quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Finalmente...

Imagem: Arquivo do Blog.

O natal passou, o tal espírito natalino (ai, que medo!) se escondeu novamente até o final do ano vindouro, enfim... tudo está igual com era antes.

A cidade ficou irreconhecível com a decoração natalina, que só não foi mais representativa porque poderia iluminar os pontos de lama e buraqueira que insiste em tomar conta das ruas. A população esqueceu as lamúrias do dia-a-dia e passou a expressar sentimentos humanitários, que ficam guardados nos demais períodos do ano no mais recôndito dos esconderijos.


E que 2017 seja breve, pois ainda temos muitas ruas a asfaltar, calçar, iluminar, reformar, retomar o incrível crescimento observado meses atrás e este ano não é propício a tais empreendimentos.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

O golpe de misericórdia no combalido patrimônio público municipal

A próxima vítima?
Imagem: Arquivo do Blog. 

A notícia tomou as manchetes da cidade. Da internet à barbearia. Do bar da esquina ao salão. Muito se comenta sobre a suposta doação da escola mais antiga do município para que seja convertida em novo fórum da cidade.

Seria muito inovador e prática tal ação, não fosse o beneficiário um poder que esbanja saúde financeira e o doador uma instituição que, se de um lado doa um bem que lhe pertence, por outro tenta a posse de outro, bem equipado, dessa vez de outro ente.

Mas porque doar uma escola? Se for pela pouca demanda do alunado, porque cargas d’água não aproveitar a estrutura da escola para abrigar secretarias e anexos, que hoje funcionam em prédios alugados? Se doa com mão grande e se gasta com mão grande.

A cidade não apresenta mais prédios históricos, sejam eles públicos ou não, e o último representante de um passado que deveria orgulhar a cidade será entregue ao judiciário, sem mais delongas? Que tipo de história será registrada para futuras gerações? Que é cultura para o município: festivais juninos, carnavais fora de época, festejos religiosos? Os prédios históricos de uma cidade e a conservação destes dizem muito a respeito da história do município e de seus habitantes. A cultura que aqui temos é a da destruição. Já foram destruídos os mais antigos e simbólicos edifícios da sede municipal.

Apenas com exemplo se deve lembrar do antigo cassino, obra de particular, vendido e destruído por particular, aos olhos estupefatos da população com algum senso de patrimônio histórico e tradições. Logo após a demolição do mesmo para se tornar um expressivo terreno baldio, foi criado e pomposamente aprovado projeto de lei criando o natimorto Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico de Esperantina, que nunca saiu do papel. Aquele era um prédio histórico que representava muito o passado, mas, juntamente com tijolos, telhas, madeira e costumes, veio abaixo, hoje fazendo parte apenas da memória daqueles que o conheceram. O que hora se propõe representará o esquecimento de parte de nossa identidade cultural e esquecer nossa cultura é esquecer quem somos.

Agora, o golpe de misericórdia será dado, não de forma inesperada, mas com data e hora marcada, devidamente comunicado e solenemente ignorado.

E tenho dito!

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Ócio e lascívia

Imagem: TripAdvisor.com.br

O Brasil é um país de feriados. São das mais variadas origens: religiosos, pagãos, comerciais, de classes, oportunistas...

Há alguns anos foi instituído que as datas poderiam ser transferidas para o inicio ou final de semana, conforme mais conveniente. Agora somos apresentados ao feriado de ... véspera de feriado! Sim. Já se usou do termo enforcar dia entre um feriado e o descanso semanal, mas agora foi institucionalizada a véspera como feriado. Nada de importante a fazer nestes dias, presume-se.

Mas o que esperar de um país em que o hino nacional tem um trecho que destaca “deitado eternamente em berço esplêndido”? Somente aproveitar os dias no ócio e um pouco mais nas festas entregues à lascívia.

Capistrano de Abreu, citando Antônio Vieira em seu Capítulos da História Colonial dizia que “Finalmente os índios, por sua natural fraqueza e pelo ócio, descanso e liberdade em que se criam, não são capazes de aturar por muito tempo o trabalho em que os portugueses os fazem servir”. Isso no período colonial!

