sábado, 15 de maio de 2010

Descaso histórico




Ao percorrer as ruas do centro de Esperantina observa-se que esta é uma cidade em transformação. Ótimo, a cidade está se desenvolvendo. O grande lance é que este crescimento é desordenado, a cidade cresce destruindo o alicerce histórico, o patrimônio cultural e arquitetônico.

Vejamos: no ano de 2006 a cidade perdeu o prédio do antigo cassino, de grande importância histórica para a cidade. Gritos daqui, aplausos dali, o prédio foi demolido. Hoje o local se resume em um terreno de muro alto, feioso, abandonado.

O prédio da antiga escola David Caldas, 1ª da cidade, foi descaracterizado para instalação de universidade por correspondência. A praça da matriz foi reformada e também descaracterizada. Outra praça localizada atrás da igreja permanece intocada desde a construção, não foi modificada, mas não mereceu sequer restauração e cuidados básicos; a quadra Noeme Lages, destruída para construção de anfiteatro (!!!). E assim poderia seguir por mais algumas linhas citando o pouco que ainda temos de patrimônio histórico que, metaforicamente falando, são testemunhas vivas e ajudariam a contar a história da cidade de Esperantina, que ainda está por ser contada.

Mas o que incomoda mesmo é saber que à época da demolição do cassino, uma lei foi criada (tardiamente) com vistas a proteger o patrimônio, criando um Conselho de Proteção ao Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da cidade e... e... mais nada.

Desde o ano de 2006, ano da promulgação da dita lei, nunca foi ativado o tal conselho. Esperantina ficará sem registros arquitetônicos do passado. A nossa história e a nossa memória não merecem a perpetuação do descaso. Um povo que não zela pelo passado não tem preparo para o futuro.

“Vagueia pela História e perderás um olho. Esquece-te dela e perderás os dois"
                                                                                 Provérbio Russo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Isto não é uma democracia. Antes de comentar, lembre-se: sou perigoso, tenho uma pá e um quintal grande!