terça-feira, 27 de setembro de 2011


Certo dia foi divulgado em Esperantina que empresários do sul do país estariam comprando terras para plantio de eucalipto. Foi como mexer em vespeiro! Entre os ecologistas-salvadores-da-pátria a grita foi geral em defesa de nossas matas e contra determinado homem público que seria o intermediário dos empresários por estas terras. Tal qual Salman Rushdie, foi determinada uma fatwa contra o infiel antiecológico.
Imagem: codigoflorestal.com

O tempo passa, os ânimos continuam acirrados nos quintais. Daí os tais empresários conseguem uma declaração de instrução de como proceder/prosseguir com seus intentos malditos, desta vez devidamente avalizados. Santo remédio. Os protestos sumiram que nem vendedor de pirulito nos festejos e ninguém mais se atreveu a condenar a devastação de nossas combalidas matas, mas não ficou somente nisso.

Dia desses foi publicada pequena nota em jornal impresso dando conta de que um dos empresários impregnados de enxofre requereu e recebeu licença prévia e de instalação, para uso alternativo dos solos – Plantio de Eucalyptus, no município de Esperantina. Agora tudo legalizado é só começar a ação, sem se preocupar com ecologistas de fim de semana.

Simples assim. Do inferno astral ao céu de brigadeiro e ninguém mais para contestar. A anuência do poder público foi um banho de água fria nos ânimos dos verdinhos, a eles só restando sacar a eco-bag e perambular pelas ruas recolhendo pets para a glamourosa decoração do final de ano.

Devastar sem licença não pode, vai direto para o quinto. Já devastação oficial é outra coisa, como se viu. A licença para uso do solo eliminou todos os impactos ambientais, sociais e o diabo que os carregue que antes prenunciavam o Armageddon. 

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