quinta-feira, 5 de julho de 2007

Yes, temos quadrilhas.

Realmente gostaria de discorrer sobre quadrilhas no sentido real, mas o tema de agora são as quadrilhas juninas (ou julinas, os agostinas, ou ...). Antes representações que nos divertiam, hoje transformaram-se em um misto de espetáculo, carnaval e – vá lá – cultura. Ainda não entendi o porquê de tantos efeitos especiais – será para encobrir as deficiências em representar tradições? Foi-se o tempo em que festivais juninos tinham a intenção de divertir, manter viva nossa cultura. O que antes era só alegria agora transformou-se em competição acirrada pelo status quo de melhor da cidade. Se algum tempo atrás éramos presenteados com ótimas e diferenciadas apresentações, hoje podemos notar uma padronização nos movimentos, nas roupas cada vez mais distantes da singeleza original, enfim, os festivais juninos tornaram-se repetitivos, palco de desavenças e totalmente descaracterizados, pouco apresentando de nossa cultura original. Fala-se em tradição, mas perguntaria aos mais afoitos: que tradição é essa que nos brinda a cada ano com apresentações espalhafatosas, onde há profusão de roupas as mais brilhantes possíveis, movimentos que mais serviriam para espantar mosquitos, acompanhadas dos indefectíveis CD’s previamente gravados para “animar”? Os festivais bem que poderiam se resumir a uma só apresentação, tão repetitivas que estão as quadrilhas. Temos visto muitos adereços a disfarçar a pobreza das apresentações: fitas, bandeiras, faixas, encenações, fogos e cd’s com historinhas nem sempre condizentes com a realidade.Algo precisa ser feito para reacender nos espectadores a curiosidade em assistir, participar e valorizar as apresentações, ou seremos obrigados a engolir as tais “danças country”, enlatados que querem nos fazer engolir com parte de nossa cultura. Até quando?

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