quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

E assim (não)caminha a humanidade




Li em http://www.cabecadecuia.com/noticias/20440/usina-para-a-beneficiamento-do-coco-babacu-sera-lancada-em-maio-.html ainda em 2008(!!) que em maio do mesmo ano Esperantina seria contemplada com a instalação de usina de beneficiamento de babaçu. Na época, a farofa era que o biodiesel seria a salvação para as pessoas que trabalham na coleta e venda de babaçu em Esperantina e região.

Passado o oba-oba inicial em torno da produção de biodiesel – outro fiasco, volta a questão: o que é feito de verdade para tirar o território dos cocais do miserê? Somente fóruns e programas superficiais que apenas mascaram o atraso histórico? As técnicas de plantio em nossa região remontam à idade média européia. Agricultura familiar nada mais é que outra nomenclatura para as roças de subsistência da época de ocupação do território.

Há poucos dias uma equipe de TV do estado mostrou as potencialidades de Esperantina, que se resumiram em duas: uma indústria de subprodutos de babaçu e um criatório de peixes. O que temos de potencial econômico resume-se a isso? E a mão do estado só é estendida para distribuir esmolas oficiais?

Se no passado não havia desenvolvimento porque todo o babaçu era propriedade dos impiedosos latifundiários, o que impede agora a região de debutar economicamente, se temos assentamentos localizados em áreas de ocorrência de babaçuais e fartamente irrigados com programas de repasse de verbas? A proposta de crescimento tem que ficar somente no apoio às primitivas técnicas extrativistas? Quando se incentiva – a pretexto de manter identidades e tradições – pessoas a perpetuarem determinado modo de vida, condenam-se as mesmas a nunca sair da condição em que se encontram, social e economicamente, apesar das peremptórias negativas.

Melhor seria a diversificação de atividades, com a introdução de novos modelos de desenvolvimento ou alternativas economicamente viáveis em nossa realidade. Será isso ou viveremos eternamente à custa de recursos federais, quando não, da boa índole de entidades internacionais de ajuda, no eterno ciclo de subdesenvolvimento terceiro-mundista.

Um comentário:

  1. CARO GENILSOM,
    PARABÉNS PELA MATÉRIA. MAS ALGO QUE ME CHAMOU A ATENÇÃO FOI COM RELAÇÃO A FÁBRICA DE BIODIESEL, QUE DEVERIA DE INSTALADA NA REGIÃO DE ESPERANTINA. O FATO É QUE HOUVE SIM UMA MOBILIZAÇÃO PARA TAL INVESTIMENTO, PORÉM O PRÓPRIA MOVIMENTO DA QUEBRADEIRAS DE COCO BABAÇU (MIQCB) FEZ PROTESTOS CONTRA A INSTALAÇÃO DA FÁBRICA, POIS SEGUNDO O MOVIMENTO ESSA FÁBRICA ACABARIA COM O EMPREGO DAS QUEBRADEIRAS. LAMENTAVELMENTE O MIQCB É ASSESSORADO POR PESSOAS QUE NÃO TEM NADA A VER COM QUEBRA DE COCO, POR ISSO INCENTIVAM QUE AS QUEBRADEIRAS CONTINUEM QUEBRANDO COCO NO MESMO MODO QUE 100 ANOS ATRÁS, CAUSANDO ASSIM DEONÇAS A ESSAS TRABALHADORAS COMO: PROBLEMA NA COLUNA, CÂCER DO COLO DE ÚTERO E MUITAS OUTRAS. PARA MAIORES INFORMAÇÕES E PROVA DO QUE EU ESTOU FALANDO PROCURE O CEPES E SEUS(AS) COORDENADORES QUE VOCÊ VAI COMPRAR QUE ELES SÃO GRANDES INCENTIVADORES PARA QUE AS QUEBRADEIRAS DE COCO BABAÇU, CONTINUEM LUTANDO PARA A CONTINUIDADE DE SINA TÃO DEGRADANTE, AO INVÉS DE AVANÇAR COM NOVAS TECNOLOGIAS.
    MUITO ABRIGADO PELA ATENÇÃO....
    RAIMUNDO QUARESMA DE SOUSA BRITO - PROFESSOR E PESQUISADOR PROFISSIONAL.

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