quarta-feira, 14 de março de 2012

A revisão da História


Imagem: tulipasnajanela.blogspot.com 
Hoje foi destaque na imprensa nacional que o ministério público federal segue com ação contra um ex-coronel do exército brasileiro, encarregado pelo estado a dar combate a revolucionários que se articulavam na região do Araguaia, localizada nas proximidades das divisas entre os estados do Maranhão, Goiás e Pará. O militar, hoje na reserva é acusado de seqüestrar e matar guerrilheiros da região do Araguaia, quando era o comandante das forças anti-guerrilha, um conflito até hoje não muito bem explicado.

O fato é que grande parte da imprensa cai matando o exército que deu combate a guerrilha que – contrariamente ao que se propaga – não pretendia implantar a versão do paraíso por aqui. A intenção não era preencher as paisagens locais com anjinhos tocando harpa pelas ruas e campos. Os guerrilheiros intencionavam implantar por meio de suas ações e do apoio da população o regime comunista, espelhando-se nas vitoriosas revoluções cubana e chinesa, que até hoje não são exemplos de democracias, tampouco de fiéis seguidores dos direitos individuais, onde as pessoas dependem de licença do estado até mesmo para pintar as paredes de casa. O período em que ocorreram combates entre as forças antagônicas foi muito fértil em idéias revolucionárias. Era a época do comunismo contra capitalismo, da esquerda contra direita, do bem contra o mal.

Não afirmo que o procedimento dos militares foi correto ao torturar e mesmo eliminar dissidentes, mas daí a alçar os que morreram no panteão dos heróis nacionais é uma distância muito grande, principalmente se consideradas as reais intenções dos participantes.

O fato é que no momento a história do Brasil passa por revisionismo troncho, debatendo temas que o tempo e a lei nº 6.683, conhecida como Lei da Anistia deu por encerrados. Porém um belo dia o congresso nacional resolve aprovar a criação da dita Comissão da Verdade, como se esta fosse uma coisa palpável e única, para investigar violações aos direitos humanos no período da ditadura militar no Brasil, mas especificamente entre 1946 e 1988.

O engraçado nesta de rever a história foi a exibição de uma novela - diga-se de passagem de péssima qualidade na abordagem – para abordar o período da ditadura e sorrateiramente reavivar, trazer à cena atual o debate sobre a necessidade de uma comissão, que nas entrelinhas deve atuar como uma caça às bruxas, no melhor estilo inquisição.

Nos próximos dias assistiremos ao discurso dos bravos revisionistas na imprensa nacional, quando será anunciada a composição da comissão. Já que a dita foi criada, espera-se pelo menos que aponte os excessos cometidos por ambos os lados naquela página mofada da história do Brasil e não se restrinja a agradar ideólogos do paraíso e heróis em busca de pecúnia.

E tenho dito!

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