domingo, 30 de junho de 2019

Habemus Festa

Imagem: Arquivo do Blog.


A cidade está prestes a realizar mais uma edição do evento-vitrine da administração: a festa do peixe. Serão 3 dias de muita exposição para a imprensa, vitrine para os nomes que se lançam ao campo político.  A festa é do peixe, mas se pescam pessoas.

O evento ainda não teve o local divulgado, mas presume-se que seja no mesmo do ano anterior, por ser o menos esburacado, enlameado e com um pouco mais de iluminação. Apesar da proximidade da faixa de Gaza, o evento contará com segurança reforçada, pois registros negativos afastam eleit... digo, simpatizantes.

Desta vez o marketing inovou e resolveram acrescentar às chamadas publicitárias, além da festa, a feira de negócios, tão criticada principalmente no evento passado, onde a demanda era mais por atrações musicais e desfile de autoridades que propriamente a venda de peixes, embora muitos foram aqueles que “venderam seu peixe”, popularmente falando.

Pensada inicialmente também como forma de expandir os negócios da piscicultura local, o evento segue sem maiores cuidados como a realização de estudos de impacto ambiental nas propriedades (ou cursos d’água) onde se pratique a piscicultura e nem mesmo uma prosaica fiscalização sobre as rações dadas aos peixes, tendo em vista que os subprodutos de uma ração barata e que gere lucros mais rápido podem afetar enormemente a saúde pública.

E o restante da cidade, como fica? Depois da festa se pensa em algo, um pouco de farelo aos pombos. Mas a verdade cristalina como cajuína será a mesma: a cidade permanecerá refém das promessas de sempre, insegura como sempre, esburacada como sempre, enlameada como sempre...

E tenho dito!

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Sorriso Amarelo

Imagem: Reprodução.


Após décadas em decadência, o pessoal responsável pelas ações no trânsito continua a defender as prosaicas blitzen educativas, malfadadas e natimortas reações no combate às imperícias no trânsito local. O mês e o sorriso podem até ser amarelos, mas as consequências têm coloração vermelho sangue.

Já sucumbiu na poeira do esquecimento a primeira campanha educativa para melhorar o trânsito da cidade, nos idos de mil novecentos e canecos de sola. Tal qual agora, ao iniciar uma campanha deste gênero era uma alegria só: o trânsito finalmente seria melhorado, educando as crianças para que estas cobrassem dos pais, entre outras máximas do pensamento de então. Hoje essas crianças são pais e fazem ainda pior ao volante.

Então, depois do fracasso das blitzen do mês passado, vitimadas pelas redes sociais e meio mundo de ignorância, a bola da vez será essa de campanha educativa, pela enésima vez. Se esta é a contribuição das ditas entidades civis para a resolução do problema, sinto muito, mas estamos a anos-luz da bonança.

Já chega de atrapalhar ainda mais o trânsito distribuindo papeis impressos com dicas humanitárias e salvacionistas. Além de poses e material para a imprensa, a ação de hoje de nada servirá para remover os cones de frente dos comércios, que se apoderaram das vias; não será com tapinhas nas costas que os condutores de veículos passarão a respeitas as regras, tampouco serão efetivas as leis municipalizadas enquanto o coitadismo permanecer como preponderante nas relações das autoridades com os condutores vítimas do cruel capitalismo, que os obriga a comprar veículos, mas não a mantê-los regularizados e devidamente habilitados.

E tenho dito!

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Nem só de pão vive o homem, mas de qualquer honraria que receba

Imagem: www.ocontornodasombra.blogspot.com

Tal qual no Brasil imperial, quando os mandatários, a exemplo de D. João VI, distribuíam títulos de nobreza a esmo para conseguir apoio, hoje 90% das honrarias concedidas em Cocal City são inoportunas, impróprias e insípidas. Servem apenas para afagar o ego dos homenageados. E quem sabe, uma força mais à frente.

A pessoa é agraciada apenas por cumprir seu dever, seja em qualquer área de atuação. O que há de espetacular no bom desempenho de uma função, a ponto de ser distinguido dos demais? O caso do pároco - entre outros tantos - é emblemático. O que fez além do óbvio para merecer tal honraria? Fundou ong’s, distribuiu renda, caminhou sobre as águas, visitou enfermos ou só participou do ato que retirou recursos da Amare?

