segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O grande lance


Foto: www.wallysou.com

Vivemos estranha realidade. Lembro de ter lido algo sobre a mudança de valores e comportamentos pessoais na sociedade. No passado não muito distante, crianças brincavam de polícia e bandido e era uma confusão, pois ninguém queria ser bandido. Hoje, poucos querem ser polícia. A marginalidade dá um imaginário status de poder, de popularidade, de aceitação.

O trânsito local é um ótimo local para se observar esta “evolução” comportamental. Ao andar pelas ruas de Esperantina temos a sensação de que fazer o correto é incorreto. Quem se comporta legalmente no trânsito é taxado de Mané, trouxa e termos afins. Quando vemos alguém de capacete guiando uma moto logo vem o pensamento de que aquela pessoa não é da cidade, tal o descalabro que se encontra.

O grande barato por aqui, algo que caracteriza as pessoas descoladas – os caras - é o descumprimento de leis e convenções. Não é incomum ouvir alguém se referir a outro com expressões do tipo: aquele doido ali só anda voado! Para esses, aquelas placas simbólicas e risíveis fixadas nos postes parece ter escrito: ei, psiu, você NÃO está na contramão!Ou ainda aqueles que se acham o máximo por incomodar os ouvidos alheios com o som infernal de músicas chulas em possantes equipamentos de som. Tem também aqueles que se vangloriam em desfilar pela cidade em carros alienados ou de ofertá-los a qualquer tempo, qualquer modelo, como se fosse o máximo.

Estes tipos são populares e fazem relativo sucesso entre a galera. Estão sempre nos diversos eventos da cidade e podem ser vistos também em outras cidades. Na maioria dos casos ostentam o que não são, o que não têm.

Mas, enquanto estes indivíduos continuem adorados pelo que não são, continuaremos a ver o trânsito caótico, a sociedade torta e órfã de valores.

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