terça-feira, 9 de junho de 2009

A última

A polêmica em torno do asfaltamento de uma avenida em Esperantina está armada, gregos e troianos se debatem e passam a batata quente de mãos em mãos. Um tímido acalorado debate de faz-de-conta - com direito a comentários sobre acordos não-republicanos firmados nos bastidores – foi realizado, sem que o real problema fosse elucidado: porque a cidade não é uma enorme pista de patinação?

Projetos grandiosos não faltaram e nem faltarão. Diferentes esferas do poder mediram forças, trocaram farpas, nadaram, nadaram e morreram na praia. Desconfio que a culpa e a conta, porque não, ficarão com a plebe, como sempre.

Mais importante que ficar neste empurra-empurra, seria cuidar do que ainda resta de asfalto nas ruas. A situação chegou ao ponto em que o motorista pode optar em qual buraco cair: aqueles com lama ou os cheios de água. Enquanto esta dúvida filosófica nos atormenta, um grupo de crianças sai às ruas fazendo as vezes de fiscais do trânsito, devidamente acompanhados pelos agentes da lei. Estão cobrando os retrovisores das motos. Beleza. Mas como olhar para trás se o perigo é o veículo/buraco à frente? Próxima campanha com novas faixas (quem paga por elas?) deve cobrar as borrachas dos pedais, igualmente importantes para um bom fluxo de veículos.

Eis a saída: educação no trânsito. Pouco importa se não há sinalização decente nas ruas ou se as mesmas são uma réplica da Guernica pós-bombardeio.

Na boa: as crianças deste projeto deveriam atuar principalmente nas escolas, de onde saem os imberbes que, ao contrário do que hoje fazem, pilotando seus bólidos, deveriam ainda guiar velocípedes. Mas fazer o que, se os papais acéfalos responsáveis destes precoces pilotos têm grana para comprar veículos e ainda por cima tem altos contatos nesta república babaçueira?


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