quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

E surge o Tetéu

Desarmamento


Foto: PF/RN


Apesar do alarde com que foi anunciado o início da campanha de recadastramento/entrega voluntária de armas de fogo, logo se vê que a mesma não vingou.

Acontecimentos recentes em Esperantina e região põem em cheque a eficácia da campanha pelo desarmamento. No final, somente os pacatos cidadãos entregam suas armas, transformando-se assim em alvo fácil dos meliantes. No ato da entrega da arma, o cidadão deveria receber adesivo em forma de alvo. Facilitaria ainda mais.

Afirmam os entendidos no assunto que a posse de arma de fogo pelo cidadão por vezes aumenta o risco para os mesmos, visto que não raro inexiste preparação para uso dos trabucos. No entanto, por vezes a imprensa divulga casos de despreparo também dos agentes da lei, que teoricamente são adestrados para tal.

Não se trata de regredir a períodos conturbados da história, onde a lei do olho por olho era a regra, mas o porte deveria ser estendido a todas as pessoas, que responderiam por seus atos. Mas lei é lei. À população cumpre apenas obedecer, participar de passeatas pela paz e aguardar a vez.

Enquanto isso, no mundo real, a marginalidade encontra facilidades na aquisição e uso de armas, com crescente poder de fogo.

E você ai, pensando se entrega ou não aquela velha bate-bucha enferrujada, cujo perigo maior é espalhar tétano.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Extra! Extra!!



Esqueçam a tragédia no Haiti, o BBB e demais fatos corriqueiros. As atenções da imprensa mundial voltam-se neste instante para a nona maravilha da arquitetura urbana: o asfaltamento da avenida ministro Petrônio Portela. Programações são suspensas para o anúncio do furo jornalístico. Narradores esbaforidos, inebriados pelo progresso que chegou para ficar enfrentam o calor escaldante para informar Para Todos que o aguaceiro da avenida-rio é coisa do passado. Molhar os pezinhos na lama? Never. Pois é.


Desde o fatídico ano de 2005, quando a avenida teve seu asfalto espetacular e escandalosamente retirado que a população aguarda esta obra. Dinheiro veio, dinheiro voltou, a novela ganhava contornos de dramalhão mexicano. Mas agora vai. Com o alinhamento dos astros tudo é possível. Até mesmo asfaltar sem preparar a área. Tomara que tenham combinado também com a mãe natureza com vistas a que esta não mande as torrenciais chuvas para prejudicar o asfalto.



Tal como os pirilampos que se aproximam da luz sedutora, neste instante é grande o tráfego de pelegos, curiosos e torcida do contra no local. Observo certo alarido quando os presentes se afastam do meio da rua para dar passagem a dois caminhões com material para o asfaltamento e outro com foguetes para anunciar a boa nova.


Fico pensando e torcendo para que aprovem logo a criação de mais festejos para nossa cidade, pois ultimamente temos inaugurações nestes períodos (vide proselitismo com instalação de imagem religiosa às margens do longá). Também a estrovenga folia no período da semana santa é outra ótima oportunidade para mostrar aos turistas (!!) que a cidade é um canteiro de obras. É preciso ter pressa ou a vitrine oportunizada pelo festejo fecha. Não basta fazer, tem que mostrar. Para Todos.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Página virada



Por problemas técnicos estive em off por uns dias, mas não pude me furtar em escrever um pequeno texto, na verdade um textículo, sobre a entrevista coletiva convocada pelo excelentíssimo, dia 06 do corrente para anunciar o calendário anual de pagamento dos servidores públicos municipais e também apresentar relatório do primeiro ano de governo, ocasião em que reuniu a – cof, cof – imprensa local, no que prometia ser uma ótima oportunidade para acertar arestas.

O alcaide foi duramente sabatinado pela – cof, cof – imprensa local. Perguntas relevantíssimas sobre a administração local fuzilaram a autoridade, que deve ter saído do local atordoado com o nível do debate.

A coletiva me pareceu semelhante a um jogo de xadrez, onde tudo é prévia e meticulosamente medido, estudado, para que tudo saia conforme combinado. E no final, tudo saiu nos conformes para os que não sabem cuspir. Para Todos.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

De olhos vidrados no progresso

A cada dia que passa o progresso de Esperantina acrescenta algo de assustador. Tem sido assim nas últimas décadas.

No momento, é o canteiro e o asfalto da avenida, passando ainda pela magistral passarela para uso dos deficientes físicos. O que dizer então das garrafas pet em formato de boneco de neve, que tão bem representa o inverno tropical, levando às lágrimas os olhos piedosos no natal?

A bola da vez é a praça da biblioteca, que já não é lá uma Brastemp, transformada em mural de propaganda de festa. Não que aquela diminuta faixa esconda algo digno de um cartão postal, mas é que o arcaico código de posturas municipal em seu art. 135, V, proíbe a fixação de quaisquer meios de publicidade em praças e afins. Culpar o responsável pela colocação da faixa na praça? Não. Ninguém pode ser considerado culpado por fazer algo que não sabe ser proibido.

Temos leis demais, algumas boas até. Mas de que adianta fazê-las, publicá-las e depois guardar numa gaveta? O código de posturas municipal parece uma relíquia ou então deve ser considerado subversivo, pois é mantido sob chaves. Uns poucos têm conhecimento sobre a existência do mesmo.

Muita coisa poderia ser posta em prática seguindo os ditames lá estabelecidos. Mas é uma luta indigna tentar convencer alguém a isso. Algumas medidas soariam impopulares e daí para perder uns votinhos é só um pulo.

A gaveta ainda é muito útil.