terça-feira, 1 de abril de 2008

Cadeiras vazias, compromissos idem

Para quem ainda tem a capacidade de se indignar, o último episódio da novela mexicana em que se transmutou a governança municipal apresentou um triste espetáculo: as cadeiras vazias no plenário da câmara municipal.

Logo em data tão divulgada e aguardada, quando determinados setores convocavam os populares à câmara para mais um episódio, onde metaforicamente deveria ser aberta a mitológica Caixa de Pandora, “nossos” digníssimos edis, que para representar o povo em suas mais diversas necessidades, recebem salários nababescos para o padrão local, no entanto, saíram pela tangente. Essa é a nossa democracia capenga. Em Esperantina, a democracia está para o povo, como o céu está para o tatu.

E por falar nela, lembrá-los-ei: democracia (do grego "demos" = povo; "cracia" = autoridade, poder) é o governo do povo, pelo povo e para o povo. Nas democracias é o povo quem detém o poder soberano sobre o poder legislativo e o executivo. Os senhores entenderam ou é preciso desenhar?

O descaso representado pelas cadeiras vazias no plenário mostrou a perversidade do poder e o aviltamento da sociedade que depositara seu voto, sua aposta de fé em siglas e promessas vãs. É a Política S/A.

Se aquela velha e batida história de que os digníssimos são "funcionários do povo", então, exercitando meu poder de cidadão-patrão, de minha parte declaro solenemente: vocês estão demitidos. Isso mesmo: pé nos glúteos.
Dever virtualmente cumprido, volto a ler história antiga, mais exatamente as lições do Império Romano, com Nero, incitatus, pão e circo...

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Isto não é uma democracia. Antes de comentar, lembre-se: sou perigoso, tenho uma pá e um quintal grande!