quarta-feira, 13 de abril de 2011

Assim nascem as leis

No Brasil a maioria das leis é elaborada e proposta no calor das emoções. Neste momento discute-se a realização de plebiscito sobre o desarmamento no país e uma nova campanha pelo desarmamento da população de bem. Tudo isso motivado pela tragédia do momento, aquela do maluco atirador que invadiu escola no Realengo – RJ e matou 12 pessoas, utilizando armas ilegais, segundo apuração (se fossem legais, faria alguma diferença?).

Nenhuma das opções acima se configura como pronta solução para a violência assistida na imprensa. Sempre foi assim: um acidente doméstico com álcool e propuseram a venda de álcool em gel, mais seguro, segundo o lobby. Um desequilibrado resolve se entupir de remédios controlados para “ficar doidão” e lá vem a restrição de vender medicamentos somente com a receita azul e horas na fila para ser atendido por um médico. Não demora e aparece um estúpido para propor que se vendam facas sem fio e garfos sem ponta para evitar mais acidentes.

O plebiscito é apenas mais uma chatice que somos obrigados a votar e dar um sopro de vida a mais aos humanistas-de-plantão-após-alguma-tragédia, que volta e meia ocupam espaços públicos com manifestações e caras de paisagem, onde vestem branco e cruzam os polegares com os dedos das mãos distendidos para formar uma pomba, supostamente a da paz.
 Imagem: blogdomarson.zip.net

Por sua vez, a campanha pelo desarmamento é baseada nos mesmos princípios humanistas de pessoas que vivem em relativa segurança, mas que desejam transformar o mundo tornando o cidadão um alvo ainda mais fácil da violência. A campanha funciona mais ou menos assim: o cidadão que tem uma arma para a própria segurança é convidado a devolvê-la a preço módico para o Estado e a bandidagem também deveria seguir o exemplo, mas... alguém já viu noticias a respeito de marginais entregando suas armas para cumprir exercício de cidadania? Não imagino o atirador da escola do realengo chegando a um posto de coleta e entregando suas armas e seria hilário assistir a cena de um assalto a banco, por exemplo, com os meliantes portando estilingues, porque haviam entregado as armas anteriormente para embolsar a grana do governo.


O problema não são as armas, mas as pessoas que as utilizam. Há centenas de anos, ou melhor, milhares de anos não existiam armas de fogo, mas pessoas eram mortas assim mesmo. Armas não matam pessoas; pessoas matam pessoas. É muito simples impor proibições, investir em educação que é bom... Uma simples revisão do ultrapassado Código Penal Brasileiro e a aplicação (e cumprimento) de penas mais rigorosas também seria uma ótima pedida.

Um comentário:

  1. ... e no plebiscito vão perguntar tb se a má utilização de verbas públicas deve virar crime hediondo...

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Isto não é uma democracia. Antes de comentar, lembre-se: sou perigoso, tenho uma pá e um quintal grande!