Velhas práticas arraigadas na cultura atualíssima do não fazer. Se possível, deixado para depois – do feriado.

E tenho dito! 

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

A vaquejada e a turma politicamente correta

Imagem: http://www.bocamaldita.com/

A turma do politicamente correto voltou aos holofotes nos últimos dias por ocasião da proibição das vaquejadas no brasil.

Vaqueiros organizaram manifestações, devidamente organizados pela galera que realmente fatura com o – vá lá – esporte. Por todos os rincões do país estavam lá os senhores, jovens e mesmo crianças fantasiados de vaqueiros, em defesa do ganha pão, muitas vezes único, dependendo da região.

Nesta situação antagônica, vaqueiros de um lado, PC de outro, sobreveio a turma que defende os direitos dos animais. Em nome disso se empenharam em proibir uma prática que aqui remonta ao período da colonização, quando a atividade do vaqueiro era essencial para a sobrevivência de pequenas e grandes fazendas, daí advindo riquezas. Fato é que após tanto tempo de prática da atividade vaquejada, que servia inicialmente para confraternizar a vaqueirama e depois para encher os bolsos de empresários de eventos, alguém descobriu que os animais sofrem durante a realização dos eventos e conseguiram barrar a diversão de muitos.

Particularmente não aprecio vaquejadas, mas não sou contra a realização das mesmas. A galera do bem que fica empolada ao presenciar os tais maus tratos em animais, quaisquer que sejam eles, deve ser formada basicamente de vegetarianos, ou então os mesmos acham que aquele churrasco do fim de semana é de carne criada em laboratório, ou que dá em árvores. O franguinho assado no almoço de domingo se entregou pacificamente ao funcionário da granja para morrer, em nome da refeição das famílias. Que aquelas bistecas surgiram como que por mágica nas prateleiras dos supermercados. Todos estes animais morreram felizes por contribuir com a sobrevivência da humanidade. Viviam livremente pelos campos, alimentando-se do que conseguiam e de repetente se ofereceram em sacrifício para que os PC’s continuassem em suas lidas pela salvação do planeta.

Quanta inocência! O mundo na visão destes iluminados seres deve ser o mais próximo possível daquelas ilustrações que mostram homens e feras convivendo no paraíso. E ainda enchem o peito e saem se achando a última molécula do universo. Quanta utopia!

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Tudo normal nestes quadrantes

Imagem: https://minilua.com
Baixada a poeira das eleições, de tristes memórias, a cidade volta à rotina entediante. Veículos na contramão, mercadorias nas calçadas, não uso do capacete, ausência de fiscalização no trânsito, enfim, tudo está igual como era antes, para o gáudio da geral.

Durante todo o período eleitoral procurei alguém que citasse algum dos problemas citados anteriormente em suas manjadas “se eu for eleito(a), farei...”. Mas isso é esperar demais daqueles que se propõem a tomar as rédeas políticas do município, em qualquer setor.

Ao contrário do esperado, sai na frente quem promete mais ilusões, por mais estapafúrdias que sejam. Falas mais lúcidas que se apresentem são sufocadas pelas popularescas promessas de mais educação, saúde, como se tudo se resumisse a isso e fosse dever exclusivo do município e ainda fornecessem resultados a curto prazo.

Voltando ao tema trânsito, aqui ganha quem promete menos. Capacetes? Blitz? Isso não traz votos. Só serve para separar os maus dos popularescos. Esquecem os néscios que a violência que hoje assombra parte da população deriva dessas “liberdades”, tristemente defendidas pela maioria dos postulantes a cargos eletivos. Maior controle dos veículos não poderia ser encarado como algo ruim. Se grande parte da população hoje pode adquirir veículos, também pode mantê-los em dia com os impostos. A desculpa esfarrapada de que não o fazem porque as taxas são caras é apenas parte do discurso de eternos coitadinhos. Enquanto isso o trânsito segue matando, crimes acontecendo porque não há interesse em fiscalizar. Delegar apenas às forças policiais essa tarefa hercúlea é minimizar o problema.

