terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Rotina Anual II

Foto: ivanjornalismo.blogspot.com

Hoje pela manhã um carro de som anunciava a paralisação dos professores da rede estadual de ensino. Menos mal. Antes tarde que mais tarde. Enquanto a turma da sombra e água fresca aguarda, alguns poucos se mobilizam para conseguir melhorias. Como dizem que uma imagem vale mais que mil palavras, vide abaixo foto publicada em blog local, onde uns poucos bravos que não se deixaram abater fincam suas posições para a defesa de seus direitos, ocasião em que decidiram pela paralisação:

Foto: jornalesp.com

Nota-se nas greves a ausência dos professores celetistas (eles contam?), pois, por força da condição temporária de trabalho os mesmos são desestimulados a aderir às greves. O que mais incomoda é que há algum tempo os governos incentivaram a realização de concursos para professor temporário, como forma de baratear os gastos com educação, visto que os mesmos têm direitos reduzidos. É o que se pode chamar de prostituição dos diplomas universitários, pois o conhecimento arduamente adquirido é trocado por efêmera condição de trabalho.

O grande apelo para a existência de professores temporários é também para preencher as lacunas deixadas nas fileiras pelos que passaram a ocupar outros cargos que não aqueles para os quais foram admitidos no serviço público, merecidamente ou não.

Enfim, todos os anos é a mesma coisa: os grevistas requerem um percentual de reajuste e recebem outro bem aquém do solicitado e fica por isso mesmo. Por conta da paralisação as aulas têm que ser vistas atabalhoadamente e alguns maus profissionais, entre eles alguns que se converteram em professores regionais, aproveitam a deixa para passar trabalhos ao alunado e mandar para as calendas gregas a boa transmissão dos conhecimentos.

Mas as opções não se encerram na magistratura, muitos concursos são lançados por ano com remunerações bem mais atraentes. Talvez o empecilho para a migração de profissão seja apenas a qualificação.

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