Desde 23 de novembro ando com a
pulga atrás da orelha, figurativamente falando, claro. Desde então ainda não consegui
entender qual o excepcional interesse
público para contratar em caráter temporário (11/11/2011 a 11/11/2012) 13
músicos para a charanga do município. E o Concurso?
Que a banda tem uma tradição na
participação em diversos eventos públicos é fato. Mas daí ao caráter de
excepcionalidade alegado é outra História. A contratação temporária existe
porque as etapas de seleção de um concurso público são demoradas e a situação
que demanda a contratação temporária já teria passado ao final da peleja, ou
seja, o interesse público seria prejudicado pelo excesso de tempo. Acho que
achei o fio da meada: não resistiríamos passar um natal para todos sem ouvir a
banda, deve ser isso.
Estava à tona na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor [...]
Ainda não temos lixeiras públicas
na maioria das ruas da cidade, mas isso não desperta excepcional interesse
diante da possibilidade de me deliciar, ouvindo a banda tocar.
No centro da cidade caminho
procurando espaço entre as mercadorias nas calçadas das lojas e os veículos tresloucados,
mas em compensação posso me deliciar, ouvindo a banda tocar.
Já me irritei muito com a
barulheira dos carros de propaganda volante que não têm mais hora para funcionar,
mas isso não desperta excepcional interesse diante da possibilidade de me
deliciar, ouvindo a banda tocar.
Quando estiver sem internet e não
quiser ler jornais com palavras tortas e nem pensar no meio ambiente ou mesmo
ler um livro* não ficarei mais estressado, pois posso me deliciar, ouvindo a
banda tocar.
Escreveria horrores sobre ausências e intermitências em Cocal City. Mas para que, se posso me deliciar, ouvindo a banda tocar.
* Salvo engano, já se foi o tempo
em que os livros eram a única forma de passatempo informativo. Aquele tempo em
que os exibidos ostentavam livros que supostamente liam para passar ar de
intelectualidade que, via de regra, caia por terra quando instados a expelir opinião
sobre as leituras ou o dia-a-dia. Mas isso é passado. Ou não.
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