segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Delírios e conjecturas

O período eleitoral em Esperantina está tão envolvente, tão cheio de disse-me-disse que me envolve completamente. Fico embasbacado com a capacidade dos políticos locais em produzir ficção e fanfarronice.

O que mais falta? Músicas ridículas temos aos borbotões, embora as propostas, que deveriam nortear as campanhas, sejam totalmente relagadas ao ostracismo. Há dias em que penso que, se alguém conseguisse cobrir a cidade com uma lona, poderia cobrar ingresso nas entradas da mesma, pois teríamos o maior circo do mundo. Não haveria concorrentes à altura.

Fico a imaginar, nos momentos em que as estúpidas propagandas permitem, como seria esta nova Esperantina prometida, porém, não consigo imaginar para onde pretendem levá-la, quando dizem que vão mudar Esperantina. Se não fosse pedir muito, poderiam mudá-la para mais próximo do litoral?

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Cultura e aculturação

Nada como um pouco de cultura como válvula de escape para as mazelas do cotidiano.

Confesso que realmente morrerei ser ver tudo. A população de Esperantina teve o privilégio de assistir ao show de um dos maiores pianistas do mundo, Arthur Moreira Lima, totalmente de graça, e o que acontece? Alguns ruminantes de mente vazia se punham a transitar nos arredores da praça com seus veículos, ostentando toda a burrice e vulgaridade que um ser humano possa ter, ligando o som em altos volumes. Imbecilizados pela aculturação, não compreendem a importância de tal evento para suas pobres e medíocres existências.

Não foram poucos os que logo no início do espetáculo se retiravam contrariados, pois esperavam ali ouvir as mesmas músicas de sempre, de toda hora e de todo lugar. Raros foram os que permaneceram para ali se deliciar com músicas que, com certeza, nunca mais serão ouvidas naquele local – pelo menos, não tocadas pelo sensacional Arthur M. Lima.

Talvez (com certeza?), se ali estivesse tocando uma dessas famigeradas bandas de forró, a praça não caberia tantas pessoas, mas, como se tratava de música de qualidade, poucos se atreveram a permanecer no local. Será que a população de Esperantina não tem cultura suficiente para usufruir de seus benefícios? Estaremos condenados a permanecer no medievalismo cultural?

Não espanta que a cidade pareça estar parada no tempo, esperando um salvador. Enquanto os cidadãos de bem e/ou formadores de opinião permanecerem ensimesmados, com a cabeça enterrada no chão à moda dos avestruzes, esse limbo político-cultural permanecerá envolvendo nossa cidade, como o capuz que encobre a face dos condenados.

Precisamos de mais eventos como este em nossa cidade. Se não for possível com ícones da cultura, pelo menos que sejam outros de grande expressão popular e que enalteçam a cultura. Este poderia ser um compromisso dos que hora se lançam candidatos. Bem melhor que manietá-los com esmolas e assistencialismo barato.