Os maiores absurdos já foram e continuam sendo cometidos na concessão de títulos de cidadania. O simples fato de ter “bons” contatos políticos já habilita alguém a se tornar cidadão local? Distribuem-se títulos como se fossem prosaicos “bom dia”.

E tenho dito!

domingo, 28 de abril de 2019

O clássico e a realidade

Imagem: www.kdfrases.com


O que faz um autor ou uma obra ser classificada como clássica? Sua importância no momento que retrata e sua permanência nos anos vindouros. Com a frase da imagem, logo se vê a atualidade da mesma. Isso faz de rui Barbosa um autor clássico, entre tantas obras suas. A verdade de suas palavras ecoa desde então até os dias de hoje, sempre atuais.

De tanto ver crescer a injustiça...quantos cidadãos procuraram nos concursos públicos uma oportunidade de conseguir estabilidade financeira, dedicando horas de estudos, privação de diversão, esforços concentrados, passar no concurso e começa a trabalhar. Após alguns anos, com a competência adquirida no trabalho, almeja um degrau a mais, mas vê essa oportunidade ser abarcada por um outro alguém, cujo único esforço foi mostrar um título de eleitor, uma filiação partidária ou simplesmente balançar uma bandeira no período oportuno. É o momento de reavaliar se todo o esforço vale a pena; se aquelas horas a mais, dedicadas ao trabalho na esperança de aprender um pouco mais realmente valeu a pena; se o prosaico fiel cumprimento de carga horária foi o melhor a ser feito, enquanto seus “companheiros” zombam de seus esforços ao criar para si o privilégio de chegar e sair quando bem entendem. Dedique-se e cresça, dizem. Em um mundo paralelo talvez isso aconteça, mas neste tempo, no meio do balcão de negócios que nos metemos, as chances de ascender por mérito praticamente não existem.

O homem chega a ter vergonha de ser honesto... sim, vergonha. O sonho de uma vida se desfazendo, tudo por não se deixar levar pelo modo fácil de prosperar. Ao lado, aqueles “bem-nascidos”, beneficiários das más práticas regalam-se nas doçuras da vida fácil, conseguida pelas amizades e conjecturas políticas. Cedo ou tarde, se saberá do que derivará essa momentânea felicidade, um inquérito infindável ou o mofo de uma gaveta qualquer.

E tenho dito!

domingo, 31 de março de 2019

Enfim, ação!


 
Imagem: Arquivo do Blog.
Depois de anos de inércia, finalmente o município esboçou uma reação na questão do trânsito. Burocracia pra lá, empreguismo pra cá e os anos passaram sem que nada de efetivo fosse feito para melhorar o caótico trânsito pelas ruelas.

Agora, quando finalmente surge a luz no fim do túnel, parte da população se mostra contrária às mudanças no comportamento ao trânsito, por insinuar que somente após as vias sinalizadas e pavimentadas se poderia pensar em realizar blitz, cobrar documentos e a correta condução de veículos na cidade.  Com este pensamento logo se depreende que a vontade é que nunca sejam cobradas e cumpridas as leis do trânsito, visto que mesmo na capital, vitrine para as demais cidades do interior, as ruas não são “tapetes” asfálticos e sinalizadas a contento.

Beira o cretinismo e cheira a politização chula essa linha de pensamento de “primeiro organiza, depois cobra”. De todo, resta lembrar a infelicidade na escolha da data para início das blitzen: o 1º de abril, que combina tão bem com promessas políticas. Para muitos, tudo não passa de pegadinha. De uma coisa, tenhamos certeza: as ações que estão por vir não chegarão ao final do ano pois, como é sabido por todos 2020 é ano eleitoral e a cobrança por cumprimento de leis gera impopulismo e decepção nas urnas.

