quarta-feira, 27 de abril de 2011

O caso das sacolas plásticas

Imagem: improbabilidade-infinita.blogspot.com


Tornadas vilãs pelo discurso dos cavaleiros do apocalipse ecológico, as sacolas plásticas estão na mira de oportunistas sempre prontos a lucrar algum nessa onda.

Elas estão em toda parte: no supermercado, na farmácia, no pequeno comércio e até no barzinho nosso de cada fim de semana. De grande solução para transporte de pequenos volumes, as sacolas passaram a ser responsáveis por tapar esgotos e contribuir para alagamento nas cidades, sufocar crianças, servir de alimento para animais marinhos e mais uma miríade de outras maldades. Fogueira nelas!

Diante deste fato assombroso e catastrófico, algum iluminado teve a idéia de substituir as vilãs pelas prosaicas sacolas de papelão, caixas de papelão, ecobags – ou sacolas de pano, nem sempre produzidas de modo ecologicamente correto – e contam com a ajuda da imprensa descolada para divulgar isso. Sensacionalismo também ajuda a vender e faturar.

Nunca vi ou ouvi falar de algum caso de sacolas com capacidade de se locomover sem as mãos de alguém para se depositar em determinado local à espera pela decomposição centenária. Um samaritano preocupado em salvar o mundo já devia ter percebido que se sacolas aparecem no mar, nas bocas de lobo ou infestam os lixões é porque alguém as levou ou jogou lá. Simples assim. Ninguém parece ter pensado em orientar os usuários a descartar corretamente as sacolas usadas antes de sair por ai atormentando as pessoas à guisa de arautos do bem viver, corretores do paraíso.

Já existem cidades onde leis foram aprovadas restringindo ou mesmo proibindo o uso de sacolas plásticas no comércio, com aplicação de onerosas multas para os infratores. E a onda verde se alastra qual tsumani pelo país. Não demora e chega por aqui, como se já não bastasse.

Salvem o planeta, mas não me torrem a paciência.

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