As prosaicas blitzen reduziriam em muito a incidência de assaltos corriqueiros como aos postos de combustíveis e pequenos estabelecimentos, assaltos nas estradas, alguns deles seguidos de mortes, como aquele que vitimou dois cidadãos há poucos dias, mas tudo isso é deixado de lado em nome da boa convivência com todos, da vitimização dos oprimidos pelo sistema e todo um discurso já embolorado pelo tempo. E ainda dizem que vivemos há pouco a festa da democracia. Qual, cara-pálida?

E tenho dito!

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

1 milhão de amigos

Imagem: www.rioeduca.net

Descobri-me popular, logo eu. Mas isso é coisa recente. Dirigia-me ao trabalho no horário de sempre, itinerário de sempre, pessoas de sem... não, não desta vez. Ao cruzar esquina encontrei um dito que ao me ver levantou a mão, desesperado como um náufrago ao ver um navio. Inicialmente pensei que fosse com qualquer outro transeunte, mas era comigo que o amigo se comunicava. Lembrou da infância, dos tempos de escola, dos familiares... era quase uma agenda viva. Se quisesse, ele poderia escrever minha biografia ali, no meio da rua. Cara – pensei, como pude esquecer deste amigo tão importante por tanto tempo assim? Por conta do tempo diminuto, me despedi e ele prometeu uma visita em minha casa. Cara legal aquele. Gente fina.

Mais à frente outro amigo me aparece com iguais recordações. Puxa vida, fiquei importante. Sou importante. Tanta gente lembrando de fatos pitorescos da trajetória de vida e eu sequer sabia seus nomes. Sempre esqueço disso a cada dois anos.

Eis que, saindo de um comércio nas proximidades, alguém passa a gritar, me chamar pelo nome. Outro amigo, pensei. Mas esse não era tão amigo assim, não fizera parte de minha infância, mas me conhecia mais que o google. Contou histórias engraçadas e também se propôs a me visitar “qualquer hora dessas”. E assim foi até que cheguei ao meu destino.

E desde então sempre que saio à rua me deparo com amigos. Tantos que não lembro de ter estudado com tanta gente; de ter jogado peteca, triangulo ou brincado de esconde-esconde com tanta gente assim. Preciso de remédio pra memória.

Em tempo: há mais ou menos dois anos não tenho mais facebook. Cansei daquilo. Sem contar os poucos amigos. Mas tenho certeza de que se reativar minha conta hoje, terei um milhão de novos “amigos de infância”.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

A política da miséria

Imagem: Arquivo do Blog.

É aquela que se satisfaz em dar aos poucos o que almeja a plebe, sempre ávida em elevar a moral da chefia sem nada contestar. Dar milho aos pombos. A ideia é que se “todas” as benesses forem concedidas rapidamente, a população esquece rápido e então... tchau projeto de poder.

“Quando fizer o bem, faça-o aos poucos. Quando for praticar o mal, é fazê-lo de uma vez só.” Ensinava Maquiavel.

Os inebriados pelo poder se enchem de orgulho alheio para alardear aos quatro cantos da cidade os feitios de quem melhor lhes convém. Malandramente ocultam o inegável fato de que, quando se ocupa cargo eletivo de qualquer natureza se deve cumprir obrigações, não fazendo favor algum se porventura cumprir qualquer delas. E coitados daqueles que se resignam em assimilar tudo o que leem nas redes sociais.


Fato interessante é que a História é cíclica: sempre avança e retorna ao mesmo ponto, fatos de hoje já aconteceram no passado, repetidamente, em períodos esparsos. Geralmente “a grande obra” ou o conjunto delas ocorre em períodos de grande concentração de pessoas, para dar maior visibilidade aos feitos, cantados em versa e prosa pelo séquito de puxa-sacos servis plantonistas. Levada desta forma, a vida citadina se torna vagarosa e cheias de ápices e declives ao sabor das boas vontades e anseios de uma minoria que sempre dá um jeito de colher os frutos das “boas ações”, perpetuando-se no poder ou almejando isso apenas.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Um passo à frente, dois para trás

Ao largo do majestoso período de inaugurações o processo de favelização da cidade prossegue a todo vapor. Não demora e até as barracas invasoras serão pintadas de resplandecente cal. A pá de cal vem depois.
Imagem cedida. Fotógrafo: Danilo Marques.

