segunda-feira, 4 de maio de 2015

O ocaso do 1º de maio

Imagem: Aquivo do Blog.

 Já não se fazem mais 1º de maio como antigamente. Semanas antes da data se podia perceber a movimentação pelos preparativos daquela que era a data símbolo da luta dos “oprimidos” pelos latifundiários, com ficou evidente por estas terras.

Se no passado as passeatas eram marcadas pelas animosidades e intensa quantidade de cartazes, hoje o que se vê é apenas um cortejo fúnebre entremeado por falas tímidas. Nem de longe lembra o fulgor das antigas passeatas, quando lá vinham aqueles senhores com a faixa “Fora FMI”, “Abaixo a opressão, mais arroz e mais feijão”, “queremos a reforma agrária já”, “abaixo a corrupção” e outras utopias. Hoje a corrupção não é mais bandeira de luta, vai ver, já acabou e junto com ela também se foram a famigerada bolsa de lona e o anel de tucum, símbolos de uma era em que era cool ser revoltadinho com o sistema-que-aí-está.

O feriado de agora, com suas comemorações são esquálida lembrança de dias mais revolucionários, que geravam tensão na cidade, por exemplo quando certa feita foi determinado que nas marchas os trabalhadores não conduzissem mais as ferramentas de trabalho, para evitar possíveis tragédias. Podia se ver no rosto das pessoas que elas eram realmente trabalhadoras e não personagens criados para abocanhar nacos do erário.

De lembrança daqueles áureos tempos, nos resta agora aquele painel pintado à revelia dos fiéis na igreja matriz. Sim, aquele painel grotesco – guernica dos cocais - pode significar tudo, menos a união dos povos, pregada pela igreja. Sim, o painel, que longe de unir, apenas serviu para segregar a sociedade entre bons (trabalhadores) e maus (patrões e latifundiários), baseados na mofética teologia da libertação, aquela, incentivada pelo frei que alternava religião com revolução quando lhe convinha.

E quanto aos trabalhadores? Os de outrora se foram, os que participam hoje do movimento aguardam o arrasta-pé e quem sabe, um espaçozinho na lista de amenidades governamentais. E tenho dito!

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