sexta-feira, 27 de março de 2015

Sobre chuvas, sapos e candidatos

Imagem: cintiacosta.com
Na natureza tudo ocorre ao seu tempo, precisamente, ininterruptamente. Atualmente estamos no período das chuvas, embora as mesmas não venham com tanto vigor quanto pretendido. Paralelamente às chuvas é bastante popular o ditado de que com elas surgem os sapos. Igualmente sazonal, neste período pré-eleitoral disfarçado, surge outro personagem não menos asqueroso: o candidato.

Com as chuvas temos o início das atividades agrícolas, a fartura na mesa e a lama na rua. O sapo vem como efeito colateral, indesejado, feio e repugnante, sempre a coaxar e assustar as incautas. Apesar de todos os adjetivos é um animal inofensivo, apenas injustiçado pelo folclore popular.

Já o candidato, aquele outro animalzinho, também espera o momento oportuno para importunar as pessoas e, diferentemente do sapo, inicialmente não repugna pela aparência, mas pelas falas, atos e pretensões. Basta dedicar um pouco de atenção a um exemplar e se preparar para os infames tapinhas nas costas, acompanhados de lembranças do passado, nem sempre verdadeiras, mas utilizadas pelo dito-cujo como se fossem, em busca de alguma familiaridade. O tipo é tão chato que consegue estragar um dia de sol.

Chegamos a um período em que eles, os candidatos, começam a sair dos abrigos, a mostrar-se no meio das massas, meio timidamente a princípio, porém, cheios de malícias e dispostos a ajudar. Alguns representam as velhas práticas coloniais no trato com o povo, outros, reduzidos às risíveis promessas de diversões populares para atrair os eleitores jovens, no melhor estilo pão e circo. Pobres de nós!

Que venham as chuvas e por tabela os sapos, mas bem que poderíamos ser poupados dos candidatos.


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