segunda-feira, 20 de junho de 2016

A miséria da política

Imagem: Arquivo do Blog.

...É que ela esquece por longos interstícios de tempo que só se mantém às custas do suor dos outros, que trabalham e se dedicam a melhorar a própria vida.

A miséria da política é achar que todos são apalermados e que assim devem permanecer, para gáudio daqueles que se sobressaem na sociedade ao pretensamente representá-los.

Bem o disse Nelson Rodrigues:
...E o imbecil como tal se comportava. Nascia numa família também de imbecis. Nem os avós, nem os pais, nem os tios, eram piores ou melhores. E, como todos eram idiotas, ninguém pensava. Tinha-se como certo que só uma pequena e seletíssima elite podia pensar. A vida política estava reservada aos “melhores”. Só os “melhores”, repito, só os “melhores” ousavam o gesto político, o ato político, o pensamento político, a decisão política, o crime político.

Às massas o papel secundário é visto como obrigatório, indispensável. Mas e se as massas tomassem conhecimento de seus direitos, o que mudaria? No momento, nada. A maioria se contenta em conversar nas esquinas sobre os fatos dos corredores do poder, sem nunca levantar a voz, por medo de nunca ter oportunidade de ser visto para se regalar com um DAS ou ser aprovado em concorrência pública.

Chegou a época dos grandes encontros, das massas abduzidas pelas palavras fáceis e promessas eternas de melhorias. Pior quando estas vêm de seres já testados e – às escondidas – repudiados. 50 anos em 5, já disse uma personalidade, 4 anos em 1, espera outra.

Nesta interminável ciranda de poder, uns se revezam no ápice, outros, coitados, já relegados às páginas esquecíveis da história, tentam se reeguer das cinzas, qual fênix tupiniquim, mas já sem brilho, com muita poeira e retórica embolorada.

Que rufem os tambores.

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