quinta-feira, 20 de junho de 2013

Ecos

A cidade promete sair do marasmo usual para se debater nas manifestações contra a corrupção e algo mais. Não é a primeira vez que manifestações ocorrem por aqui, mas desta vez o modismo parece ter chegado com força por estas plagas.
Imagem: http://www.goodfon.com/wallpaper/3698.html

Passada a euforia e assombro inicial é um movimento meio troncho, em que a participação vai mais pelo modismo que pelo real sentido do manifesto. Mas o que vale é mostrar-se indignado com a corrupção que suga recursos e atrapalha a vida do cidadão, embora muitos destes não veja nada de errado em colar na prova da disciplina chata, em circular em veículos sem habilitação, em se achar o maioral porque recebeu o troco a mais no comércio e outros pequenos deslizes, quase nada diante do que os políticos fazem. É o que dizem para se redimir da culpa. Afinal, andar pela contramão não tem nada a ver com as péssimas condições do caótico trânsito municipal, o que importa é cobrar sinalização e asfalto, protestar contra tudo que ai está, contra o sistema. É.

Lutar contra a corrupção é uma bandeira louvável, mas até que ponto isto passará da passeata é o que realmente importa. Muitos dos que se propõem a isso nunca perderam ou devam perder seu precioso tempo a vasculhar prestações de contas dos poderes executivo ou legislativo do município. Funciona mais ou mesmo desta forma: alguém comenta que ouviu falar que são realizadas negociações não republicanas em algum dos poderes citados, comentário exaustivamente debatido na – cof, cof – imprensa local e assim prossegue, gerando ótimas discussões em mesas de bar e esquinas da vida. Verificar autenticidade ou não dos comentários através de fiscalização em locais de obras ou mesmo dos balancetes ninguém quer. Fica mais fácil 'combater' pelas redes sociais.
Imagem: http://www.tumblr.com/tagged/mimado

Tudo agora é muito bonitinho, manifestação pelas ruas e fotos para a internet. A corrupção não é tema recente e nem acaba com um dia de protestos. Todos agora se mostram engajados na defesa da cidadania. Cantar o hino nacional, antes tarefa chata restrita à semana da pátria agora está na ordem do dia. Bandeira nacional passou a servir de escudo e rua de vitrine. Mas tudo tem um começo e neste caso, espera-se também um resultado prático.

E tenho dito!



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