quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O prazer da leitura

Foto: www.narcisotedioefuria.com.br

Atendendo à curiosidade deflagrada pela onipresente publicidade em torno da publicação do livro Narciso: tédio e fúria, adquiri um exemplar por ocasião da solenidade de lançamento do mesmo. Autor esperantinense, pé no chão - metaforicamente falando, apresenta à população uma publicação ímpar e lança simultaneamente um desafio: a produção e o consumo local de cultura. Silêncio na platéia. Passemos à obra, objeto das atenções.

A leitura é uma só. As interpretações são várias. Aos que se sentem ambientados na trama é um divertido – por que não dizer tentador – exercício de identificar ou tentar, os personagens do livro. Quem não se flagrou tentando reconhecer as famílias que dominam o poder econômico na cidade?

As descrições da cidade, seus pormenores, não raras vezes nos fazem lembrar fatos e cenas da infância e momentaneamente interrompemos a leitura para relembrar episódios já guardados sob o manto do esquecimento. Também conjugo certas características à cidade. Seria eu também um personagem da trama? Vai saber... na vida não há certezas, apenas oportunidades, como disse o personagem de conhecido filme.

Por nos parecer tão familiar em algumas passagens, o livro e seus personagens se tornam cada vez mais envolventes a cada página consumida e faz com que não nos sintamos compelidos a largá-lo sem que findas a leitura. Os bons livros – como este em questão e a boa leitura, mais especificamente, nos faz sentir envolvidos pelos acontecimentos, desligando-nos temporariamente dos problemas do cotidiano, uma espécie de válvula de escape da rotina.

Enfim, a dica já foi dada. Agora é ler o livro, identificar os personagens, contar a alguém que não concorda e – ato incontinenti - somos convidados a refazer a leitura para nova interpretação, agora com outro olhar e atenção aos mínimos detalhes.

2 comentários:

Isto não é uma democracia. Antes de comentar, lembre-se: sou perigoso, tenho uma pá e um quintal grande!