quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Auuuummmm...



Se os Maias estiverem errados e o mundo não acabar em 2012, as previsões previsíveis para o ano são as seguintes:

- O festejo de janeiro será marcado pelo som abusivo dos carros de som;
- Alguém dirá que "este ano não tem inverno!";
- O carnaval dos cocais será modorrento como sempre;
- Os professores da rede estadual farão greve;
- Os motoristas de ônibus da capital também farão greve;
- A semana santa dos cocais continuará em franca queda livre;
- A relação erário/imprensa continuará de vento em popa;
- O trânsito continuará a zorra de sempre;
- Chuvas tomarão a avenida-rio e novamente a retórica ufanista fará reformas  virtuais por lá;
- Eles continuarão a não fazer nada por nós;
- Seguirá a saga de encontros e fóruns na cidade, projetos como nunca, resultados como sempre;
- Os blackouts continuarão a nos atormentar, com a inovação nas áreas de internet e telefonias móveis;
- Aquela banda de forró que tem lugar cativo nas festividades no município continuará inédita por aqui;
- As eleições municipais serão marcadas pelo denuncismo;

Mas se eles estiverem certos, não veremos:

- O estádio municipal reunindo multidões;
- A estupenda decoração natalina pelas ruas e praças;
- O (agora) tradicional desfile de natal;
- A banda passar, cantando coisas de amor;
- O I festival junino da cidade (sempre será o primeiro);
- A reforma das praças da cidade;
- O resultado da injeção de recursos nas entidades cocais, digo, locais;
- O baile da Ilha Fiscal, versão cocais.

Prêmio de consolação: pelo menos não teremos que aturar o próximo BBB.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Ano que vem, quem sabe?


Pois é. Não participei do concurso de decoração natalina entre outros motivos porque não captei bem a ideia de sustentabilidade como critério para avaliação. Também fiquei com medinho e quase pedi para sair antes do 01 quando li que a comissão organizadora não se responsabilizava pelas informações pessoais repassadas no cadastro (!!) e que também - surpreendentemente - li que o tema da decoração deveria ser diretamente ligado ao natal. Ah bom! Pensei que a decoração natalina deveria se referir ao campeonato brasileiro de futebol. Nada como uma boa explicação para dirimir dúvidas.


No site www.atitudessustentaveis.com.br, sustentabilidade representa promover a exploração de áreas ou o uso de recursos planetários (naturais ou não) de forma a prejudicar o menos possível o equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades humanas e toda a biosfera que dele dependem para existir. Pausa para respirar.

Preciso rever conceitos. Decoração sustentável... reciclável... huuummm... será que ficaria legal rolinhos de papel higiênico na decoração da árvore? Decora e ao final do concurso, por ocasião da desmontagem da árvore ainda teria serventia. E o que dizer da iluminação? Pisca-pisca agora é coisa de pessoas descompromissadas com o meio ambiente. Então... será que alguém se arriscaria a prender vagalumes em frascos transparentes em substituição ao ultrapassado consumo de energia? Sustentabilíssimo.

Ah, quantas idéias sustentáveis clamando por um lugar ao sol. Que venha o próximo concurso!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Enquanto isso, na sala de justiça...


Com tantas questões para ser discutidas nas mais diversas áreas a Câmara Federal resolve aprovar a tal lei da palmada. E ainda dizem que o Brasil tá no rumo certo.

Enquanto os digníssimos senhores deputados federais se digladiavam para aprovar a inquestionável lei da palmada outros assuntos menos importantes ficaram de lado, para o ano que vem, como a partilha dos royalties do pré-sal, a reforma política, reforma do código penal caduco entre outras superfluidades. E ainda temos que levar a sério os discursos que ouvimos mesmo sem querer.

E nesta marcha, com o estado cada vez mais presente na vida do cidadão, ensinando como educar os filhos seguimos altaneiros rumo ao espetáculo do crescimento, esperando qual o próximo passo rumo à estatização da vida privada. Ficarei atento, vai que eles resolvem adotar novas técnicas para a limpeza das orelhas e eu por fora dessa? Yes, we can too.

Do outro lado da linha a tal frente parlamentar de combate ao crack e outras drogas ainda ensaia seus passinhos tímidos por meio de reuniões, debates e busca de modelos de tratamento, enquanto o filhinho que não pode levar palmada se prepara para aventurar em mares nunca antes navegados, agora sob a égide do estado, caso a presepada passe pelo senado.

