quinta-feira, 5 de julho de 2007

Condenados à escuridão. Para sempre?

Perceber e não questionar. Obedecer. A tudo baixar a cabeça e dizer amém. A mentalidade da maioria da população permanece a mesma do período em que o país viveu sob o regime ditatorial. Quantas vozes levantam-se para questionar a ordem das coisas? Umas poucas e em sua maioria com segundas intenções.
Percebe-se em Esperantina uma triste e modorrenta aquiescência com tudo o que de mal acontece na sociedade. As pessoas tentam sair pela tangente com a velha desculpa de que “o político tal errou, mas na próxima eleição, o povo saberá dar a resposta”. E assim o tempo vai passando. As pessoas que continuam a pensar assim estão fadadas a permanecer nas trevas da modernidade. É incrível como agora, em uma época em que as informações nos chegam dos mais longínquos pontos do planeta quase que em tempo real, a troca de experiências com pessoas de outros lugares mais evoluídos pode ser feito sem muito esforço, ainda existam pessoas desinformadas de seus direitos, de seu real lugar na sociedade, pessoas que ainda se sentem presas a políticos mal intencionados para conseguir qualquer benefício público, para a alegria daqueles poucos que se aproveitam da inocência e/ou ignorância de muitos para deles tirar proveito. Os que sabem tirar proveito da ignorância alheia fazem de tudo para que nada se altere, afinal, pessoas bem informadas tem maior consciência de sua própria cidadania e são um perigo para os que usam cargos eletivos para se locupletar às expensas dos cofres públicos. Causa-se espécie ver a completa submissão que pessoas humildes demonstram em relação aos nossos “iluminados” homens da política. Se for verdade que cada povo tem os políticos que merece, devemos repensar urgentemente nossos valores, exercendo realmente essa tal cidadania, tão propalada pelos demagogos e hipócritas de plantão.Quando essa situação se inverterá? Quando teremos pessoas realmente interessadas no bem-estar da população a nos representar politicamente? Temo que nunca. A ânsia que alguns mostram em galgar posições políticas apenas demonstra o desejo iminente de se esbaldar com as benesses que o poder lhes confere. O período eleitoral que se aproxima (para alguns já começou) tornará os discursos mais eloqüentes, os gestos mais popularescos e as presenças mais marcantes em eventos os mais diversos possíveis, de funerais aos enfadonhos e repetitivos festivais juninos. Pobres mentes dementes, tão pequenas na decência e tão grandes na rapinagem.

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