E tenho dito!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Sobre o cotidiano


 
Imagem ilustrativa. Fonte: http://qcveiculos.com.br/
Após observação de cenas dantescas neste período chuvoso, gostaria de convidar as autoridades municipais, aquelas eleitas, a um passeio pela avenida-rio, numa tarde qualquer, 1 hora após uma chuva. Será um passeio a pé, pelas calçadas laterais. Uma diversão só!

O turismo aquático começaria no pátio do detran e seguiria até o posto de gasolina em frente a rodoviária, quando seria feito o retorno pelo canteiro central. Sim. Um lindo e estimulante passeio a pé, que coisa mais saudável!

Ninguém faria o trecho em veículos, nem mesmo os aspones de plantão. O tour serviria para que as autoridades sentissem na prática o que é ter que caminhar alguns metros, meio ou todo um quarteirão desviando para não ter os pés molhados na lama fétida e oleosa, resultante de várias misturas de dejetos despejados livremente nas vias públicas pelos comércios e residências. Também seria a oportunidade para correr feito velocista para escapar dos “banhos” proporcionados por condutores de veículos automotores, que aceleram ao ver pedestres próximos ao aguaceiro.

Somente assim ao término do passeio os digníssimos teriam noção da falta que faz a implantação de sistema de esgotos ao longo da principal avenida da cidade; conheceriam os transtornos por que passam os transeuntes no dia-a-dia. Seria de muito maior valia que passar quatro anos apenas em virtude de planejar uma festa anual, que celebra a atividade piscicultora.

E tenho dito!

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Retalhos do cotidiano

Imagem: Arquivo do Blog.


Eis que chega o final de semana, depois de uma semana de trabalho, hora de planejar, executar pequenas tarefas deixadas para depois ou simplesmente, descansar.

A vida segue rotineiramente, ou seguia, até que um empresário “de visão” resolve estabelecer seu ponto comercial nas proximidades. Seria apenas mais um entre dezenas, não fosse a peculiaridade de que o dito estenda o serviço até o domingo e, não satisfeito, contrata um, digamos, publicitário, para narrar em alto e bom som, durante toda a manhã de domingo em horários que variam de 6:30 ou 7:00 até as 12:00 horas, as ofertas do dia.

E tome propaganda, e tome falar com os transeuntes como se estivesse em casa. O tempo passa, mas a agonia permanece. Os clientes compareçam ou não, lá está aos domingos o comercio aberto e importunando a vizinhança, sem que ninguém reclame. Talvez não se saiba a quem reclamar, se a uma discreta e semioculta secretaria de papel ou à atarefada segurança pública.

O fato é que os antes bucólicos finais de semana se tornaram uma aporrinhação aos ouvidos. Se durante a semana não há locutor de hortifrutas a ofertar seus dotes, este dá o ar da graça no domingo, dia reservado especialmente ao descanso e lazer, hoje postergado às calendas gregas.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

O Toque de Midas


 
Imagem:nodivacomcarol.wordpress.com



A mitologia grega nos brindou com a narrativa sobre Midas, um ganancioso rei da Frígia, que, ao prestar favor ao deus Baco, dele recebeu como recompensa que “tudo que tocasse virasse ouro” e, uma vez munido de tal poder, isto se tornaria sua desgraça, pois tudo que o rei tocava virava ouro, até mesmo a comida do prato. Prestes a morrer de inanição, recorreu a Baco, que desfez tal poder.


Após séculos, a modernidade brinda a classe política com o toque de M*#d@, que a tudo estraga com o mais leve toque. Aqui e ali vemos o resultado deste poder mágico a nos atormentar. Quando recebemos uma péssima prestação de serviços, como a limpeza pública, não é difícil perceber o toque de M*#d@ tornando ineficiente o serviço; a funcionária alçada politicamente a um cargo e que mal levanta os olhos para exercer seus deveres também deriva deste mágico poder, como assim também aqueles que apenas dão o ar da graça em seus locais de trabalho; quando falta verba para construir estádio, quadra, escola e asfalto, lá está o poder mágico se manifestando, onipresente.

Tal qual no período clássico representado na mitologia, também agora nos compete apenas assistir a tudo em silencio solene, esperando a hora em que se desfaça este toque fétido, embora seu séquito deseje permanecer na bonança.

E tenho dito!