segunda-feira, 26 de maio de 2008

As duas faces de uma triste realidade

Para quem achou que a marmelada do final de semana em Esperantina fosse terminar de outra forma, lamento informar, mas somente alguém nos mais loucos devaneios acreditaria em outro desfecho para tal episódio.

Devemos imaginar que "nossos" vereadores, como digníssimos representantes da estrutura de poder proposta por Montesquieu, estudaram a peça acusatória com afinco antes de emitir tais votos. É o mínimo que se deve esperar deles. Seria de bom alvitre que dos digníssimos representantes do povo fosse cobrada alguma escolaridade e senso crítico para o exercício do cargo, ao contrário da simples capacidade de agregar votos nem sempre colhidos às claras e dentro dos ditames da lei.

Por que então, nós, simples pagadores de impostos, se quisermos assumir uma função pública, precisamos estudar e passar em concurso? Afinal, exigem-se anos de estudos, exames e diplomas antes de permitir que alguém construa um prédio ou arranque um dente... Enquanto que daqueles que tratam de nossas liberdades e de nossas propriedades, que determinam os impostos que temos que pagar e as leis que nos regem, que manipulam orçamentos de milhões não se exige preparação alguma, somente que apresente de qualquer forma uma determinada quantidade de votos. Ah, esses senhores...

E ainda reclamam se alguém afirma que os ditos parecem seguir nos mandatos apenas para conferir homenagens demagógicas à espera de futuros dividendos eleitorais ou a nomear ruas com nomes de parentes ou pessoas próximas a eles.

Negras nuvens se apresentam no horizonte (sem trocadilhos, por favor). Quando reverteremos este quadro desolador? A gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte. Você tem sede de quê?

Nossos baluartes cada vez mais se parecem com perus magros: pouco peito e muita farofa.

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