terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O que fazer com o terreno baldio que outrora foi um estádio em Cocal City?

Imagem: http://maps.google.com.br


E depois de tanto tempo aguardando a reconstrução do estádio municipal de Esperantina, foi jogada a pá de cal na intenção imorredoura, após a anulação do empenho destinado para tal fim.

Pensando nisso e aproveitando a democracia reinante da terra dos cocais, listei abaixo algumas alternativas.

1. Criar uma área verde no local, uma espécie de central park dos cocais.

2. Escavar e fazer criatórios para peixes, afinal, água não vai faltar.

3. Área de preservação do mosquito da dengue.

4. Um piscinão, para o lazer municipal.

5. Tombar como patrimônio municipal, com uma placa “Aqui nasceu e morreu o futebol de Esperantina”.

6. Construir uma palhoça para reunir os proponentes a “pai do estádio”, com transmissão ao vivo pelas rádios comunitárias locais.

7. Promover feiras, onde se venda o melhor do artesanato em anéis de tucum e panos de prato.

8. Construir mais casas para os alagados da enchente de... de quando mesmo?

9. Murar e transformar em pátio para guardar as motos apreendidas após a intensificação das blitz.

10. Esperar a tal verba ser liberada para a construção do famigerado estádio.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Os bem-nascidos: ontem e hoje

Imagem: http://bloghapax.blogspot.com.br


Na Grécia antiga, de acordo com a tradição, o rei Teseu, unificador da região da Ática (o mesmo Teseu protagonista da lenda do Minotauro), organizou a sociedade da área em três classes principais, a saber: Demiurgi, Geomori e Eupátridas. No momento me detenho em uma das classes em particular: Os eupátridas. Eles consistiam em um grupo social da Grécia Antiga detentores de altas posições, constituindo a nobreza da região da Ática (correspondente a Atenas e regiões circunvizinhas). Em grego, o termo significa algo como “aqueles bem nascidos”, ou “os de pais nobres”.

A classe eupátrida era, dentre todos os habitantes de Atenas e região, aqueles considerados os habitantes originais, os descendentes dos primeiros chefes e nobres locais e por isso tiveram o seu apogeu como classe dominante dos principais centros do mundo grego. Controlavam a justiça, em especial na sua esfera administrativa e atuavam como poder público. Isso na chamada antiguidade clássica.

De lá para cá muita coisa mudou, mas os bem-nascidos volta e meia resolvem dar o ar da graça, reacendendo a polêmica teoria sobre a História cíclica, aquela para qual tudo o que acontece já havia ocorrido, de alguma forma.

Não é difícil identificar os bem-nascidos atualmente. Eles brotam aos borboões no cotidiano e sua bem aventurança inicia bem cedo, ainda nos primeiros panos, razão pela qual são assim denominados. Seguem pela vida sem grandes preocupações comuns ao restante da população, que se empenha arduamente para conseguir o ganha-pão diário.

Um bem-nascido é diferente: se vai à escola é para preencher lacunas e garantir um status social. Quanto ao trabalho, o grande filósofo grego Platão demonstrou esta visão: “É próprio de um homem bem-nascido desprezar o trabalho”. E mais uma vez o filósofo tinha razão.

O cidadão que se esforça desde cedo para conseguir trabalho por vários meios, como o concurso público, por exemplo, é suplantado pelos bem-nascidos que sempre conseguem os melhores empregos, as melhores funções, não por competência resultante de esforços próprios, mas amparados pela ascendência familiar, tendo como maior arma o dna, reforçado com o titulo de eleitor.

Por mais que se esforce,  a carreira no funcionalismo público tem seus martírios, agruras e dissabores para o cidadão comum, mas que pode muito bem ser adoçada – e assim é – pela divina intervenção familiar-apadrinhamento em favor de poucos que sequer tem a preocupação de estudar e entrar para o serviço público pela porta da frente.

Concorrer com tais oponentes é como participar de uma corrida, tendo por adversários pessoas que teriam semelhantes condições para competir, porém colocadas metros à frente.


A prática é antiga, mas tem muito futuro. E tenho dito!


Com informações de:
Enciclopédia Britânica, 11a edição (1910/11), volume 8
http://en.wikipedia.org/wiki/Eupatridae

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Vida saudável



E não pára de crescer o número de pessoas que se preocupam com a aparência saúde em cocal city. Começam com a prosaica caminhada e terminam nas academias. E uma nova fase começa em suas vidas, que será dividida em Antes e Depois da academia.

Para início de conversa é hora de renovar o guarda-roupa, hora de regatas para homens e malhas apertadas para as mulheres, não basta malhar. É preciso que o resto do mundo saiba que os ditos frequentam uma academia e serão possuidores de corpos perfeito, para morrer lindos e sarados. Freud explica. Devidamente adaptados ao meio, a cada meio minuto uma pausa para se olhar no espelho, como fiéis discípulos de Narciso beber água e botar o papo em dia, que ninguém é de ferro – ainda, porque daqui a alguns meses...

A lógica disso tudo está por vir: a criatura passa uma hora e meia no centro de tortura que chamam academia, sai de lá todo(a) pimpão, falando em alto e bom som para quem não quiser ouvir que faz 50 séries de 100 repetições com 80 quilos e tals, desfila suado pelas ruas se achando a mais saudável das criaturas e na volta para casa compra um milkshake e... resultado: se torturou na academia para poder se deliciar com um milkshake. Tolinhos. Tudo o que conseguem de gasto calórico é saborosamente recuperado no trajeto de volta para casa. No dia seguinte começa tudo de novo.  

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

A sorte está lançada

Imagem: brasilhawaii.com


O título que encima o presente texto, em latim Alea jacta est: A sorte está lançada, teria sido eternizada na História por Júlio César ao atravessar com suas legiões o rio Rubicão para enfrentar a crescente influência de Pompeu em Roma, em um golpe que lhe renderia o total controle sobre a cidade eterna, da qual se tornaria ditador vitalicio, por volta de 49 a.C.

Transpondo para o presente as palavras do grande general romano é uma boa descrição do momento na cidade de Esperantina, quando o poder executivo troca de mãos e a nova administração tem pela frente grandes desafios. A sorte está lançada. O que está por vir dependerá e muito do modo como o município será conduzido nos próximos anos.

Assistiremos nos próximos meses a um festival de lamúrias, disse-me-disse, de expectativas quanto ao cumprimento de tudo o que foi prometido à população durante o período eleitoral e que fez dos ora empossados os vencedores do certame, pelo voto popular.

A sorte está lançada, mas que a administração não se apegue somente a ela para conduzir o destino dos cidadãos. Tal qual o general romano, se faz necessário que o gestor mantenha sob estrita observação seus legionários comandantes, para que o mesmo fato que encerrou o governo do grande general não venha a acontecer simbolicamente por aqui, resultante do duelo de egos.