domingo, 20 de dezembro de 2009

Agora é nóis!









Qual o intento, afinal de contas, da Confecom?

Partindo da necessidade de maior participação da sociedade na mídia– dizem – foi realizada em Brasília uma conferência nacional de comunicação, com a participação massiva de... jornalistas? Não, de protojornalistas, sindicalistas, blogueiros, radialistas e outros representantes das massas. A conta do evento vem depois.

Ao final do encontro, depois de inúmeras plenárias, documentos foram gerados com sugestões e propostas que visam criar órgãos para controle da mídia (leia-se cabides de emprego) e ainda uma espécie de Index Parlatorium Prohibitorum, que passaria a ser o livro de cabeceira de tolos cidadãos politicamente corretos de plantão.

Os governos pretensamente imbuídos de sentimentos, digamos, sociais, nunca conseguiram disfarçar os flertes com o totalitarismo e em qualquer descuido tentam aprontar das suas. Falam em liberdade de expressão, mas não aceitam idéias contrárias. É assim em todo o mundo. Aqui não podia ser diferente.

Se tais propostas aprovadas na conferência se tornassem leis, como pretendido, qualquer um que se atrevesse a tocar de forma “politicamente incorreta” temas referentes a movimentos sociais; programas do governo que mudam a vida dos pobres; escândalos solenemente jogados para debaixo do tapete e outros ligados a diversos grupos sociais esquecidos pelos outros governos estaria em grandes apuros, pois seria denunciado à inquisição midiática social , julgado e condenado.

Até imagino a cena ambientada em Esperantina: um grupo de bravos defensores da moral e dos bons costumes, socialmente empenhados e trancados em seleta sala, vasculhando páginas de internet, blogs devidamente escolhidos e afins, munidos do tal código e sentenciando: isto pode, isto não pode!

A baderna ia pegar geral, com jornalecos publicados com “linguagem que o povo entende” - uma espécie de desalfabetização institucionalizada e outras asneiras. A título de comunicação social teríamos que suportar barbaridades ao abrir um jornal ou qualquer outra mídia, impressa ou eletrônica. Teríamos versões made in território dos cocais do Pravda, noticiando obras e projetos oníricos, grandes realizações e escondendo o óbvio.

É nóis! A tal da zelite que se cuide!

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