terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Precisamos de uma UPP. No trânsito.


Pois é. Pela TV assisto as ações das UPP’s nos morros cariocas. Fantástico. Sem tiros nem ações espetaculosas, lembrando um exército de Harry Potters a distribuir mágicas e encantamentos em todas as direções, as UPP’s são implantadas no estado do Rio de Janeiro e de imediato inserem o poder público (e suas mazelas, detalhe) em comunidades antes dominadas por traficantes, onde não havia muito a liberdade de ir e ir dos moradores, que se submetiam ao poder dos traficantes, que controlavam a prestação de serviços como internet, o gás e o serviço de televisão a cabo.

Por lá, a coisa funciona mais ou menos assim: a polícia anuncia que vai instalar uma UPP em uma favela qualquer, a bandidagem vê pela TV e... sebo nas canelas, se manda sem disparar um tiro sequer. Não se ouve falar em prisões e nem mesmo apreensões de entorpecentes, mas está lá uma bandeira branca no alto do morro, para sinalizar os “novos tempos”, como um passe de mágica.

Como no Brasil nada se cria, tudo se copia, vislumbrei ali a solução para o trânsito caótico de Esperantina, que seria instalar uma UPPTran – Unidade de Populares Pacificadores do Trânsito. Oh, yeah! Bastava realizar um fórum (novidade por aqui) para discutir a criação de um grupo de trabalho e após a décima rodada, ficaria resolvido que depois de um ano de manjadíssimas campanhas educativas a cidade teria uma tropa exclusiva para cuidar do trânsito, reforçada por muitas faixas com frases de efeito, óculos escuros adquiridos no camelô de confiança, discursos inflamados no rádio, na tribuna e na – cof, cof – imprensa local. Pronto. Fim dos problemas. Simples assim e sem traumas. Por que ninguém pensou nisso antes? Deve ser o efeito BBB.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Isto não é uma democracia. Antes de comentar, lembre-se: sou perigoso, tenho uma pá e um quintal grande!