A despeito do que foi e ainda é festejado
por partidários dos participantes do debate político entre candidatos a
prefeito de Esperantina, de que um tal foi quem ganhou o debate – embora para
os partidários sempre vence aquele que eles seguem, fiquei a pensar
especificamente em um dos pontos da peleja, as blitz no trânsito.
Sem ao menos pestanejar, ao menos
dois dos contendores afirmaram que se eleitos forem, acabarão com as apreensões
de motos em nossa cidade. Discurso para ganhar votos de desavisados, molim,
molim.
As blitz ocorrem para que o trânsito
flua melhor, para que o cidadão que a aqui mora ou está de passagem tenha pelo
menos a sensação de que há ordem nesta bagaça, entre outras possibilidades. O
motivo da discórdia entre a população é que estão sendo privados do direito
constitucional de ir e vir, que não se sentem seguros sequer para transitar
pelas ruas da cidade sem que sejam importunados pelos fiscais. Só que como em
tudo na vida há limites, aqui também não poderia ser diferente. Mas isso
opinião do povo.
Dá náuseas quando se ouve
candidatos opinando que a moto (principal veiculo abordado) já se tornou de uso
comum entre a população e que grande parte da população não tem grana para
pagar os impostos e ainda de que em outras cidades não ocorrem tais
perseguições aos motociclistas. Mas se outras cidades não procuram seguir a lei
isso já é outro problema.
Diante da pérola discursiva me
veio o pensamento: já que o município de Esperantina se converterá em uma
ilha com administração própria dentro da federação brasileira e tendo em vista
que o problema da segurança pública é gritante, o cidadão poderá se armar para
dar enfrentamento à falta de segurança, porque não? Se é permitido que os
coitadinhos dos proprietários de motos burlem a lei e não paguem impostos
porque os que desejam andar armados não poderão também se usufruir nesta ilha
de anulação dos direitos constitucionais e se negar a pagar os também caríssimos
impostos sobre o uso de armas? E assim poderemos assistir a um festival de
desobrigações em cumprir leis, em uma cidade que já não é lá muito exemplar.
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