quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Hip, Hip, Hurra!


Aniversário de Esperantina. O que temos a comemorar? Pequenas melhorias, grandes promessas, triste realidade. A plebe será brindada com uma raríssima apresentação da banda (novidade!) Explosão do Som, que se apresentará pela primeira vez por aqui no dia 28 de setembro de 2009; provavelmente teremos a inauguração do longo trecho de avenida construído recentemente, aquele neo-ícone da engenharia moderna; e um rega-bofe/cala-boca com os blogueiros locais (aqueles, das notícias afáveis, os webabões), às expensas do erário.

Possivelmente teremos a farofa de sempre; algum desavisado relembrando parte da história de Esperantina, citando os grandes feitos de personagens ilustres nativos (leia-se, de alto poder aquisitivo para os padrões locais) e esquecendo-se – como sempre – de que a história e, por conseguinte, os grandes feitos históricos são levados a efeito pelos cidadãos comuns, obscurecidos pela hipocrisia de nossa “elite”.

Um dia de festa para postergar as carências e índices gritantes no município, solenemente jogados para baixo do tapete. Afinal, o que representa um esgoto fétido, diante da deslumbrante cena de um lindo meio fio pintado de cal, branco como as celestiais vestes?

Como não atingir o nirvana ao contemplar os rostos felizes dos aspones que formam a claque oficial, com seus bolsos cheios? E daí que você está inadimplente com a quitanda da esquina e o barzinho do fim de noite? Isso é apenas mais um detalhe.

Um dia de delicias mil, para esquecer as taxas aviltantes de desemprego na cidade. Isso para quem não teve o privilégio de ser um dos sobrinhos do papa[1], que abarrotam as prestações de conta, ao arrepio da lei e aquiescência dos dirigentes.



[1] Aos que não entendem o termo, sugiro acessar o grande oráculo Google.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Dizer não é dizer sim

Dias desses aconteceu polêmica na casa do povo, por conta de denúncias embasadas em documentos públicos. Ficará como sempre, em nada?

Dizer que o Brasil é uma grande democracia enche de brios alguns integrantes da classe política. Que temos certas características comuns com a democracia, isto é fato, mas algumas atitudes nos fazem lembrar períodos obscuros da história nacional onde a democracia era utopia.

Voltando à casa do povo, nossos digníssimos legisladores iniciaram abertamente a troca de farpas, tudo em nome da governabilidade. Alguns, aos serem confrontados com informações não favoráveis ao, digamos assim, plano político, simplesmente não aceitam qualquer mácula na administração e partem com garras e dentes para destroçar o esboço de oposição, em tentativas ridículas de desqualificação dos caguetes, inimigos do povo.

Para isso foram eleitos então? Não seria melhor averiguar os fatos antes de relegá-los às traças? A galinha dos ovos de ouro ameaça alçar vôo para as distantes plagas?

Ao tentar abafar as críticas primárias, aplicando-lhe sonoro NÃO, os partidários dizem SIM à prática continuada de atos no mínimo preocupantes, merecedores de maior atenção.

O caso merece manchete e não simples nota de rodapé.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Sucupira é aqui

Encerrados os festejos em Esperantina e também o momento de patriotadas de última hora, nada como voltar à mesmice nossa de cada dia, com os midiáticos sugerindo intrigas a todo momento, o popular “caçar cabelo em ovo” e a plebe em geral dividida entre a tentativa de arrumar desculpas para escapar das dívidas e o fim da novela das oito.


Nessa volta ao mundo real, as atenções voltam-se para o destino do município. Por sinal, nebuloso.


Antes que um Dirceu Borboleta da vida tente explicar o inexplicável, gostaria de ser informado sobre a (real) data de término da grandessíssima obra de ampliação da avenida/rio Petrônio Portela. No ritmo em que andam os trabalhos, penso, teremos uma pomposa inauguração à época dos festejos do mês de janeiro ou semana santa, épocas em que é grande o número de visitantes na cidade.


A cada momento esta cidade avança a passos largos para se tornar uma nova Sucupira, com direito aos caricatos personagens, algumas raras exceções e mais alguns que a modernidade infelizmente nos brinda.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Finalmente, os festejos de setembro

Nada como um festejo para animar a população. Clubes lotados com as atrações de sempre – ou quase sempre, o estilo predominante é o mesmo, forró; a cidade transforma-se de repente, mais pessoas nas ruas, que por sua vez recebem a tradicional pintura de cal nos meio fios (como sempre que há previsão de visitantes na cidade), as barraquinhas com disputa pelo som mais alto; os carros de som com as porcarias músicas do momento; o parque de diversões... tudo como sempre.

Os festejos, que deveriam ser religiosos, há muito transformaram-se em um bom negócio para comerciantes da cidade. Isso sem falar na prefeitura, que também embolsa um naco da bufunfa que rola no período, por meio de impostos pagos pelos barraqueiros.

E assim a vida vai rolando, sem maiores novidades, a não ser um minúsculo pedaço de avenida que demora demais a ser concluído.