segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cidade sem memória

Fotos: Arquivo Pessoal


O centro velho de Esperantina ficou menos histórico com a demolição do cassino, cujas histórias e fausto permanecem na memória daqueles que o freqüentaram no período áureo.

Se no período de sua demolição já se contavam décadas de desuso de suas instalações, o mesmo não se poderia dizer dos bares localizados no andar térreo. Quanta alegria, comemorações, brigas, jogatina e libertinagem em Esperantina tiveram aqueles barzinhos como cenário.

Nas lembranças ficaram as imagens do agito dos freqüentadores na época dos festejos religiosos, o barulho produzidos nos mesmos, que por vezes disputavam quem tinha o mais potente aparelho de som; as reclamações dos religiosos pelo barulho durante as missas e, sobretudo, ficam na lembrança as imagens de quem conheceu os personagens quase folclóricos que eram presença constante naquele minúsculo, porém disputado espaço urbano.

Hoje o que temos no lugar são apenas ruínas que insistem em lutar contra o esquecimento e abandono, compenetradas testemunhas que são de um rico período que não retorna.

Que sádicos propósitos se escondem no abandono daquele ponto? A demolição que se seguiu logo após a troca de proprietários continua inexplicável. Porque demolir histórica construção somente para abandoná-la depois?

A foto acima mostra o que resta dos antigos “bares da igreja”, como eram conhecidos. Note-se a abertura de buraco no antigo portal. O que esperar depois de tal situação? Com certeza a abertura será de alguma utilidade em horários menos movimentados, para práticas as mais diversas possíveis.

Sem leis que protejam o patrimônio municipal, a memória da cidade de Esperantina parece condenada a desaparecer lentamente, junto com as poucas testemunhas oculares que ainda vislumbram em suas mentes os memoráveis momentos desfrutados naquelas dependências.

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