Queria ver agora a multidão de mãos dadas cantando a uma só voz:

Eeeeeeuuu
Sou brasileeirooôô
Com muito orguulhooôô
E muito amooôô ...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Tipos que encontramos por aí


E tem aquele cidadão que compra o carro popular 1.0 em trocentas prestações que os netos herdarão para terminar de pagar, coloca adesivo tipo Vida Loka, instala um alarme e sai para pleiar.  No primeiro local com aglomeração de algumas pessoas (leia-se bares e assemelhados) o dito play desce do carro, arruma o cabelo, atravessa a rua (é importantíssimo que o carro fique do lado oposto ao que se encontra a ror) e como quem não quer nada passa o braço pela frente do corpo, levanta o braço do lado oposto e por lá passa a mão com o controle remoto do alarme, que responde com o manjadíssimo duplo piscar de luzes. Glória! Acabou de ser notado! É nóis!


Não satisfeito com a súbita fama, o sujeito pede uma bebida e fica perscrutando ao redor, para se certificar que está abafando. Se não se der por satisfeito ainda tem um ás na manga: ligar o som do carro e deixar rolar a música grudenta sucesso do momento que, dependendo do estilo pode variar, do brega ao digamos assim, forró, passando pela famigerada swingueira.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Singularidades




Desde 23 de novembro ando com a pulga atrás da orelha, figurativamente falando, claro. Desde então ainda não consegui entender qual o excepcional interesse público para contratar em caráter temporário (11/11/2011 a 11/11/2012) 13 músicos para a charanga do município. E o Concurso?

Que a banda tem uma tradição na participação em diversos eventos públicos é fato. Mas daí ao caráter de excepcionalidade alegado é outra História. A contratação temporária existe porque as etapas de seleção de um concurso público são demoradas e a situação que demanda a contratação temporária já teria passado ao final da peleja, ou seja, o interesse público seria prejudicado pelo excesso de tempo. Acho que achei o fio da meada: não resistiríamos passar um natal para todos sem ouvir a banda, deve ser isso.

Estava à tona na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor [...]

Ainda não temos lixeiras públicas na maioria das ruas da cidade, mas isso não desperta excepcional interesse diante da possibilidade de me deliciar, ouvindo a banda tocar.

No centro da cidade caminho procurando espaço entre as mercadorias nas calçadas das lojas e os veículos tresloucados, mas em compensação posso me deliciar, ouvindo a banda tocar.

Já me irritei muito com a barulheira dos carros de propaganda volante que não têm mais hora para funcionar, mas isso não desperta excepcional interesse diante da possibilidade de me deliciar, ouvindo a banda tocar.

Quando estiver sem internet e não quiser ler jornais com palavras tortas e nem pensar no meio ambiente ou mesmo ler um livro* não ficarei mais estressado, pois posso me deliciar, ouvindo a banda tocar.

Escreveria horrores sobre ausências e intermitências em Cocal City. Mas para que, se posso me deliciar, ouvindo a banda tocar.

* Salvo engano, já se foi o tempo em que os livros eram a única forma de passatempo informativo. Aquele tempo em que os exibidos ostentavam livros que supostamente liam para passar ar de intelectualidade que, via de regra, caia por terra quando instados a expelir opinião sobre as leituras ou o dia-a-dia. Mas isso é passado. Ou não.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A magia está no ar


O melhor do brasil é o brasileiro. Isso já foi dito à exaustão. E o melhor do ano?

O melhor do ano é justamente o final do ano. E não fica somente por conta do 13º e recesso. O melhor só fica mesmo é para o final, quando a assombração personificada pelo festejado espírito natalino percorre lares e demais edificações a contagiar as pessoas.

Em dezembro, já nos estertores do ano a plebe lembra ou é lembrada a partilhar com os seus, dividir alegria e presentes com aqueles que lhes são próximos ou ainda, dominadas pelo espírito temporão se entregam à árdua tarefa de ajudar os que mais necessitam, como se no restante do ano a ajuda não fosse bem vinda, mas deixa prá lá. É natal e fim de ano, uhuuu...