Na foto se vê barracas (já retiradas) em pleno passeio da principal avenida da cidade, em claro exemplo de desprezo pelo natimorto Código de Posturas do município. Sim, ele existe. Abandonado e relegado ao fundo mais escuro de uma gaveta qualquer.

A turma do contracheque fica estarrecida ao ser indagada sobre a imoralidade que representa tal desrespeito. Quem se atreve a questionar a favelização lenta e gradual da cidade é taxado de opositor, revoltado e uma miríade de outros impropérios, típicos de borra botas a soldo. Uma cidade que não respeita as próprias leis não tem muito o que oferecer e nem cobrar de seus cidadãos.

O centro da cidade apresenta ruas onde os comerciantes se apropriaram das calçadas, fazendo destas uma extensão de suas gondolas, usam-nas ainda como estacionamento e depósito de materiais diversos. Tudo isso exposto aos olhos relapsos de quem deveria zelar pelo bom funcionamento das normas de urbanidade. A praça principal foi loteada para bem atender comerciantes, que enfeiam o local com seus estabelecimentos instalados de qualquer forma, prejudicando a já nauseabunda estética urbana disponível. Que venham as promessas de mudanças.


E tenho dito!

segunda-feira, 20 de junho de 2016

A miséria da política

Imagem: Arquivo do Blog.

...É que ela esquece por longos interstícios de tempo que só se mantém às custas do suor dos outros, que trabalham e se dedicam a melhorar a própria vida.

A miséria da política é achar que todos são apalermados e que assim devem permanecer, para gáudio daqueles que se sobressaem na sociedade ao pretensamente representá-los.

Bem o disse Nelson Rodrigues:
...E o imbecil como tal se comportava. Nascia numa família também de imbecis. Nem os avós, nem os pais, nem os tios, eram piores ou melhores. E, como todos eram idiotas, ninguém pensava. Tinha-se como certo que só uma pequena e seletíssima elite podia pensar. A vida política estava reservada aos “melhores”. Só os “melhores”, repito, só os “melhores” ousavam o gesto político, o ato político, o pensamento político, a decisão política, o crime político.

Às massas o papel secundário é visto como obrigatório, indispensável. Mas e se as massas tomassem conhecimento de seus direitos, o que mudaria? No momento, nada. A maioria se contenta em conversar nas esquinas sobre os fatos dos corredores do poder, sem nunca levantar a voz, por medo de nunca ter oportunidade de ser visto para se regalar com um DAS ou ser aprovado em concorrência pública.

Chegou a época dos grandes encontros, das massas abduzidas pelas palavras fáceis e promessas eternas de melhorias. Pior quando estas vêm de seres já testados e – às escondidas – repudiados. 50 anos em 5, já disse uma personalidade, 4 anos em 1, espera outra.

Nesta interminável ciranda de poder, uns se revezam no ápice, outros, coitados, já relegados às páginas esquecíveis da história, tentam se reeguer das cinzas, qual fênix tupiniquim, mas já sem brilho, com muita poeira e retórica embolorada.

Que rufem os tambores.

terça-feira, 31 de maio de 2016

De letra morta a vedete como em um passe de mágica

Imagem: www.linkedin.com

Bons tempos em que uma eleição de sindicato era assunto apenas dos associados, dizem os habitantes daquela cidade tão... tão distante da realidade.

Apesar da tímida atuação nos interesses da maioria, o sindicato tornou-se objeto de interesses maiores e foi alçado à glória e fama, sendo questão de honra a eleição de determinado candidato. Mas e os interesses dos sócios não contam? O que se tem a comemorar?

Nunca me vi tentado a me associar ao tal sindicato, que apesar de ser intitulado como representante de funcionários públicos em geral, atua basicamente como defensor de uma classe só, a os professores. Aos demais sócios só restam as promessas de cada eleição, como a defesa de renovação do famigerado Plano de Cargos e Salários, que daria maior incentivo ao funcionalismo em geral e não apenas a uma classe.

