quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O quarto poder

Imagem: kdfrases.com

Com a recente prisão de um ex-prefeito da “terrinha” o quarto poder se mostra em todo o seu esplendor. Desculpe, mas não deu pra evitar o entre aspas.

Um noticioso imparcialíssimo de Cocal City publicou em tempo real que “no momento de sua prisão feita com exclusividade pela equipe de reportagem do (...)”. Como assim, cara-pálida? A equipe de reportagem composta de único membro executou o “mandato” [sic]? Nada mais assustador que isso. Fujam para as montanhas.

Será que ainda posso adicioná-lo (o noticioso) aos amigos naquela rede social de fofocas e futricas? Preciso me salvaguardar.


Enquanto isso, em uma rua de uma cidade tão, tão distante...


... certa obra segue à todo vapor e ao mesmo tempo um tal Código de Posturas jaz esquecido em uma gaveta mofética à espera de uma súbita lembrança.

Não é a questão de se dizer que a cidade não tenha leis, pois as temos aos borbotões, mas falta quem as faça ser cumpridas. Entre uma poça de lama e outra, uma calçada atulhada de mercadorias e outra com veículos, a vida em Cocal City segue seu curso inexorável.

As fotos abaixo ilustram parte do oba-oba que toma conta da cidade. Na primeira foto, tirada às 7:00h vê-se claramente a rua interditada para execução de obra particular, sem sinalização e nem maiores embaraços. Na segunda foto, às 15:00 o mesmo veículo continua a ser descarregado no meio da rua e quem quiser transitar por ela que dê a volta no quarteirão. Simples assim. Tá olhando o quê? Vai encarar?
 
Foto 1: Banco de imagens do blog. 24.2.2015, 7:00h
Foto 2: Banco de imagens do blog. 24.2.2015, 15:00h

Enquanto isso, os pinguins de geladeira que foram escolhidos a dedo – ui! – e que deveriam cuidar destes aspectos da vida urbana brincam de autoridade, com seus óculos escuros e cadeiras de rodinhas, cercados por quatro paredes.


Nada de novo no front.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Usura: de pecado a credencial de cidadania

Imagem: www2.uefs.br

Na idade média o praticante da usura era criticado hipocritamente e condenado nos sermões da poderosa igreja católica, onde se dizia que o diabo se apoderara dele. A usura entre os cristãos era condenada através dos tribunais eclesiásticos, cabendo a Deus puni-los com a danação. Ainda segundo ela, os usurários são enterrados com seu dinheiro amarrado no pescoço e os demônios vem infernizá-lo no túmulo, antes de leva-lo ao inferno, destino de todos eles.

O tempo passa e agora, em plena Idade Contemporânea eis que o personagem antes demonizado ressurge na História com novos ares, novas possibilidades, posando de salvador da pátria (ou município, sabe-se lá).

O fato é que Cocal City tem vivido um boom imobiliário de fazer inveja a muitos municípios de grande porte país afora. O antes endemoniado usurário ressurgiu e pode estar ao seu lado no trabalho ou mesmo na mesa de um barzinho no final de semana, sempre à espreita e – sabe-se agora – bastante interessado nos destinos do município, já há uns bons anos.

As consequências disso já são do conhecimento de boa parte da população, dada a vistosa atuação dos mesmos nos bastidores das últimas contendas eleitorais. O fato é que agora parecem ter tomado gosto pelo tema e preparam voos mais altos, mais uma vez às custas da ignorância da maioria de maria-vai-com-as-outras, que sempre se deixam impressionar pelas posses dos pretensos novos salvadores da urbe, deixando que o tempo e os consequentes processos se ocupem de demonstrar se os mesmos têm capacidade para exercer obrigações políticas.

E tenho dito!

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Se a canoa não virar...

Imagem: http://flickrhivemind.net/
Dedinhos para o alto, caixa de maizena nas mãos e entorpecente na mente. Hora de reproduzir as velhas marchinhas em novas mídias. E está pronto o carnaval em Cocal City.

Entre tantos outros problemas da cidade, nunca se conseguiu aqui algo que lembre carnaval. De certa forma, isso é bom. Quando a cidade sedia algum evento de maior porte e atrai turistas, o que já é ruim piora à décima potência. O trânsito que já é um inferno dantesco recebe a contribuição dos visitantes que, à vista o que fazem os nativos, também passam eles a gozar da libertinagem ao volante e passam a cometer as mais diversas atrocidades em nome da diversão.

Hora de liberar o que no restante do ano se esconde no mais escuro recôndito do seu eu interior. Em nome da alegria turbinada pelo álcool, vale a pena desfilar trejeitos nos mais variados ambientes.

Quanto as folias e foliões, melhor que não fiquem a se deslocar de um para outro lado da cidade em busca de melhores opções, pois poderá se vitimar em um dos muitos pontos onde as ruas recebem remendos à guisa de primores da engenharia. Aliás, é chegada a hora de atribuir o Urubu de Ouro, categoria pleno ao cidadão responsável por sinalizar o trânsito nas proximidades das – cof-cof - obras. Literalmente uma cagada.

Que passe logo o carnaval da TV, pois na cidade não há. E que comece o ano pra valer, como dizem os teóricos do ócio.

E tenho dito!