sic) a área terá empeçarramento (sic). Eis a solução para o problema que persiste em todo o país: empiçarrar as margens dos rios. Se Teresina tem o Potycabana nós teremos o Longacabando.

Mas a grande surpresa mesmo é que isso tudo será feito ao arrepio da Lei Orgânica Municipal, onde se lê em seu Capítulo VI – Do meio ambiente, Art. 174, VIII – fica preservada a margem do RIO LONGÁ, constituída de 20 (vinte) metros na zona urbana e 50 (cinqüenta) metros na zona rural, sendo vedada a sua utilização para qualquer fim.

Qual parte do artigo citado não foi entendida? Não haveriam outras áreas mais propícias para a construção? É o primeiro a passar por cima das leis municipais? Não. É o último? Também não.

 Será que teremos as ruas tomadas por manifestantes ecologicamente corretos em uma marcha dos indignados? Haverá apitaço? Protestos nas redes sociais, com um #salvemnossorio? Vídeos no youtube? Nadica de nada?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Se essa rua fosse minha


Imagem: Arquivo

Se essa rua, essa rua
Fosse minha,
Eu mandava, eu mandava...

...Mandava jogar piçarra na tal rua climatizada. É. E por quê? Lá não tem asfalto, não tem calçamento, não tem piso bruto. Tem uma mistura de tudo. Lá não é calçadão nem rua como normalmente se conhece. É um monstro abandonado e, portanto sem regras onde ao transeunte inadvertido são apresentadas duas opções: ser atropelado por um motoqueiro ou ter que ouvir o famigerado cremooooosoooo!

Ninguém à direita, esquerda ou retaguarda moveu uma palha seca para tentar melhorar aquela viela, até o momento. Mas este ano será diferente. Logo, logo aparecerá alguém reformando virtualmente aquele espaço maltratado do centro. Não custa e veremos estampada nos noticiosos locais várias fotos de pretensos e pretendidos em mais uma reunião para mudar de vez. Os defensores da, digamos assim, grande Esperantina, tampouco emprestaram um pouco de seu precioso tempo para imaginar como revitalizar aquilo.

Se uma rua do centro comercial da cidade merece este descaso, o que se dirá das demais ruas da cidade.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O festejo



Pra início de conversa, o festejo não está lá estas coisas todas. Tá certo que estamos apenas no início, mas entre outras coisas a praça tá escura e a estrutura no local ainda deixa a desejar.

Mas difícil mesmo é a situação da praça Lages Rebelo. Nunca foi reformada. Tem bancos quebrados e vegetação de dar dó, sem falar da estrutura física que é um espetáculo à parte, de tão decadente. Só tem um ponto de iluminação e agora uma mente iluminada resolveu instalar dois banheiros químicos nela, logo atrás da igreja matriz. Não poderiam ficar instalados em local mais discreto? Um cidadão insuspeito jura de pés juntos que os WC's foram instalados ali somente para chamar a atenção. Isso sem falar que a dita praça não possui uma única lixeira. É muito azar para uma praça só.

Enquanto outras partes da cidade mereceram a atenção e atraíram as ações reparadoras que se faziam necessárias no quesito iluminação, o centro ficou à mercê das trevas. Assim fica difícil. Lembra aquela história do lençol curto, que quando cobre de um lado, descobre do outro.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Vejo coisas



Juro que vi, dias destes, um cidadão do meio político ao volante com o celular pendurado na orelha. E não foi só uma vez. Isso não é proibido?

Também vi, se não me traem os olhos, um menor trabalhando sob nosso sol escaldante guiando uma bicicleta, daquelas de fazer propaganda para empresas de crédito. Isso não é exploração de trabalho infantil? Como não ouço ninguém se pronunciando, deve ter sido somente uma visão que tive.

Juro que não queria ter visto um espetáculo bisonho noite destas, quando vários veículos trafegavam por uma das vielas centrais da cidade com dezenas de pessoas apinhadas nas carrocerias, ao som ensurdecedor de buzinas, comemorando não sei o que, mas a cena era digna de filmes classe c sobre retirantes famélicos.


E pensar que o ano apenas começou.

Férias



Ah! As férias. Para os que somente estudam o final de ano se resume em férias. Época em que a cidade recebe aqueles que estudam ou mesmo trabalham fora do município e que por onde andam travam contatos com novas realidades. Desses, alguns ficam indiferentes outros são absorvidos pelo choque cultural.

Férias. Período deveras chato, quando aqueles que aqui nasceram retornam para desfrutar das merecidas (ou não) férias e mostrar o que de melhor aprenderam na vida por lá. É a hora dos que retornam demonstrar a todo custo que agora tem outra visão de mundo, que não cabe somente neste lugar atrasado e sem opções de curtição. Hora de vestir aquelas roupas caras e achar que valeu a pena ficar meses no pão com ovo para adquiri-las; caprichar no sotaque amestrado e aprendido a duras penas, mas que lhe renderá o centro das atenções onde passar, com certeza. Haverá muitas oportunidades para curtir no celular com o volume máximo aquelas músicas chatas que estão na moda por onde andam. Se achando o p... que apagou vela.

Dia desses, estando em um grande supermercado daqui pude ouvir uma senhora que, aos berros, se indignava com a falta de verduras ou algo que o valha, berrava que onde ela morava isso era uma falta de vergonha, falta de respeito com o consumidor e coisas do tipo.

O que a senhora devia trazer de sua experiência de vida lá fora era a educação, descrição e respeito com os outros. Não que ela estivesse errada em reclamar no local, mas para isso existem outros meios, como procurar a gerência, usar o SAC ou mesmo o setor de reclamações no site. Mas não. Era preciso demonstrar aos ignorantes do interior, presentes no local, que ela vinha de outro lugar bem mais desenvolvido, onde não falta nada nas prateleiras e onde as coisas se resolvem no grito.

Não merecemos isto. Malditos Maias.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A visibilidade se aproxima



O ano é novo, mas o problema é velho por aqui. As calçadas localizadas em frente aos comércios do centro continuam abarrotadas de mercadorias, atrapalhando o deslocamento dos pedestres e contribuindo largamente para o já caótico trânsito local, pois os pedestres têm que descer das calçadas para poder seguir em frente. Idêntica situação ocorre no passeio da avenida Petrônio Portela com aquelas casinhas de pombo localizadas no passeio.

Tudo isso acontece em plena luz do dia, não é nada escondido. De escondido mesmo só temos o código de posturas da cidade (sim, ele existe), que não é seguido por falta de conhecimento da população e desleixo de quem o deveria fazer cumprir.

Por motivos menores e mais insignificantes que este vemos cobranças de cidadãos indignados e que, no entanto, calam-se resignadamente diante de direitos básicos como ir e vir pelas ruelas.

Com o início do período de caça-amigos-e-direitos-do-povo que se inicia agora neste ano de difíceis escolhas, assistiremos a uma enxurrada de discursos onde o bom-mocismo suplantará a inércia atual. E centenas de abobalhados ficarão como sempre a aplaudir as boas intenções dos bastiões da cidadania que surgirão do nada, atraídos para a vida pública como pirilampos em busca de luz.

Ainda não consigo vislumbrar que melhorias tal horda poderia realizar, mas... como diria o sábio: faz parte.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Finalmente, 2012!

Pois é. Ainda não foi desta vez que o mundo findou-se, apesar das previsões e até mesmo desejo de alguns poucos.

Neste ano que inicia com as promessas de sempre queria que pelo menos as de antes fossem cumpridas. Ano bissexto, um dia a mais para aguardar.

Quando é mesmo o primeiro feriado?