Uma guerra de futricas se espalha nos bastidores, correntes ideológicas se engalfinham e os contendores se esforçam ao máximo para se sobressair, para o bem de todos, espera-se. Parafraseando conhecido personagem das páginas de escândalos nacionais: nunca antes na história desta cidade uma eleição sindical foi tão disputada.

E que venha a eleição.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Retratos do cotidiano

Dia desses presenciei uma cena deplorável. Mais uma. O onipresente veículo da defesa civil foi obrigado a retornar após ter ousado entrar numa via púb... – digo – privada. Isso mesmo. O veículo oficial teve que se render à autoridade particular.
 
Imagem: Arquivo do Blog. 02 de maio. 7:45 h.
Um cavalete impede a passagem de veículos em uma rua que passa em frente de determinada escola da rede privada no município. Em outra rua não menos importante, também há bloqueio parcial da via para maior conforto daqueles que mantém vínculos com a outra escola também particular. Quem delegou poderes para que eles bloqueassem as ruas ao bel prazer, ninguém sabe, ninguém viu.

No primeiro caso os veículos que se aventuram a entrar na rua particular devem retornar “pelo mesmo rastro”, pois em nos horários em que há entrada e saída de alunos da escola, lá estão os cavaletes a bloquear o acesso. Já na outra o episódio é menos pitoresco, embora não menos tragicômico.
 
Imagem: Arquivo do Blog. 3 de maio. 07:41 h
A pergunta que não quer calar: como pode isso acontecer em determinadas ruas da cidade, que pelo que consta nos registros oficiais, nunca foi concedida titularidade de uso/acesso restrito a particulares? O mais inusitado é que uma das ruas fica em frente à sede do poder executivo local e ninguém percebe isso. A outra rua dá acesso à primeira.


Enquanto isso, nas redes sociais, o debate político fofocas corre solto, cada lado defendendo seu lugar ao sol, alheios aos demais fatos em volta.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Cotidiano

Imagem: Arquivo do Blog.

Eles estão aqui, ali, na mesa ao lado, na sala ao lado, em toda parte. Os puxa-sacos florescem à sombra de quem tem poder, não importa quem seja, quais seus propósitos.

Analisando as ocorrências políticas e os fatos históricos, pode-se chegar efetivamente a triste conclusão de que este mal está vencendo os espaços para a valorização de servidores. O respeito com o cidadão simples, perde para aqueles inescrupulosos que por pressão ou através da fofoca acabam mesmo assumindo posições. No campo político administrativo parece até que quanto mais safadeza tiver no currículo, mais chance tem de galgar altos cargos e salários.

Funcionários são colocados em posições marginais por conta da fofoca ou da falta de escrúpulo de um puxa-saco ou de vários, como é a tendência.

O puxa-saco tem uma forma peculiar de se adaptar ao ambiente em que vive. Passam mandatos, mudam “os chefes” e eles permanecem lá, encastelados em suas portentosas funções, desfilando com seus bólidos, como a esfregar na cara dos cidadãos o resultado de suas bajulações à guisa de troféu.

Não justifica, mas dá para entender o porquê de seu exagerado apego às personalidades que bajulam. Precisam delas para se manter à tona, um lugar ao sol, mesmo que disputado a cotoveladas em cerimônias, fotos, jogos e “encontros de amigos”.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Alegria S/A

Imagem: Arquivo do Blog.

O período da semana gastronômica que os antigos conheciam como semana santa passou e quase ninguém se referiu mais àquela “tradicional” folia no período, que não podia mais faltar no calendário e tals...

Fizeram silêncio total sobre o tema e pra não ficar no 0 x 0 resolveram realizar evento fechado pra inglês ver e de quebra, faturar como sempre. Então aquele papo de alegria para o povo é apenas fachada. O negócio é faturar com abadás coloridos e cultura desbotada.

Se o intento comercial de uns poucos justifica o incômodo de outros, algo está errado. A idéia de que tais eventos promovem o turismo local também não é uma boa justificativa, visto os poucos investimentos em infraestrutura no município e o saldo de sujeira e outros embaraços ao final do evento. Espera-se somente receber, sem retribuir na mesma medida.