É sempre assim. Iniciam o ano entregues à esperança de se dar bem e participar do maior número possível de festividades, passam a semana dedicada à gastronomia de esfalfando de comida, planejam férias no meio do ano e ficam aguardando os festejos de setembro. Passados estes ficam na expectativa das festas do final do ano. É tome bondade então. Armam-se com a melhor cara de bobo que conseguem e passam a planejar boas ações. Vêem à lembrança as pessoas carentes, aquelas... desprovidas de condições mínimas para a sobrevivência mas que só ganham visibilidade agora ou durante as campanhas eleitorais. Ho, ho, ho, hoooo... presentes para enganar a fome e as vicissitudes da vida, porque não?

Tem também o espetáculo das luzes. Ah, as luzinhas dos pisca-piscas. Natal sem pisca-pisca não é natal, diz o samaritano de fim de ano. Como não lembrar das luzes? Um verdadeiro espetáculo em nossa cidade. Ruas, avenidas, árvores, varandas... não importa o lugar, o importante é mostrar aos outros que o natal é um período lindo, mágico, onde se respira felicidade e encanto. Aahhh... Nababescas estruturas montadas para incomodar encantar os olhos nos remetem aos cenários montados em outras cidades do restante do país, as mais desenvolvidas, claro. É mesmo que não estar vendo. A quem já se deu ao trabalho de andar pela cidade conferindo a decoração: não parece que estamos em outro mundo? Horrores gastos em estupendas decorações emocionam ao mais rude dos seres.

Sim, o final do ano é lindo!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Grande Esperantina


Imagem: Arquivo/01

Ah! Grande Esperantina. Cantada em verso e divulgada em prosa como a terra em que se plantando tudo dá, continua sendo uma promessa utópica. Em um período em que tanto de alardeia a melhoria na qualidade de vida das pessoas, da importância do verde em contraponto ao cinza do cimento que ameaça dominar e enfear tudo ainda nos deparamos com situações incoerentes.
Imagem: Arquivo/02

Enquanto se envidam esforços para caçar talentos a peso de ouro, outras áreas mais, digamos assim, essenciais ao dia-a-dia como a conservação de praças de que é exemplo a Diógenes Rebelo continuam desassistidas. Os bancos que ainda restam estão aos pedaços, lixo acumulado, mato (é vegetação, neste caso), entulhos de obras, sujeiras diversas que atraem urubus, ausência de lixeiras são alguns dos males de que padece a maltrapilha praça. Não deve ser esquecido que a única biblioteca pública que não por acaso se localiza na dita praça encontra-se fechada há meses.
Imagem: Arquivo/03

As praças, espaços urbanos projetados e pensados como pontos de encontro, descanso e lazer para os habitantes das zonas urbanas visam também suprir a falta de árvores nas cidades e em especial a nossa, onde o crescimento se dá em detrimento das áreas verdes.
Imagem: Arquivo/04

As demais cidades do estado, por minúsculas e carentes que pareçam mantém suas praças em razoável estado, sabedores que são da inegável sensação de bem-estar que uma área arborizada proporciona em comparação com outra desprovida de vegetação. E tratando-se de lugar com clima quente como aqui a importância das praças se torna ainda maior. Mas praça limpa e bem cuidada requer maiores cuidados que varrimento e meio fio espetacularmente branco. E o que temos para cuidar de tão importante área? Apenas uma tímida iniciativa, uma diretoria de meio ambiente com parcos recursos e poderes limitados enquanto entidades de iniciativa coletiva gozam de simpatia e crescente apoio no aporte de verbas.
Imagem: Arquivo/05

"Ora, a praça não deve ser conservada porque é uma paisagem notável. Mas simplesmente – e basta – porque é uma praça." Paulo Affonso Leme Machado.

Cinco dias no vácuo


Caramba. Cinco dias sem internet. No domingo pela manhã quando faltou energia o cenário nos remetia à pré-história, só faltava mesmo as cavernas. O silêncio era interrompido apenas pelos brucutus com seus veículos barulhentos.

E pensar que pagamos internet a preços absurdos e no final somos presenteados com péssima prestação de serviços, baixa velocidade e ainda estamos sujeitos a ficar desatualizados porque um cãozinho fez xixi na base de uma torre.

E ainda temos os sonhadores que falam que a internet 3G está vindo aí. Quem dera tivéssemos a certeza – pelo menos – de que amanhã teremos nossa conexão assegurada.