E as reclamações de anos anteriores? Nada! Estranhos fatos nesta terra cada vez mais estranha.

domingo, 20 de março de 2016

O tal Controle Social

Quando o Tribunal de Contas do estado do Piauí realizou nestas terras de ninguém o Seminário de Formação de Controladores Sociais e Ouvidoria Itinerante – ufa! – no período de 17 a 19 setembro de 2015 surgiu uma pequenina luz no fim do túnel. Logo após o mesmo tribunal divulgou orgulhosamente em sua página de internet ter formado mais de 500 controladores sociais no período, visando o fortalecimento do controle social.

O encontro foi um passeio pelas várias áreas da administração em que o cidadão pode exercer seus direitos de fiscalizar, com vistas a melhorar o emprego do erário e melhorar a vida dos cidadãos.

Apesar da boa intenção, o que mais se viu foi alunos de universidades em busca de certificados para completar exigência em carga horária. No mais, poucos outros para aparecer nas fotos e alguns poucos relativamente interessados em adquirir conhecimentos para utilizá-los quando oportuno.

O melhor medidor da eficiência destes cursos se pode ver no acompanhamento das prestações de contas mensais dos poderes executivo e legislativo do município, como se verifica na foto abaixo.
Imagem: Arquivo do Blog.

Por aqui essa modinha de controle social é exercido em sua quase totalidade por meios de comentários e likes nas redes sociais, nas esquinas, botecos e onde mais houver aglomeração de pessoas. E fim de papo. Melhor não mexer com “us pexe grandi”, afinal, da mansidão e quietude do cidadão pode surgir um cargo  e uns caraminguás quaisquer mais à frente.

Devem considerar bem trabalhoso folhear balancetes de prestação de contas, melhor esperar que um – cof, cof – jornalista local publique algo que ouviu alguém comentar que poderia estar acontecendo e ai sim, a participação popular se dará em peso. E viva o parasitismo!

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Esperantina S/A – Parte 3

Imagem: Arquivo do Blog.

Nada que aqui exista é a versão acabada. Sempre pode ser piorada. E não é que privatizaram a esquina do hospital local?

Antes servindo de estacionamento, a necessidade de uns se transformou em oportunidade para outros. Timidamente no início, o pequeno ponto de venda de lanches, refeições e afins lentamente se firma no local, sem que viv’alma se apresente para coibir tal prática.

A área, próxima a hospital, não é propícia para tal atividade, mas alguém se faz de cego e surdo para não agir. O natimorto Código de Posturas da cidade continua solenemente ignorado pelas autoridades e população.

Com a ocupação do espaço, perdem-se vagas no já minúsculo estacionamento e o acúmulo de clientes gera ainda mais confusão no trânsito, visto que o cruzamento de ruas ali apresenta grande fluxo de veículos e grande parte maioria dos condutores não possui noções mínimas de direção, pelo menos civilizadamente. Mas a julgar pela ausência de reclamações nos meios oficiais e nos chamados canais populares como o rádio, a situação não incomoda. O silêncio impera sobre o tema.

Silêncio também é resposta, já ouvi dizer.


E tenho dito!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Vida moderna

Imagem: Arquivo do Blog.

Recentemente falecido, Umberto Eco dizia que “as redes sociais deram direito à palavra a legiões de imbecis que, antes, só falavam nos bares, após um copo de vinho e não causavam mal nenhum para a coletividade. É a invasão dos imbecis”. Uma passada rápida pelas redes sociais e pode-se confirmar as palavras do escritor italiano.

Enquanto o país vê suas divisas serem saqueadas por quem se propôs a desenvolvê-lo, nas redes sociais assistimos a debates acalorados sobre o destino de personagens de novelas, algumas até mesmo supostamente religiosas.

Outros passam anos supostamente acumulando conhecimento, chegando ao dito nível superior de aprendizagem e se resumem a comentar a qualquer assunto ou foto nas redes virtuais com os termos “top”, “linda/o”, “fofa/o”, mensagens supérfluas acerca de amizades e outras banalidades. Chegam a ser incensados por tais postagens, desfrutando de grande popularidade.

O país se vê próximo a uma epidemia de doenças transmitidas por um mísero mosquito e a massa vai ao delírio em discussões sobre quem deverá ser o próximo eliminado de um certo reality show. Iuhuuuu...


Mais próximo a nós, a cidade se afunda em lama, mato e desempenho sofrível no combate ao mosquito pop star e novamente as mídias se encarregam de repetir lutas ensandecidas entre defensores deste ou daquele suposto candidato a cargo eletivo nas eleições que se aproximam. Para isto vale tudo: fofocas, futricas e especulações que em nada contribuem para melhorar o cotidiano do cidadão comum, vulgo eleitor.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Só mais um dia de rotinas

Sai cedo pra trabalhar. Pois é, nem todos vivem de benesses esmolas oficiais. A rua pareceu estranha. Totalmente limpa. Veículos trafegando normalmente, em ordem como nunca visto antes por estas terras.
Imagem: Arquivo do Blog.

Finalmente alguém acordou para o óbvio. Fiscais devem ter trabalhado duro para finalmente desimpedir as calçadas em frente aos comércios, antes sempre atulhadas de mercadorias e veículos. Até mesmo a onipresente lama apodrecida desapareceu das ruas, que aliás, foi possível verificar que está sinalizada em boa parte do centro e as pessoas passaram a atender ao que elas indicam, como aquela que adverte aos condutores de veículos para estacionar somente de um lado das ruas, por serem estreitas e afeitas ao trânsito de cavalos. Até o caminhão do lixo voltou a contar com aviso sonoro para que todos possam se adiantar e transportar as lixeiras para os pontos de coleta.

Novos tempos, mesmo. Não fosse a grande quantidade de veículos adesivados com imagens estranhas – que dizem as más línguas, representam candidatos – podia jurar que estava em outra cidade e não em Cocal City.

Continuando o trajeto, minha atenção volta-se para um barulho azucrinante, bem próximo. Procuro a fonte do barulho e não encontro. Sei que não podem ser os famigerados carros de propaganda volante, pois os mesmos foram regulados por uma atuante secretaria municipal a operar dentro de limites. Então de onde viria o barulho agora mais alto e irritante?

Começo a procura pela fonte deste incômodo mas não vejo. Nos comércios varejistas também não pode ser, pois também eles tiveram suas atividades reguladas em lei. O barulho fica mais alto, cada vez mais alto... a irritação aumenta, procuro insistentemente e de repente... bip, bip, bip...acordo com o barulho do despertador.

Então foi tudo um sonho? A cidade continua intocável em seu inabalável desleixo? Melhor dormir novamente.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Findos os festejos é hora de retomar a rotina

Em uma cidade com o trânsito profundamente desordenado e abandonado à falta de boa vontade dos condutores de veículos é inadmissível que uma rua em local bastante movimentado seja interditada por dez longos dias. Que sejam interditadas quantas ruas sejam necessárias para a realização de cultos religiosos, a lei orgânica do município prevê isto, mas uma rua em particular e que em nada interferiria nas celebrações passar 10 dias interditada é demais, até mesmo para os padrões de uma terra desassistida como essa.
Imagem: Arquivo do Blog.

Se tal medida foi tomada para aliviar a situação do trânsito, deveriam estudar mais e aplicar outras mais efetivas, em outros locais e não limitadas especificamente ao período em que a cidade recebe muitos visitantes.

E o que justificaria tal insensatez? A quem interessaria o ato? E antes de tudo, quem se manifestou sobre isso? Pelo visto ninguém. Todos permaneceram embasbacados com a movimentação dos festejos que um dia foram religiosos. Quantos eleitores se deliciaram nestes dias ao som de bandas de sempre nos locais de sempre com as músicas de sempre...


Eles devem saber se divertir, seguindo o pensamento que um idiota borra-botas me disse. Mas e as pessoas que não chegam a se extasiar com tanto barulho e badernas na noite, quem se solidariza com elas?  Velha prática do pão e circo de novo por estas terras, se bem que o pão ainda não teve, mas é só uma questão de tempo.